Mecanismos de regeneração natural são fundamentais para o restabelecimento das funções ecológicas de
fragmentos florestais e de áreas degradadas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a chuva de
sementes e o estabelecimento de plântulas de espécies arbóreas em Floresta Atlântica, localizada na região
Nordeste do Brasil. Para amostragem da chuva de sementes foram alocados 60 coletores (área de 0,196 m²),
ficando equidistantes, aproximadamente, de 50 m. As coletas foram realizadas com intervalo de 30 dias
por um período de 12 meses. Para avaliar o estabelecimento de plântulas foram alocadas subparcelas ao
lado dos coletores, totalizando 60 subparcelas de 0,25 m² cada. Os indivíduos arbóreos identificados pelos
diásporos coletados na chuva de sementes e pelas plântulas estabelecidas no fragmento foram contados e
classificados quanto à síndrome de dispersão e grupo sucessional. A chuva de sementes foi representada
por 60 morfoespécies e 20 famílias botânicas. O grupo ecológico e a síndrome de dispersão predominante
foram de espécies secundárias iniciais e zoocórica, respectivamente. Em relação às plântulas estabelecidas
foram contadas 122 plântulas, sendo
Tapirira guianensis
L. com maior número de plântulas. A chuva de
sementes apresenta potencial para manutenção da dinâmica florestal por apresentar alta riqueza de espécies
que compõe a atual vegetação, sendo composta, predominantemente, por espécies que produzem frutos
abundantes com dispersão zoocórica que servem de alimento para fauna. Enquanto poucas sementes germinam
para formar o banco de plântulas, a maioria está contribuindo para formação do banco de sementes.