A presente pesquisa objetivou investigar o efeito de duas técnicas de termorretificação nas propriedades
biológicas das madeiras de
Pinus taeda L. e
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden, comparando-as com os
resultados obtidos para a madeira sem tratamento. De cada espécie foram amostradas três árvores com 25
anos, das quais se extraiu uma prancha central a altura do DAP para confecção de corpos de prova que foram
submetidos aos tratamentos térmicos para, posteriormente, ser transformados em peças de 2,5 x 2,5 x 0,9
cm. No primeiro tratamento, as madeiras foram submetidas à termorretificação em autoclave a 130 ± 3°C
e pressão de 2 kgf/cm², por 3 horas e, após um período de condicionamento, submetidas ao calor em estufa
elétrica a 160 ± 1°C pelo mesmo período. O segundo tratamento consistiu apenas da termorretificação em
estufa. A resistência ao ataque biológico foi avaliada por meio de ensaio de apodrecimento acelerado em
laboratório, utilizando um fungo de podridão-branca,
Trametes versicolor
(Linnaeus ex Fries) Pilat, e outro
de podridão-parda
Gloeophyllum trabeum
(Persoon. ex Fries) Murr. O tratamento associado da autoclave
com a estufa elétrica favoreceu o apodrecimento de ambas as espécies de madeira aos fungos empregados,
com exceção da madeira de
Pinus taeda submetida ao
Trametes versicolor, enquanto o tratamento em
estufa forneceu um aumento da resistência biológica da madeira de
Pinus taeda ao
Trametes versicolor
e da madeira de
Eucalyptus grandis ao fungo
Gloeophyllum trabeum. De maneira geral, conclui-se que o
tratamento em estufa resultou em peças de madeira mais resistentes à degradação biológica e em menor
perda de massa em comparação com o tratamento associado da autoclave com a estufa, ao passo que
este último quando aplicado a ambas as espécies resultou em um aumento na propensão das mesmas à
degradação biológica.