A impermeabilização do solo e ausência de cobertura arbórea produz maior volume de escoamento superficial, amplia
o pico de vazão e reduz o tempo de retardo. A busca por alternativas para diminuição do volume de escoamento
superficial em áreas urbanas é importante para obter respostas hidrológicas aos problemas ocasionados pelo processo
de urbanização e, com isso, amenizar o risco de inundação. Este estudo se propôs a estimar a redução do escoamento
superficial e o atraso no pico de vazão ocasionados pela presença das árvores de três espécies (
Mangifera indica
,
Tabebuia ochracea
e
Licania tomentosa
) no meio urbano, o que permitiu a quantificação e análise do desempenho
de espécies arbóreas na redução do escoamento urbano; correlacionou os parâmetros arbóreos com a capacidade de
redução do escoamento; bem como averiguou se há redução e atraso nos picos de vazão. Os benefícios provenientes
da interceptação das águas pluviais pelas árvores precisam ser ponderados e garantidos nos planos diretores de
arborização e de drenagem urbana, de modo a alcançar a mitigação dos prejuízos provocados pelo descaso com
as águas urbanas. Para isso, foram utilizados sensores de nível (linígrafos) para a quantificação do escoamento
superficial em áreas com e sem a presença da cobertura arbórea, e em estruturas experimentais instaladas sobre solo
impermeabilizado, semipermeável e permeável. Em eventos cujo valor mediano de precipitação bruta foi de 17.1
mm, a presença dos indivíduos arbóreos ocasionou um atraso mediano no tempo ao pico de vazão de 3 minutos, uma
redução do pico de vazão de 0.8 mm/min e do escoamento superficial de 4.7 mm/min.