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Ciência Florestal
Centro de Pesquisas Florestais - CEPEF, Departamento de Ciências Florestais - DCFL, Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal - PPGEF
ISSN: 0103-9954 EISSN: 1980-5098
Vol. 15, Num. 1, 2005, pp. 75-86

Ciência Florestal, Vol. 15, Núm. 1, 2005, pp. 75-86

AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO PRESERVATIVO DE MOIRÕES DE Eucalyptus viminalis LAB. E DE BRACATINGA (Mimosa scabrella BENTH.) PELO MÉTODO DE SUBSTITUIÇÃO DA SEIVA

EVALUATION OF PRESERVATIVE TREATMENT OF Eucalyptus viminalis LAB. AND BRACATINGA   (Mimosa scabrella BENTH.) FENCE POSTS BY DISPLACEMENT METHOD

Juarez Benigno Paes1, João Carlos Moreschi2, José Gabriel de Lelles3

1Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Federal de Campina Grande, CSTR, Departamento de Engenharia Florestal, Caixa Postal, 64, CEP58700-970, Patos (PB). jbp2@uol.com.br
2 Engenheiro Florestal, Dr., Universidade Federal do Paraná, Campus III, CEP 80210-170, Curitiba (PR). moreschi@floresta.ufpr.br
3Engenheiro Florestal, MSc., Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Engenharia Florestal, CEP 36571-000, Viçosa (MG). jlelles@ufv.br

Recebido para publicação em 21/05/2003 e aceito em 30/03/2005.

Code Number: cf05007

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar a penetração e a retenção do preservativo CCB em moirões de Eucalyptus viminalis Lab. e de bracatinga (Mimosa scabrella Benth.), quando submetidos ao método de substituição da seiva. Os moirões foram expostos às concentrações de 2; 3,5 e 5% de ingredientes ativos do produto “Osmose CCB”, durante 2; 5 e 8 dias. Foram analisadas as penetrações em seis posições nas peças e as retenções em três posições nos discos retirados na posição correspondente a linha de afloramento em moirões instalados. O aumento da concentração e do tempo de tratamento proporcionou ganhos significativos na penetração e na retenção do CCB nos moirões. Nas condições em que o trabalho foi conduzido o eucalipto apresentou uma melhor resposta ao tratamento.

Palavras-chave: Eucalyptus viminalis; Mimosa scabrella; moirões; substituição da seiva.

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the penetration and retention of CCB preservative in Eucalyptus viminalis Lab. and bracatinga (Mimosa scabrella Benth.) round fence posts when exposed to displacement method. The pieces were submitted to the concentration of 2.0, 3.5 and 5.0% of active ingredients of “Osmose CCB” commercial preservative during 2, 5 and 8 days. The penetration was analyzed in six positions in the fence and the retention in three positions in the disks taken at ground contact area in the fence posts fitted out.  The increase of treatment time and preservative concentration provide significant gains on penetration and retention of CCB for both tree species. In the work conditions, the eucalypt showed better response to the treatment.

Key words: Eucalyptus viminalis; Mimosa scabrella; fence posts; sap displacement method.

INTRODUÇÃO

A escassez de espécies nativas de alta resistência natural obrigou o homem a utilizar outras menos duráveis, sobretudo aquelas de rápido crescimento, provenientes de reflorestamentos. Como a maioria dos reflorestamentos foi com Eucalyptus spp. e Pinus spp., a utilização dessas espécies para moirões e outros usos tornou-se prática comum nas propriedades rurais. Mas, por causa da baixa resistência apresentada por essas espécies a organismos xilófagos, há a necessidade de preservá-las, para aumentar sua vida útil, e reduzir o consumo de madeira e o impacto sobre as florestas remanescentes.

A bracatinga (Mimosa scabrella Benth.), espécie nativa de ocorrência natural de São Paulo ao Rio Grande do Sul, forma maciços florestais puros, de rápido crescimento e fácil manejo (Rota e Oliveira, 1983), apresentando potencial para o uso como moirões e outras peças para usos nos meios rural e urbano. Porém, como a madeira da bracatinga é de baixa resistência natural (Stilner, 1969; Mainieri e Chimelo, 1989), as peças necessitam de um tratamento preservativo que lhes assegure um melhor desempenho em serviço.

Para o tratamento preservativo da madeira, há vários métodos, sendo o de substituição da seiva de fácil operacionalidade e baixo custo. Esse método preventivo consiste em dispor madeira recém-abatida, contendo boa proporção de alburno, disposta verticalmente, com a base submersa em um recipiente com preservativo hidrossolúvel (Hunt e Garratt, 1967). Para evitar que a solução preservativa se evapore, recomenda-se colocar uma fina camada de óleo sobre ela. Esse método confere maior proteção na terça parte inferior dos moirões que, coincidentemente, é a região mais propícia ao ataque de xilófagos em peças instaladas no solo (Pereira e Russo, 1954; Reimão, 1972).

Lepage et al. (1986) afirmam que o método deve ser empregado para o tratamento preservativo de peças roliças, descascadas e com elevado teor de umidade. Freitas (1973) recomenda que o intervalo de tempo entre as operações de abate e o tratamento não deve exceder a 48 horas. No entanto, Galvão (1969) afirma que o intervalo de tempo entre essas operações deve ser de, no máximo, 24 horas.

Segundo Hunt e Garratt (1967), a eficiência do tratamento preservativo é determinada pela penetração e pela quantidade da substância tóxica absorvida e retida pela madeira. Carvalho (1986) e Lepage (1986) afirmam que esses parâmetros fornecem o verdadeiro grau de proteção à madeira, sendo considerado de máxima importância no controle de qualidade do tratamento efetuado.

Este estudo teve como objetivo avaliar a penetração e a retenção do preservativo CCB em moirões de Eucalyptus viminalis e de bracatinga (Mimosa sacabrella), quando submetidos ao método de substituição da seiva.

MATERIAL E MÉTODOS

Espécies utilizadas e coleta da madeira

As espécies utilizadas foram o Eucalyptus viminalis Lab. e a bracatinga branca (Mimosa scabrella Benth.). As árvores foram abatidas na propriedade da Trombini Florestal S. A., município de Rio Branco do Sul – PR, situado à latitude de 25º 11’s, longitude de 49º 18’w e altitude de 1.053 metros. A bracatinga foi abatida de  povoamento nativo, de aproximadamente 6 anos e o eucalipto, de plantio de 5 anos. Foram abatidas 28 árvores (12 de eucalipto e 16 de bracatinga) com DAP  entre 10 e 12 cm, e  obtiveram-se, de duas a três peças de 2,20 m por árvore. Após o abate, as peças foram transportadas para o local de tratamento.

Preparo dos moirões e produto preservativo utilizado

No local de tratamento, procederam-se ao descascamento e à seleção das peças que apresentaram diâmetro de 7,0 a 12,0 cm, tomado a 50% do comprimento. As peças  foram agrupadas, a fim de que cada tratamento tivesse aproximadamente o mesmo volume de madeira e foram identificadas conforme a espécie e tratamentos a serem submetidas. Em seguida, mediram-se os diâmetros das peças para a determinação do volume de madeira a ser incluído em cada tratamento.

Retiraram-se dois discos de aproximadamente 5 cm de espessura de cada extremidade das peças, ficando os moirões com 2,0 m. Os discos externos, retirados de cada extremidade, foram descartados e os internos foram utilizados para a determinação da espessura média do alburno, do teor de umidade e  da densidade básica da madeira. O período entre o abate das árvores e a colocação dos moirões nas soluções preservativas foi inferior a 18 horas.

O produto comercial empregado para o tratamento dos moirões foi o “Osmose CCB” que, segundo a norma P-EB-474 da ABNT (1973a), é constituído de cobre, cromo e boro, com a seguinte composição química:

– cromo hexavalente, calculado como CrO3 .........................................63,5%

– cobre, calculado como CuO................................................................26,0%

– boro, calculado como B (elemento) ...................................................10,5%

Com esse produto, prepararam-se as soluções preservativas nas concentrações de 2; 3,5 e 5% de ingredientes ativos, as quais foram armazenadas em tambores de 200 litros.

Tratamento preservativo dos moirões

Os moirões foram dispostos em tambores de 200 litros, seccionados ao meio de sua altura, que haviam sido  distribuídos ao acaso no local de tratamento. Os moirões foram parcialmente submersos (40 cm da base) na solução preservativa e mantidas suas porções aéreas separadas, a fim de proporcionar boa aeração entre as peças. O tratamento das peças foi ao ar livre em que a temperatura e umidade relativa médias local foram de 14,3 °C e 84,65% respectivamente.

Para se evitar a evaporação das soluções preservativas, derramou-se meio litro de óleo queimado em cada recipiente, de modo a formar uma camada fina sobre as soluções. Diariamente, a quantidade de solução absorvida pelas peças foi reposta, mantendo-se constante o nível inicial nos recipientes.  Depois de tratados, os moirões foram retirados das soluções e empilhados para secarem.

Secagem e amostragem dos moirões tratados

Os moirões foram submetidos à secagem em local sombreado, durante 60 dias. Após a secagem, foram retirados discos em seis posições nos moirões (Figura 1). Com os discos, foram realizadas as análises colorimétricas para determinação da penetração do preservativo na madeira.

Para a determinação  da retenção do CCB, retirou-se mais um disco, na posição 2, de cada moirão (Figura 1). O local do moirão, onde se retirou o disco, coincide com  o nível da solução nos recipientes,  considerada região de afloramento para peças instaladas no solo. De cada disco, foram obtidas seis amostras de 1 x 1 x 2 cm que receberam codificações iguais, conforme sua posição e simetria no disco (Figura 2), com as quais foram realizadas as análises de retenção do CCB.

Análises químicas das amostras

Nos discos obtidos (Figura 1), demarcaram-se ao acaso dois diâmetros perpendiculares entre si. A penetração do preservativo foi medida sobre tais diâmetros, e o valor médio das medições utilizado para determinar a penetração do cobre e do boro, em cada posição nos moirões. Para as análises, seguiram-se as recomendações da norma P-MB-790 da ABNT (1973b).

Para a determinação da retenção do CCB, efetuou-se a digestão da madeira, obtida conforme Figura 2, ao seguir a metodologia descrita por Wischer, citada por Moreschi (1985), que constou das seguintes etapas:

– determinação do volume das amostras e incineração para obtenção das cinzas e sais metálicos, a 500 - 550 ºC, até transformação em cinzas brancas;

– adição de 3 ml da mistura dos ácidos sulfúrico, perclórico e nítrico, todos concentrados, nas proporções de 7:2:1, às cinzas obtidas pela incineração;

– digestão acelerada pelo aquecimento da mistura dos ácidos e das cinzas, em chapa aquecida, até a mistura ficar límpida; e

– diluição das soluções ácidas com água destilada a volumes fixos.

Cálculo da retenção do produto preservativo na madeira

Com os dados obtidos por meio de espectrofotometria de absorção atômica e dos resultados das determinações do volume, obtidos pelo deslocamento em água (Vital,1984), efetuaram-se os cálculos da retenção, pelo emprego  da  Equação 1.

(1) Em que: R = retenção do elemento na madeira (kg/m3); F = fator estequiométrico empregado para transformação dos elementos químicos para óxidos: (cobre  x 1,2518 = CuO, cromo x 1,9230 = CrO3); L = leitura obtida do espectrofotômetro (mg/L); Fd = fator de diluição; e V = volume das amostras utilizadas nas análises (cm3).

Análises estatísticas dos resultados

Para a interpretação dos resultados, empregou-se  o delineamento inteiramente casualizado com arranjo fatorial. Para comparar as penetrações e retenções do produto preservativo nas espécies, foram testados os seguintes fatores:  tempo de permanência dos moirões nas soluções preservativas, com 3 níveis (2; 5 e 8 dias), concentração da solução de tratamento, com 3 níveis (2; 3,5 e 5% de i.a.) e 4 repetições, totalizando 36 moirões para cada espécie. O fator penetração foi testado com seis níveis e o fator retenção com três níveis. Para a comparação das médias entre os fatores, empregou-se o teste de Tukey a  5% de probabilidade.

Na primeira etapa de comparações, os resultados foram analisados em função da posição nas peças (penetração), ou nos discos (retenção), do tempo de tratamento e da concentração das soluções preservativas. Nesses casos, fixou-se a espécie florestal, e para a penetração, também foi fixado o elemento químico. Na etapa seguinte, para comparar as espécies utilizadas, fixaram-se os demais fatores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Características da madeira das espécies ensaiadas

Os valores médios da densidade básica (g/cm3), da espessura do alburno (cm) e do teor de umidade (%) das madeiras de eucalipto e bracatinga são apresentados na Tabela 1. Observa-se nesta tabela, que não há grandes diferenças entre as densidades básicas e nem entre as espessuras do alburno das madeiras submetidas aos tratamentos. Porém, o teor de umidade do eucalipto foi superior ao da bracatinga.

TABELA 1: Características dos moirões de eucalipto e bracatinga submetidos aos tratamentos.

TABLE 1: Characteristics of eucalypt and bracatinga fence posts submitted to treatments.

Tratamentos

Eucalipto

Bracatinga

Conc.              (%)

Tempo         (dias)

Densidade Básica (g/cm3)

Espessura do Alburno   (cm)    

Teor de Umidade   (%)

Densidade Básica (g/cm3)

Espessura do Alburno   (cm)

Teor de Umidade   (%)

 

2

2

5

8

0,49

0,48

0,51

4,13

3,84

3,23

120,74

125,77

116,19

0,55

0,47

0,53

4,11

4,44

4,61

99,05

108,12

105,28

 

3,5

2

5

8

0,49

0,49

0,47

4,02

3,66

3,96

122,09

127,99

130,70

0,57

0,52

0,51

4,29

4,27

4,34

90,28

108,18

106,81

 

5

2

5

8

0,48

0,49

0,48

3,56

3,04

4,27

126,33

124,41

122,56

0,54

0,49

0,49

3,84

4,32

4,21

91,43

118,74

115,04

Penetração do produto na madeira

Os resultados de penetração (mm) dos elementos cobre e boro são apresentados nasTabelas 2 e 3, respectivamente. Observa-se que o incremento do tempo de tratamento causou acréscimo na penetração dos elementos em ambas as espécies. Resultado semelhante foi observado ao se analisar o efeito da concentração das soluções preservativas.

Apesar da norma P-EB-474 da ABNT (1973a) estipular que a penetração do produto preservativo deva ser total no alburno (madeira de folhosas), a penetração dos elementos cobre e boro na madeira, segundo as recomendações de Galvão (1968) e de Rodriguez Herrera (1977), foi considerada  satisfatória quando superior a 10 mm. Esse valor foi adotado, pois em se tratando de tratamento não-industrial, dificilmente se  obtém a penetração total do alburno ao longo das peças (Galvão, 1968; Wehr, 1985; Paes, 1991).

TABELA 2: Penetração média (mm) do cobre nos moirões de eucalipto e de bracatinga.

TABLE 2: Average penetration (mm) of the copper in the eucalypt and bracatinga fence posts.

Tratamentos

Eucalipto

Bracatinga

Conc.

(%)

Tempo

Posições nos Moirões

Posições nos Moirões

(dias)

1

2

3

4

5

6

1

 2

     3

     4

       5

        6

 

2

2

5

8

14,81

21,50

25,38

4,81

9,88

14,50

1,06

5,56

10,63

0,06

2,63

6,50

0,00

0,25

4,44

0,00

0,00

2,13

8,75

7,63

8,13

4,69

5,00

5,06

3,56

3,44

4,25

2,56

2,44

3,81

2,06

2,00

3,38

0,50

0,94

3,31

 

3,5

2

5

8

23,00

25,63

34,38

7,88

14,88

22,00

2,94

11,24

16,06

0,31

4,69

9,00

0,00

1,56

6,44

0,00

0,19

4,13

8,75

11,75

11,38

4,38

7,25

8,13

4,38

5,38

6,94

3,31

4,75

5,13

3,00

3,81

4,56

1,38

3,75

4,38

 

5

2

5

8

20,50

26,00

39,25

7,38

12,94

18,69

4,56

10,56

13,50

1,06

6,50

10,13

0,06

3,69

6,94

0,00

2,44

5,44

15,88

14,81

17,38

7,06

8,19

8,50

5,63

6,13

7,19

4,63

5,19

6,06

3,69

4,63

4,81

2,31

4,06

4,06

Notou-se, para a bracatinga, que a penetração do cobre (Tabela 2) foi inferior à obtida para o eucalipto. Para o eucalipto, a penetração aos 8 dias de tratamento, na região de afloramento (posições 2 e 3), é suficiente para conferir proteção adequada. Isto também ocorreu depois de 5 dias de tratamento, nas concentrações de 3,5 e 5%. Porém, para a bracatinga, penetração satisfatória, na região de afloramento, não foi atingida em nenhum tratamento. Uma penetração insuficiente do cobre (fungicida), na região de afloramento das peças, inviabiliza o seu emprego em contato direto com o solo.

O boro (Tabela 3) apresentou para o eucalipto, após  5 dias de tratamento,  uma penetração satisfatória, na região de afloramento dos moirões, para todas as concentrações testadas. Uma penetração adequada, ao longo da peça, foi observada paras as concentrações de 3,5 e 5%, quando as peças permaneceram 8 dias nos tratamentos. Para a bracatinga, uma penetração suficiente, na região de afloramento, foi obtida para todos os tempos, quando as peças foram submetidas à concentração de 5%. Para a concentração de 3,5%, uma penetração  satisfatória foi obtida aos 5 dias. Decorridos 8 dias de tratamento, todas as concentrações testadas proporcionaram boa penetração nas peças.

A aparente ausência de boro no topo das peças de bracatinga talvez tenha sido causada pela baixa concentração do elemento, em que as reações colorimétricas utilizadas apresentam coloração pouco nítida.

Para o tratamento da bracatinga, foram exigidos tempos e concentrações superiores aos necessários para o tratamento do eucalipto. Isso ocorreu, provavelmente, por causa do maior teor de umidade presente nas peças de eucalipto (Tabela 1), o que pode ter favorecido a difusão do CCB para o interior das peças. 

TABELA 3: Penetração média (mm) do boro nos moirões de eucalipto e de bracatinga.

TABLE 3: Average penetration (mm) of the boron in the eucalypt and bracatinga fence posts.

Tratamento

Eucalipto

Bracatinga

Conc.

(%)

Tempo

(dias)

Posição nos moirões

Posição nos moirões

1

2

3

4

5

6

1

2

3

4

5

6

 

2

2

5

8

31,25

25,63

25,63

14,06

15,75

17,94

9,13

10,56

15,63

4,31

7,88

12,63

0,81

4,69

8,38

0,00

0,81

5,75

10,56

10,75

16,06

7,44

7,50

10,63

5,38

6,38

10,81

3,75

4,94

10,25

2,56

3,44

12,69

0,00

0,00

0,00

 

3,5

2

5

8

25,06

25,88

39,19

12,50

15,56

26,00

9,94

11,69

19,31

4,94

8,50

15,69

1,38

6,31

12,19

0,63

1,88

17,03

14,19

34,69

27,94

8,97

14,56

22,38

7,19

11,88

21,94

5,75

10,25

15,13

3,19

10,13

9,19

0,00

0,00

0,00

 

5

2

5

8

22,06

27,13

44,94

13,00

17,00

21,00

9,38

13,38

18,06

4,56

11,56

14,25

0,94

7,88

12,06

0,13

6,94

33,94

16,13

36,19

32,94

12,63

16,75

23,00

11,75

15,43

22,44

9,81

12,19

14,38

3,69

8,19

7,81

0,00

0,00

0,00

NaTabela 4, é apresentado o resumo das análises de variância para a penetração do cobre e boro no eucalipto e bracatinga. Para a penetração do cobre (Tabela 4), observou-se que o efeito da posição na peça, do tempo de tratamento, da concentração da solução preservativa, da interação entre posição e o tempo (eucalipto) e entre a posição e a concentração (eucalipto e bracatinga) foi significativo pelo teste de F.             O efeito da interação entre posição e tempo (eucalipto) e entre posição e concentração (eucalipto e bracatinga) e o efeito do tempo (bracatinga)  foram  analisados pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade (Tabela 5).

TABELA 4: Resumo das análises de variância da penetração (mm) de cobre e boro nos moirões de eucalipto e bracatinga.

TABLE 4: Summary of variance analyses of penetration (mm) of copper and boron in eucalypts and bracatinga fence posts.

Fontes

 

Elemento Cobre

Elemento Boro

de

GL

Eucalipto

Bracatinga

Eucalipto

Bracatinga

Variação

 

QM

QM

QM

QM

Posição

 5

2907,39 **

   369,11 **

2745,17 **

1981,00 **

Tempo

 2

1449,63 **

 49,80 **

2259,56 **

1018,20 **

Concentração

 2

 294,69 **

   191,52 **

258,46 **

  888,96 **

Pos. x Tempo

10

  44,41 **

  1,15 ns

  76,15 **

  101,27 **

Pos. x Conc.

10

  26,78 **

 18,15 **

  49,79 **

  121,81 **

Tempo x Conc.

 4

    15,82 ns

  7,04 ns

215,65 **

  74,85 *

Pos. x Tempo x Conc.

20

  7,41 ns

  1,44 ns

  54,21 **

   31,11 ns

Resíduo

      162

      9,27

       6,75

      21,04

         30,15

Média Geral

      9,23

       5,63

      13,75

         10,81

Coeficiente de Variação

    33,00

     46,13

      33,35

         50,79

Em que: ** = Significativo a 1% de probabilidade; * Significativo e ns = Não-significativo a 5% de probabilidade, respectivamente.

Com relação ao efeito do tempo de tratamento, o teste de Tukey (Tabela 5) revelou que o tempo de 8 dias proporcionou, para a madeira de bracatinga,  uma penetração superior ao de 2 dias. A penetração alcançada pelo tempo de 5 dias de tratamento apresentou resultados intermediários aos tempos de 2 e 8 dias.

A análise do efeito da posição nas peças (eucalipto)  em cada tempo de tratamento indicou que, nas posições 1 e 2 (Figura 1), o tempo de 8 dias proporcionou uma penetração superior aos tempos de 2 e 5 dias, tendo o de 2 dias proporcionado a menor penetração.  As posições 3, 4 e 5 apresentaram, aos 5 e 8 dias de tratamento, resultados semelhantes e superiores ao proporcionado pelo tempo de 2 dias. Porém para a posição 6 (topo das peças), não foi observada diferença significativa entre os tempos de tratamento. No entanto, em cada tempo, notou-se que a posição 1 (base da peça) foi aquela em que o cobre penetrou mais profundamente, diminuindo da base para o topo das peças, tendo a posição 6 apresentado a menor penetração.           

TABELA 5: Comparações múltiplas entre médias, pelo teste de Tukey, para a penetração (mm) do cobre e boro nos moirões de eucalipto e bracatinga.

TABLE 5: Multiple comparisons among averages, by the Tukey’s test, for penetration (mm) of copper and boron in eucalypts and bracatinga fence posts.

Efeito do tempo de tratamento na penetração do cobre (mm) na bracatinga

Tempo (dias)

Penetração (mm)

8

6,47 a

5

 5,62 ab

2

4,81 b

Efeito da posição na peça na penetração (mm) em cada tempo de tratamento

Eucalipto

             Bracatinga

Posição

na

 Peça

Cobre

Boro

Posição

na

Peça

Boro

Tempo (dias)

Tempo (dias)

Tempo (dias)

8

5

2

8

5

2

8

5

2

1

33,00Aa

24,38Ba

19,44Ca

36,59Aa

26,21Ba

26,12Ba

1

25,65Aa

27,21Aa

13,63Ba

2

18,40Ab

12,57Bb

6,69Cb

21,65Ab

16,10ABb

13,19Bb

2

18,67Aab

12,94ABb

9,68Bab

3

13,40Ac

9,12Ab

2,85Bbc

17,67Abc

11,88ABbc

9,48Bbc

3

18,40Aab

11,23ABb

8,11Bab

4

8,54Ad

4,61Abc

0,48Bc

14,19Acd

9,31ABcd

4,60Bcd

4

13,25Abc

9,13Ab

6,44Aabc

5

5,94Ade

1,83Abc

0,02Bc

10,88Ad

6,29ABcd

1,04Bd

5

9,90Ac

7,25Abc

3,15Abc

6

3,90Ae

0,88Ac

0,00Ac

18,91Abc

3,21Bd

0,25Bd

6

0,00Ad

0,00Ac

0,00Ac

                   Eucalipto – Cobre

                   Bracatinga – Cobre

Posição na Peça

Concentração (%)

Posição na Peça

Concentração (%)

5

3,5

2

5

3,5

2

1

28,58Aa

27,67Aa

20,56Ba

1

16,02Aa

10,63Ba

8,17Ba

2

13,00ABb

14,92Ab

9,73Bb

2

7,92Ab

6,59Ab

4,92Aab

3

9,54Abc

10,08Ac

5,75Abc

3

6,32Abc

5,57Ab

3,75Ab

4

5,90Acd

4,67Ad

3,06Acd

4

5,29Abc

4,40Ab

2,94Ab

5

3,56Ad

2,67Ad

1,56Acd

5

4,37Abc

3,79Ab

2,48Ab

6

2,27Ad

1,44Ad

0,71Ad

6

3,48Ac

3,17Ab

1,58Ab

                   Eucalipto – Boro

                   Bracatinga – Boro

Posição

na Peça

Concentração (%)

Posição na Peça

Concentração (%)

5

3,5

2

5

3,5

2

1

31,38Aa

30,04Aa

27,50Aa

1

28,42Aa

25,61Aa

12,46Ba

2

17,00Ab

18,02Ab

15,92Ab

2

17,46Ab

15,30ABb

8,52Ba

3

13,61Abc

13,65Abc

11,77Abc

3

16,54Ab

13,67ABb

7,52Bab

4

10,12Acd

9,71Acd

8,27Acd

4

12,13Abc

10,38Ab

6,31Aab

5

6,96Ad

6,63Ad

4,63Ade

5

6,56Ac

7,50Abc

6,23Aab

6

13,67Abc

6,51Bd

1,09Be

6

0,00Ac

0,00Ac

0,00Ab

Efeito do tempo de tratamento na penetração do boro (mm) em cada concentração

Eucalipto – Boro

Bracatinga – Boro

Tempo (dias)

Concentração (%)

Tempo (dias)

Concentração (%)

5

3,5

2

5

3,5

2

8

24,04Aa

21,57Aa

14,33Ba

8

16,76Aa

16,10Aa

10,07Ba

5

13,98Ab

11,64Ab

10,89Aab

5

14,79Aa

13,59Aa

5,50Bab

2

8,35Ac

9,08Ab

9,93Ab

2

9,00Ab

6,55Ab

4,95Ab

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na horizontal, ou pela mesma letra minúscula, na vertical, em cada quadro, não diferem entre si a 5% de probabilidade.

Para o efeito da posição em cada concentração (eucalipto), observa-se na posição 1, que as concentrações de 5 e 3,5% proporcionaram penetrações semelhantes e superiores a de 2%. Na posição 2, a concentração de 3,5% proporcionou uma penetração superior a de 2%, tendo a de 5% um valor intermediário. Para as demais posições, não foram observadas diferenças entre as concentrações. A posição 1 apresentou uma penetração superior às demais testadas. Tendo a penetração alcançada na posição 6, não diferido daquelas obtidas nas posições 4 e 5.

Para a bracatinga, notou-se, na posição 1 (Figura 1), que a concentração de 5% causou uma penetração superior às demais. Porém, para as demais posições, não se observou diferença significativa entre as concentrações. A exemplo do ocorrido  para o eucalipto, a posição 1 (base da peça) apresentou uma maior penetração. Exceto para a concentração de 2% em que a penetração nas posições 1 e 2 foi semelhante.

Para a penetração do boro (Tabela 4), observou-se que o efeito da posição, do tempo, da concentração e das interações de primeira ordem (eucalipto e bracatinga) e de segunda ordem (eucalipto) foi significativo pelo teste de F. O efeito das interações de primeira ordem foi desdobrado e analisado pelo teste de Tukey (Tabela 5).

A análise do efeito da posição nos tempos de tratamento (eucalipto) revelou que nas posições 1 e 6, o tempo de 8 dias proporcionou uma penetração superior aos demais tempos testados. Para as demais posições, o tempo de 8 dias proporcionou maior penetração que de o 2 dias, tendo o de 5 dias apresentado uma penetração intermediária. Para todos os tempos, notou-se que a penetração alcançada na posição 1 foi superior a das demais.

Para a bracatinga, observou-se que a penetração nas posições 1, 2 e 3 foi semelhante aos 5 e 8 dias. Para esses casos, a penetração proporcionada aos 2 dias foi inferior à conferida pelo tempo de 8 dias. Para as demais posições, a penetração foi semelhante para os tempos testados.  Para o tempo de 8 dias, a penetração nas posições 1, 2 e 3 foi semelhante, porém  na posição 4 a penetração foi diferente da atingida nas posições 1 e 6. Resultado semelhante foi obtido para o tempo de 2 dias. Nesse caso, a penetração na posição 4 não  diferiu das posições 1 e 6. Para o tempo de 5 dias, a penetração na posição 1 foi superior às demais.

Para o efeito da posição nas concentrações (eucalipto), notou-se diferença entre as concentrações apenas para a posição 6 (topo das peças), na qual a penetração proporcionada pela concentração de 5% foi superior. Para as concentrações testadas, a penetração na posição 1 (base das peças) foi superior a das demais. As penetrações nas posições 2 e 3 (região de afloramento das peças) também foram semelhantes. Para a concentração de 5%, a penetração obtida pela posição 6 foi semelhante à da região de afloramento. Isso ocorreu porque o boro, ao atingir o topo das peças, se difundiu radialmente, conferindo maior proteção às peças.     

Para a bracatinga, a penetração obtida nas posições 4, 5 e 6 foi semelhante para todas as concentrações. Para as posições 2 e 3, a concentração de 5% conferiu uma penetração superior à alcançada pela de 2%, enquanto que a de 3,5% apresentou valores intermediários entre as concentrações. Já para a posição 1, as concentrações de 3,5 e 5% conferiram penetração semelhante e superior a de 2%.

A análise da penetração em cada concentração indicou, para as concentrações de 3,5 e 5%, que a posição 1 foi aquela na qual o boro penetrou mais profundamente. Para a concentração de 3,5%, a penetração obtida nas posições 2, 3, 4 e 5 foi semelhante. Nessa mesma concentração, não houve diferença significativa entre a penetração nas posições 5 e 6. Para a concentração de 5%, a penetração obtida, nas posições 2, 3 e 4, foi semelhante, exceto para a posição 4, que superou  a penetração das posições 5 e 6. Já para a concentração de 2%, observou-se que as posições 1, 2, 3, 4 e 5 apresentaram penetrações semelhantes. A penetração alcançada nas posições 3, 4 e 5 não diferiu daquela obtida na posição 6.

A análise do tempo na penetração em cada concentração (eucalipto) indicou que os tempos de 2 e 5 dias proporcionaram uma penetração semelhante para as três concentrações. No entanto, aos 8 dias, a penetração obtida pela concentração  de 2% foi inferior à conferida pelas de 3,5 e 5%. Nas concentrações de 3,5 e 5%, as peças submetidas a 8 dias de tratamento apresentaram uma penetração superior às submetidas a 2 e 5 dias. No entanto, para a concentração de 2%, as peças tratadas por 5 dias apresentaram valores intermediários entres as peças tratadas durante 8 e 2 dias.

Para a bracatinga, não houve diferença significativa entre concentrações quando a madeira permaneceu 2 dias no tratamento. No entanto, os tempos de 5 e 8 dias proporcionaram, para as concentrações de 3,5 e 5%, penetração superior à atingida pela concentração de 2%.

Retenção do produto preservativo na madeira

A retenção média de CCB,  nos tratamentos a que as peças foram submetidas, é apresentada na Tabela 6. Nota-se que não foram observadas retenções  satisfatórias na posição 3, para o eucalipto, e 2 e 3,  para a bracatinga, em nenhum dos tratamentos. Isso demonstra que a parte interna da madeira de bracatinga não recebeu  um  tratamento  adequado,  em  nenhuma  das  situações  analisadas,  de acordo com a norma P-EB - 474 da  ABNT (1973a) que estipula uma retenção mínima de 6,5 kg/m3 de madeira para moirões tratados com sais hidrossolúveis.

TABELA 6: Retenção (kg/m3) de CCB pelos moirões de eucalipto e de bracatinga.

TABLE 6: Retention (kg/m3) of CCB at the eucalypts and bracatinga fence posts.

Tratamentos

Eucalipto

Bracatinga

Conc.

(%)

Tempo

Posições nos discos

Posições nos discos

(dias)

1

2

3

1

2

3

 

2

2

5

8

4,93

13,66

21,26

    0,63

    2,82

7,67

0,14

0,37

1,51

3,35

4,82

8,10

0,14

0,06

0,34

0,07

0,05

0,04

 

3,5

2

5

8

6,68

17,93

37,27

0,90

5,23

18,54

0,25

0,52

5,02

4,59

9,71

14,76

0,12

0,50

1,15

0,10

0,13

0,09

 

5

2

5

8

11,57

29,15

46,07

1,19

7,68

15,66

0,14

0,45

1,65

10,47

14,12

17,75

0,27

0,76

1,73

0,19

0,18

0,19

De acordo com a norma P-EB-474, uma retenção satisfatória na posição 1 (Figura 2), para o eucalipto, somente não foi obtida para as peças submetidas a 2 dias de tratamento à concentração de 2%. Para essa espécie florestal, obteve-se uma retenção satisfatória, na posição 2, para todas as concentrações, quando submetidas a 8 dias de tratamento, e para a concentração de 5%, após 5 dias. Uma boa retenção nas camadas mais profundas da madeira é requerida para protegê-la em caso de rachaduras que se desenvolvem durante  a secagem e uso da madeira.

Para a bracatinga, uma penetração satisfatória na posição 1 foi obtida com 8 dias de tratamento, para todas as concentrações  e, em 5 dias,  nas concentrações de 3,5 e 5%. A concentração de 5% proporcionou uma penetração satisfatória em todos os tempos de tratamento.

Um resumo das análises de variância para a retenção do CCB no eucalipto e bracatinga é apresentado na Tabela 7. Nota-se que o efeito da posição no disco, do tempo de tratamento, da concentração das soluções preservativas e da interação entre posição e tempo de tratamento, entre posição e concentração (eucalipto e bracatinga), entre tempo e concentração e da interação de segunda ordem (eucalipto) foi significativo pelo teste de F. O efeito da interação entre a posição e tempo, entre posição e concentração e entre tempo e concentração foi desdobrado e analisado pelo teste de Tukey (Tabela 8).

A análise do efeito da posição, na retenção do CCB, nos tempos de tratamento revelou diferença significativa entre os tempos para as posições 1 e 2 (eucalipto) e posição 1 (bracatinga). Para ambas as espécies e tempos testados, a retenção alcançada pela posição 1 foi superior a das demais. Os maiores valores de retenção na posição 1, segundo Wehr (1985), ocorrem por causa do contato direto das camadas externas da madeira com a solução preservativa.

O efeito da posição no disco na retenção do CCB em cada concentração testada (eucalipto e bracatinga) revelou diferença significativa entre as concentrações para a posição 1. Para a posição 2 no eucalipto, houve diferença  entre as peças submetidas à concentração de 2% e aquelas submetidas a 3,5 e 5%. Para todas as concentrações, a retenção na posição 1 foi superior às demais.

TABELA 7: Resumo das análises de variância da retenção de CCB (kg/m3) nos moirões de eucalipto e de bracatinga.

TABLE 7: Summary of variance analyses of CCB retention (kg/m3) in eucalypt and bracatinga fence posts.

Fontes de Variação

GL

Eucalipto

Bracatinga

QM

QM

Posição

2

3772,45 **

               1067,44 **

Tempo

2

1846,09 **

  67,95 **

Concentração

2

  420,17 **

  32,33 **

Pos. x Tempo

4

  456,46 **

  48,21 **

Pos. x Conc.

4

  201,00 **

  67,30 **

Tempo x Conc.

4

   94,86 **

    3,72 ns

Pos. x Tempo x Conc.

8

  22,67 *

     2,53 ns

Resíduo

81

 8,78

 2,79

Média Geral

 9,59

 3,48

Coeficiente de Variação

30,88

47,98

Em que: ** =Significativo a 1% de probabilidade; * =Significativo e ns não-significativo a 5% de probabilidade, respectivamente.

O efeito da concentração nos tempos de tratamento (eucalipto) revelou diferença significativa entre as concentrações para todos os tempos, tendo 8 dias sido superior aos demais para todas as concentrações. Observa-se que, para o tempo de 2 dias, não foi verificada diferença entre as concentrações.  Para o período  de 5 dias, a concentração de 5% proporcionou uma maior retenção nas peças, quando comparada às demais. Já para 8 dias, as concentrações de 3,5 e 5% proporcionaram uma retenção semelhante e superior à proporcionada por 2%.

A interação significativa de segunda ordem indicou que o tempo de tratamento e a concentração da solução preservativa agiram de modo dependente para proporcionar uma maior retenção na posição externa (posição 1 nos discos) para a madeira de eucalipto.

TABELA 8: Comparações múltiplas entre médias, pelo teste de Tukey, para a retenção do CCB (kg/m3) nos  moirões de eucalipto e bracatinga.

TABLE 8: Multiple range tests for averages, by the Tukey’s test, for CCB retention (kg/m3) in eucalypt and bracatinga fence posts.

Efeito da posição no disco na retenção (kg/m3) em cada tempo de tratamento

Eucalipto

Bracatinga

Posição

no Disco

Tempo (dias)

Posição

no Disco

Tempo (dias)

8

5

2

8

5

2

1

34,87Aa

20,25Ba

7,73Ca

1

13,54Aa

9,55Ba

6,20Ca

2

13,96Ab

  5,24Bb

0,91Cb

2

  1,07Ab

0,44Ab

0,18Ab

3

  2,73Ac

  0,45Ac

0,18Ab

3

  0,11Ab

0,12Ab

0,12Ab

Efeito da posição no disco na retenção (kg/m3) em cada concentração

Eucalipto

Bracatinga

Posição

no Disco

Concentração da Solução (%)

Posição

no Disco

Concentração da Solução (%)

5

3,5

2

5

3,5

2

1

28,93Aa

20,63Ba

13,28Ca

1

14,11Aa

9,69Ba

5,48Ca

2

 8,18Ab

 8,22Ab

 3,71Bb

2

 0,92Ab

 0,59Ab

0,18Ab

3

 0,74Ac

 1,93Ac

 0,67Ab

3

 0,19Ab

 0,11Ab

0,05Ab

Efeito da concentração da solução na retenção (kg/m3), no eucalipto, em cada tempo

Conc.

(%)

Tempo de Tratamento (dias)

8

5

2

5

21,13Aa

12,43Ba

4,30Ca

3,5

20,28Aa

 7,89Bb

2,61Ca

2

10,15Ab

 5,62Bb

1,90Ba

As médias seguidas pela mesma letra maiúscula, na horizontal, ou pela mesma letra minúscula, na vertical, em cada quadro, não diferem entre si a 5% de probabilidade.

Quando os fatores posição, tempo e concentração foram fixados, e comparou-se a retenção nas duas espécies, observou-se que o eucalipto apresentou uma retenção superior a da bracatinga.

CONCLUSÕES

O aumento da concentração da solução preservativa e do tempo de tratamento incrementaram a penetração e retenção do CCB nas peças de eucalipto e de bracatinga.

A madeira de eucalipto apresentou maiores penetração e retenção que a madeira de bracatinga para todas as situações analisadas.

A baixa penetração do elemento cobre, na região de afloramento das peças de bracatinga, inviabiliza sua utilização em contato direto com o solo.

As melhores penetrações e retenções foram obtidas com 8 dias de tratamento preservativo para todos os níveis de concentração empregados. Assim, o tempo de tratamento foi a variável mais importante entre as espécies.

Apesar da tratabilidade da madeira ter sido inferior a do eucalipto, o emprego de peças roliças de bracatinga para moirões e pequenos postes para a eletrificação rural, é viável, desde que as peças permaneçam, nas soluções preservativas até atingirem uma retenção mínima de 6,5 kg de ingredientes ativos/m3 de madeira tratada.

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  • VITAL, B.R. Métodos de determinação da densidade básica da madeira. Viçosa: SIF/UFV, 1984. 21 p. (Boletim Técnico, 1).
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