Objetivo: Analisar o comportamento epidemiológico da dengue no Ceará e o controle
do
Aedes aegypti
.
Métodos: Trata-se de um estudo documental, com base na consulta
aos boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde do Ceará
referentes ao período de 1986 a 2011 e outros documentos complementares. Realizou-se
análise descritiva da incidência de dengue no Ceará nesse período, segundo faixa etária,
formas graves, óbitos e circulação do vírus DEN-V. Analisou-se o programa de controle
vetorial e a evolução da infestação e transmissão da dengue no mesmo período.
Resultados:
Constatou-se que, de 1986 a 2011, ocorreram cinco epidemias de dengue no Ceará, com
elevada incidência, sendo que, de 2008 a 2010 as crianças foram as mais acometidas.
Em média, houve infestação pelo
Aedes aegypti em 120 municípios e transmissão em 84,
anualmente. A circulação de mais de um sorotipo culminou em um grande número de óbitos
quase todos os anos, superior ao aceitável pela Organização Mundial de Saúde.
Conclusão:
O comportamento epidemiológico da dengue no Ceará justifica a classificação de “área
de vulnerabilidade de risco muito alto” feita pelo Ministério da Saúde. Nos últimos anos,
a proporção de casos graves tem aumentado, decorrendo, provavelmente, da circulação
simultânea de três sorotipos virais e da população sensibilizada por infecções anteriores.
Essa situação é agravada pela presença do vetor em quase todo o estado e pela deficiência
da política de controle vetorial.