Nativa da Bolívia e Argentina,
Nicotiana glauca
Graham, atualmente é encontrada crescendo espontaneamente
em zonas áridas e semiáridas de diferentes partes do globo, sendo que, em alguns países, é considerada uma
importante exótica invasora. No Brasil, a espécie ainda não havia sido reportada como invasora, mas nas
áreas do Projeto de integração do Rio São Francisco (PISF),
Nicotiana glauca pode ser observada formando
aglomerados de indivíduos com altas densidades (mais de 37.000 indivíduos ha). Com isso, o objetivo do
presente estudo foi inferir sobre a situação citada por meio de aspectos da estrutura (densidade, biometria
e diversidade), reprodução (produção de frutos, propágulos e germinabilidade), presença de substâncias
alelopáticas (extratos com concentrações de 0, 5, 10, 15 e 20%) e da susceptibilidade de ocorrência da
espécie no Brasil. A densidade estimada para a espécie foi de 37.280±2.442,3 indivíduos ha. A planta
pode produzir mais de 1.300.000 sementes por indivíduo. A partir da primeira concentração dos extratos
(5%), a germinação das sementes, tamanho e biomassa de plântulas de
Lactuca sativa
foram afetados
significativamente. A espécie apresentou alta probabilidade de ocorrência nas regiões de clima semiárido e
subúmido do Brasil. Os resultados deste estudo demonstram a necessidade do controle imediato da espécie
nas áreas do PISF e, subsidiam a formulação de meios para evitar novos casos de invasão biológica por
Nicotiana glauca em outras partes do Brasil.