A serapilheira constitui um dos principais componentes responsáveis pela manutenção da capacidade
produtiva de sítios florestais e, sendo assim, o conhecimento da sua produção e composição pode fornecer
subsídios para adequação de técnicas de manejo. O objetivo deste trabalho foi avaliar mensalmente a
serapilheira produzida em uma Floresta Estacional Semidecidual (mata de cipó) e dois plantios florestais
puros (de
Pterogyne nitens
e de
Eucalyptus urophylla
), localizados no município de Vitória da Conquista
- BA, assim como analisar a influência de fatores climáticos nessa produção. As amostras da serapilheira
foram coletadas durante dez meses, por meio de coletores quadrados com 0,25 m
2. Os materiais coletados
foram triados (frações: folhas, galhos, casca e estruturas reprodutivas) e secos em estufa a 60oC. As
produções mensais médias de serapilheira foram de 544,6, 522,6 e 179,5 kg ha
-1 nas áreas de mata de
cipó,
Eucalyptus urophylla e
Pinus nitens, respectivamente. As folhas representaram maior proporção da
serapilheira produzida nas três coberturas (65% do total). A produção mensal média de folhas foi superior
na mata nativa, seguida do
Eucalyptus urophylla e
Pinus nitens. O aporte de galhos foi significativamente
menor no povoamento de
Pinus nitens e não variou entre mata de cipó e
Eucalyptus urophylla. A produção
de materiais reprodutivos variou na ordem:
Eucalyptus urophylla > mata de cipó >
Pinus nitens. A fração
casca não variou entre mata de cipó e
Pinus nitens, sendo superior no
Eucalyptus urophylla. Em todas
as coberturas estudadas verificou-se correlação significativa negativa entre produção total e temperatura
média do ar. Apenas no plantio de
Pinus nitens foram verificadas associações significativas do aporte de
serapilheira com as variáveis precipitação e velocidade do vento. O
Eucalyptus urophylla e a mata de
cipó apresentam similaridade quanto à produção média de serapilheira, sendo cerca de 67% superior a
produção de
Pinus nitens. A variação temporal do aporte de serapilheira de
Pinus nitens mostra-se bem mais
sensível à influência de variáveis climáticas que a mata de cipó e o
Eucalyptus urophylla. A contribuição das
frações da serapilheira obedeceu a uma mesma ordem em todas as coberturas estudadas: folhas > galhos >
estruturas reprodutivas > cascas.