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Ciência Florestal
Centro de Pesquisas Florestais - CEPEF, Departamento de Ciências Florestais - DCFL, Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal - PPGEF
ISSN: 0103-9954 EISSN: 1980-5098
Vol. 20, Num. 3, 2010, pp. 533-552

Ciência Florestal, Vol. 20, No. 3, July-Sept, 2010, pp. 533-552

A regeneração natural sob plantações florestais: desertos verdes ou redutos de biodiversidade?

Natural regeneration under forest platations: "Green deserts" or milieu for biodiversity?

Ricardo Augusto Gorne Viani1 Giselda Durigan2 Antônio Carlos Galvão de Melo3

1. Engenheiro Agrônomo, MSc., Doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal, Universidade Estadual de Campinas, Caixa Postal 6109, CEP 13083-970, Campinas (SP). ragviani@yahoo.com.br
2. Engenheira Florestal, Drª., Pesquisadora Científica, Floresta Estadual de Assis, Instituto Florestal, Caixa Postal 104, CEP 19802-970, Assis (SP). giselda@femanet.com.br
3. Engenheiro Florestal, Dr., Analista de Recursos Ambientais, Floresta Estadual de Assis, Instituto Florestal, Caixa Postal 104, CEP 19802-970, Assis (SP). acgmelo@gmail.com

Recebido para publicação em 11/08/2008 e aceito em 29/03/2010.

Code Number: cf10045

RESUMO

Se, por um lado, plantios florestais comerciais têm sido apontados como “desertos verdes”, por outro, diversos estudos realizados nas últimas duas décadas demonstram o contrário, sugerindo que tais florestas podem catalisar a regeneração natural em seu sub-bosque e, assim, contribuir para a conservação da biodiversidade. Com a finalidade de obter uma visão ampla e multifacetada sobre as plantações florestais e seu potencial para a conservação e a restauração da diversidade biológica, efetuou-se a compilação dos principais resultados de estudos que tratam da regeneração natural sob plantios florestais, com destaque para os realizados no Brasil. Os resultados compilados são bastante heterogêneos, indicando que fatores históricos e ambientais, como densidade de copas e disponibilidade de luz no sub-bosque, idade do plantio, espécie florestal plantada, distância de remanescentes de vegetação nativa, manejo das florestas plantadas e histórico de utilização da área influenciam direta ou indiretamente a riqueza, a densidade e a estrutura da regeneração natural sob os plantios. No entanto, inevitavelmente, os estudos investigados reforçam a idéia de que plantios florestais comerciais podem funcionar como redutos da biodiversidade, ao menos para alguns grupos de seres vivos, e também como facilitadores da restauração ecológica de florestas nativas. Com relação ao Brasil, conclui-se que, embora abundantes, os estudos já feitos concentram-se em determinadas regiões e biomas e são, em sua maioria, descritivos. É desejável, portanto, a realização de estudos que investiguem experimentalmente os fatores específicos que influenciam a dinâmica da regeneração natural sob os plantios e sistemas de manejo que proporcionem uma combinação ótima de produção e conservação da biodiversidade. É desejável ainda que esses estudos abranjam também outras regiões fitogeográficas do País, onde plantações florestais também são expressivas.

Palavras-chave: plantios florestais; regeneração natural; restauração ecológica; conservação da biodiversidade.

ABSTRACT

Although commercial forest plantations have been termed “green deserts”, several studies from the last two decades have reported the opposite. These studies suggest that forest plantations can catalyze the natural regeneration in their understory and, thus, contribute to biodiversity conservation. In order to obtain a wide and multi-faceted panorama of forest plantations and their potential contribution to biodiversity conservation and forest restoration, previous studies investigating natural regeneration under forest plantations have been reviewed, highlighting those carried out in Brazil. Methods and environmental conditions are quite variable among studies, making generalizations difficult. Nevertheless, results indicate that historical and environmental factors, such as canopy density and light availability, plantation age, forest species, distance from natural forests, silvicultural practices, and previous land use directly or indirectly affect natural regeneration richness, abundance and community structure under forest plantations. The reviewed studies, as a whole, reinforce the idea that commercial forest plantations can act as environments of biodiversity, at least for some life forms, and, in addition, can facilitate the restoration of native forests. Although the Brazilian studies are abundant, they have been restricted to a few regions and biomes and are mostly descriptive studies. Experimental studies focusing on specific factors that affect the natural regeneration dynamic under forest plantations as well as on management techniques in order to combine high production and biodiversity conservation are desirable. Nonetheless, other biomes and regions rather than those already studied, where forest plantation is a common land use, should be considered.

Keywords: forest plantations; natural regeneration; ecological restoration; biodiversity conservation.

INTRODUÇÃO

Plantações florestais comerciais, ocupando extensas áreas contínuas de monoculturas, têm sido, com relativa frequência, metaforicamente, denominadas pela mídia como “desertos verdes” e, como tais, alvo de inúmeras críticas, algumas delas analisadas por Lima (1996), o que usualmente desperta reações hostis, como se esta fosse a forma mais indesejável de uso da terra quando se busca a conservação da natureza.

Essa imagem se originou, possivelmente, da comparação equivocada dessas florestas plantadas com florestas nativas, em vez da comparação da silvicultura com outras monoculturas comerciais, como a de grãos ou a de cana-de-açúcar.

Estudos recentes sobre a regeneração natural de plantas nativas sob árvores exóticas e nativas cultivadas, porém, têm demonstrado que as plantações florestais são, muitas vezes, e em determinadas circunstâncias, redutos de biodiversidade. As implicações dessas descobertas conduzem à necessidade de se rever as plantações florestais e seu manejo pelo prisma de ciências contemporâneas, como a Biologia da Conservação, a Ecologia da Paisagem e a Ecologia da Restauração.

O desmatamento e a conversão das florestas nativas em áreas agrícolas continuam sendo executados em taxas alarmantes. Estima-se que a taxa mundial de desmatamento de florestas naturais para o período de 2000-2005 tenha sido de cerca de 13 milhões de hectares por ano. As florestas cobriam, em 2005, aproximadamente 30% da área total do planeta. Entretanto, apenas cerca de um terço desse percentual equivalia a florestas primárias (FAO, 2005). Além disso, as áreas com florestas concentram-se em algumas regiões do planeta, havendo mais de 60 países em que os valores de cobertura florestal não ultrapassam 10% da área total (FAO, 2005).

Boa parte das regiões tropicais que no passado estavam ocupadas por florestas hoje tem sua cobertura florestal natural altamente fragmentada e/ou restrita a pequenas porções de terra onde a expansão agrícola ou urbana não foi possível (DI BITETTI et al., 2003). Esse cenário causa preocupação não só pela possibilidade de perda de biodiversidade, com a extinção de muitas espécies, mas também porque acelera o processo erosivo, reduz a fertilidade dos solos e pode gerar, para as comunidades locais, impactos socioeconômicos negativos.

Por outro lado, é também crescente, em todos os continentes do planeta, a taxa com que florestas com fins comerciais têm sido plantadas. Somente no período de 2000-2005, a área dos plantios florestais aumentou cerca de 2,8 milhões de hectares por ano. Em 2005, as estimativas apontavam para cerca de 109 milhões de hectares ocupados com florestas plantadas, sobretudo para florestas voltadas à produção madeireira e/ou de fibras (FAO, 2005).

Plantios de espécies florestais exóticas e nativas com fins comerciais têm papel importante na composição da paisagem e da economia de muitas regiões do planeta (FAO, 2005). Tradicionalmente, o manejo desses plantios visava somente à maximização da produção, muito embora se conhecessem os possíveis benefícios dessa atividade com relação à conservação dos solos e de recursos hídricos (KEENAN et al., 1997). Mais recentemente, além de serem reconhecidas como áreas produtivas, a preocupação cada vez maior com os efeitos da degradação das paisagens naturais e a tendência das leis ambientais se tornarem cada vez mais rigorosas têm levado as plantações florestais a serem investigadas quanto à capacidade de propiciarem a reabilitação e a restauração de áreas degradadas (KEENAN et al., 1997; CAMUS et al., 2006).

Áreas ocupadas com plantios florestais, quer pelas suas características de ciclo longo, quer pela aplicação reduzida de pesticidas, ou ainda pelo ambiente interno que propiciam, têm se mostrado ambientes mais permeáveis para a flora e a fauna do que áreas ocupadas com outras atividades agropecuárias que também ocupam áreas extensas, como pastagens ou monoculturas de grãos e cereais (CARNEIRO, 2002; CAMUS et al., 2006).

Plantações florestais promovem uma série de mudanças no ambiente, como alteração microclimática e da fertilidade do solo, supressão de gramíneas invasoras dominantes (MODNA 2010) e provimento de habitat para dispersores de sementes, culminando assim com a recolonização do sub-bosque por espécies nativas (PARROTTA et al., 1997; CAMUS et al., 2006). As espécies florestais plantadas desempenhariam, no sistema, o mesmo papel desempenhado por espécies pioneiras sob condições naturais (TABARELLI et al., 1993; SILVA JÚNIOR et al., 1995).

Nas duas últimas décadas, vários estudos têm demonstrado que plantios florestais podem ser catalisadores da sucessão secundária, facilitando a regeneração natural da vegetação nativa por meio do favorecimento da germinação e do estabelecimento de plântulas, do desenvolvimento de uma camada de serapilheira e húmus e do aumento da complexidade estrutural do habitat (LAMB, 1998; PARROTTA, 1999; ENGEL e PARROTTA, 2003; CARNEIRO e RODRIGUES, 2007).

Com a finalidade de obter uma visão ampla e multifacetada sobre as plantações florestais e seu potencial de contribuição para a conservação e restauração da diversidade biológica, efetuou-se a compilação dos principais resultados de estudos que tratam da regeneração natural sob plantios florestais, com destaque para os realizados no Brasil. Com base nesses estudos, são discutidos os principais fatores que interferem na riqueza, densidade e estrutura da regeneração natural sob os plantios. Discutem-se, ainda, linhas prioritárias de pesquisa que podem elucidar questões relevantes sobre o assunto e nortear o manejo das plantações florestais de modo a melhor conciliar a produção e a conservação da natureza.

BREVE PANORAMA DOS ESTUDOS JÁ REALIZADOS EM OUTROS PAÍSES

Estudos investigativos sobre o efeito catalisador de plantios florestais sobre a regeneração florestal já foram realizados em diversos países, localizados em diferentes continentes e sob distintos climas e biomas, tais como Porto Rico (LUGO, 1992; PARROTTA, 1999), México (PÉREZ-SALICRUP et al., 2006) e Havaí (HARRINGTON e EWEL, 1997) nas Américas; China (LEE et al., 2005), Índia (SAHA, 2001), Sri Lanka (SHIBAYAMA et al., 2006), Indonésia (OTSAMO, 2000) e Tailândia (OBERHAUSER, 1997; KOONKHUNTHOD et al., 2007) na Ásia; Etiópia (SENBETA et al., 2002; LEMENIH e TEKETAY, 2005), Zimbábue (TYYNELÄ, 2001), África do Sul (GELDENHUYS, 1997) e Uganda (CHAPMAN et al., 2002) na África; e Austrália (KEENAN et al., 1997) na Oceania, dentre muitos outros.

Também variável é a espécie florestal que tem sido alvo de investigações da regeneração natural em seu sub-bosque, com destaque para as espécies dos gêneros Pinus (LUGO, 1992; GELDENHUYS, 1997; KEENAN et al., 1997; OBERHAUSER, 1997; ARÉVALO e FERNÁNDEZ-PALACIOS, 2005; SHIBAYAMA et al., 2006) e Eucalyptus (BONE et al., 1997; GELDENHUYS, 1997; HARRINGTON e EWEL, 1997; PARROTTA, 1999; TYYNELÄ, 2001; SENBETA et al., 2002; YIRDAW e LUUKKANEN, 2003; LEMENIH e TEKETAY, 2005), amplamente cultivadas em várias regiões do planeta e utilizadas para diversos fins comerciais.

Outras espécies florestais comerciais menos difundidas, mas com plantios concentrados em determinadas regiões, também vêm sendo estudadas com relação ao potencial catalisador da regeneração natural da vegetação nativa. Entre essas espécies, podem ser citadas Tectona grandis L. f. (SAHA, 2002), Flindersia brayleyana F. Muell. (HARRINGTON e EWEL, 1997; KEENAN et al., 1997), Araucaria cunninghamii Aiton ex D. Don e Toona ciliata M. Roem. (KEENAN et al., 1997), Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit e Casuarina equisetifolia L. (PARROTTA, 1999) e espécies dos gêneros Cupressus (SENBETA et al., 2002; LEMENIH e TEKETAY, 2005; PÉREZ-SALICRUP et al., 2006) e Acacia (OTSAMO, 2000; LEE et al., 2005), dentre muitas outras.

DIAGNÓSTICO DOS ESTUDOS JÁ REALIZADOS NO BRASIL

O Brasil contém aproximadamente 5,2 milhões de hectares ocupados com plantios florestais, sendo o sétimo país em área ocupada com essa atividade produtiva (2,7% da área mundial) (FAO, 2005). No Brasil, as principais espécies florestais plantadas são, em ordem decrescente de área ocupada, eucalipto (Eucalyptus spp.) e pinus (Pinus spp.), sendo os plantios, na maioria dos casos, voltados para o provimento de matéria-prima à indústria madeireira (ABRAF, 2008).

No Brasil, assim como em outras regiões do mundo, as dificuldades técnicas em restaurar áreas muito degradadas, aliadas aos custos elevados da restauração com plantio de espécies nativas, têm gerado estudos investigativos com relação à capacidade de plantios puros com espécies exóticas serem catalisadores da sucessão florestal. Esses estudos iniciaram-se na década de 1990, sendo mais frequentemente estudados os plantios de espécies do gênero Eucalyptus (Tabela 1).

Embora haja plantios florestais comerciais em todas as regiões do País (ABRAF, 2008), observa-se que os estudos de avaliação da regeneração natural sob tais plantios se concentram na Região Sudeste, mais precisamente nos estados de Minas Gerais e São Paulo (Tabela 1), que são também estados que se destacam em relação à área destinada a produção florestal (ABRAF, 2008). Em virtude disso, quando se analisa a matriz vegetacional em que estudos de avaliação da regeneração natural sob plantios já foram realizados, observa-se que as formações investigadas correspondem basicamente àquelas com ocorrência na Região Sudeste do País ─ floresta ombrófila densa, floresta estacional semidecidual, cerrado e áreas de contato entre esses dois últimos tipos de vegetação (Tabela 1).

Além disso, é importante salientar que diferenças na riqueza e na densidade de regeneração natural apontadas nos trabalhos são decorrentes não apenas de diferentes potenciais de regeneração, mas também de variações no universo de amostragem (tamanho da área e critério de inclusão) e no esforço amostral empregado. A idade das árvores plantadas, a área total amostrada e o critério de inclusão dos indivíduos inventariados são bastante variáveis entre os estudos (Tabela 1), o que limita a comparação direta das comunidades em regeneração. Alguns estudos comparam a regeneração sob o plantio com a de florestas adjacentes, permitindo inferências sobre o efetivo potencial dos plantios como catalisadores da sucessão florestal local. Durigan et al. (1997), comparando a regeneração natural dos indivíduos em talhão de Eucalyptus citriodora dois anos após o corte raso, que ocorreu aos 20 anos, com remanescente de cerradão, livre de perturbações durante 22 anos, constataram que a densidade dos indivíduos e o número de espécies eram praticamente os mesmos para ambas as áreas, ressaltando que a diferença reside apenas do fato de que, no talhão de E. citriodora, os indivíduos regenerantes ainda eram jovens e de pequeno porte. Nas condições desse estudo, os autores concluíram que a vegetação de cerrado sob floresta de eucalipto tem grande potencial de regeneração natural.

Tabarelli et al. (1993), avaliando a regeneração natural sob plantios de Eucalyptus grandis no Núcleo Santa Virgínia, São Paulo, encontraram 67 espécies (perímetro à altura do peito ≥ 10 cm), sendo 52,4% espécies típicas de sub-bosque. Além disso, ao comparar esses valores com os de uma floresta secundária inicial próxima e com a mesma idade, os autores observaram que o sub-bosque da floresta de Eucalyptus grandis possui, em algumas áreas, uma riqueza maior de espécies e grupos ecológicos, porém apresentando, na maioria dos casos, populações pouco expressivas.

Por fim, ainda considerando os estudos já realizados no Brasil, observa-se que a maior parte destes corresponde a investigações com objetivo principal de caracterizar florística e estruturalmente (riqueza e densidade) o estrato regenerante sob os plantios. Embora alguns estudos até discutam os fatores que influenciam e determinam a regeneração, identificar esses fatores não era o objetivo principal, não havendo desenhos experimentais e hipóteses testáveis com o objetivo focado na avaliação do papel de algum fator ambiental, manejo e/ou processo envolvido na dinâmica de regeneração natural sobre os plantios.

PRINCIPAIS FATORES DETERMINANTES DA REGENERAÇÃO NATURAL EM PLANTIOS FLORESTAIS

O padrão de sucessão secundária no sub-bosque de plantios florestais homogêneos caracteriza-se por apresentar-se sob a forma de mosaico, onde a densidade e riqueza dos indivíduos regenerantes e a proporção destes, nos diferentes grupos ecológicos, variam significativamente no espaço, indo desde áreas sem regeneração arbórea até áreas onde há um conjunto diversificado de espécies em alta densidade, pertencentes aos diferentes grupos ecológicos (TABARELLI et al., 1993).

Segundo Carneiro e Rodrigues (2007), há uma tendência da regeneração natural sob plantios apresentar distribuição espacial agregada, por causa (1) da dispersão das sementes de algumas espécies (barocórica, autocóricas e zoocóricas com dispersores ausentes) concentrada ao redor dos parentais; (2) da preferência das espécies por sítios com melhores níveis de fertilidade do solo e/ou de disponibilidade de água; e (3) da abertura de clareiras nos plantios, que propiciam a concentração da regeneração, sobretudo de indivíduos de espécies pioneiras.

Esses aspectos foram também apontados por Calegario et al. (1993b), que sugerem que a distribuição espacial agregada dos indivíduos regenerantes é mais evidente para as espécies com frutos pesados e não dispersos por animais (barocóricas) e para aquelas que apresentam exigência por determinado sítio específico, em especial no que diz respeito às propriedades físicas, químicas e mecânicas do solo.

Nesse mesmo sentido, a regeneração natural sob plantios florestais é também muitas vezes concentrada em relação à distribuição da abundância entre as espécies regenerantes, com algumas poucas espécies apresentando elevada densidade, enquanto as outras espécies, em maior número, estão representadas por poucos indivíduos regenerantes (YIRDAW e LUKKANEN, 2003). Além disso, embora não seja regra, frequentemente as espécies mais abundantes no estrato regenerante dos plantios apresentam rebrota de caules ou raízes (SAHA, 2001; VIANI, 2005) e/ou correspondem a espécies zoocóricas cujos diásporos são dispersos por animais para o interior do plantio (CARNEVALE e MONTAGNINI, 2002).

Há um fator adicional que parece primordial para o sucesso da regeneração sob plantações florestais, especialmente em regiões de domínio do cerrado: o uso da terra anterior ao reflorestamento. Em plantio experimental de espécies exóticas com a finalidade de induzir a regeneração de espécies nativas no sub-bosque em área de cerrado utilizada por longo tempo como pastagem, Durigan et al. (1998) verificaram baixa densidade e baixa diversidade e concluíram que a inexistência de banco de sementes ou de estruturas subterrâneas que pudessem rebrotar restringe a resiliência do ecossistema.

Quanto à distribuição das espécies regenerantes por síndromes de dispersão, parece haver um predomínio de espécies zoocóricas entre os indivíduos regenerantes (LOMBARDI e MOTTA JUNIOR, 1992; KEENAN et al., 1997; OBERHAUSER, 1997; CARNEVALE e MONTAGNINI, 2002; CARNEIRO e RODRIGUES, 2007), comprovando a importância desse tipo de dispersão para a colonização de ambientes alterados. No entanto, esse padrão parece, em algumas situações, apenas refletir os padrões encontrados para a formação vegetacional em que cada plantio está inserido (TABARELLI et al., 1993).

Segundo Powers et al. (1997), o padrão de riqueza e densidade do estrato regenerante de espécies arbóreas normalmente se repete para outras formas de vida vegetal. Em outras palavras, isso significa que áreas com maior riqueza de árvores no estrato regenerante, normalmente apresentam também maior riqueza de outras formas de vida, tais como arbustos, lianas, epífitas e ervas.

Também se constata que áreas com maior riqueza e densidade de árvores regenerantes em estágio adulto são também as que apresentam maior densidade de plântulas e indivíduos jovens de espécies arbóreas (VIANI, 2005).

Vários fatores têm sido apontados como determinantes do sucesso da regeneração natural sob os plantios. Os mais citados e estudados são a densidade de copas (GELDENHUYS, 1997; BONE et al., 1997; ARÉVALO e FERNÁNDEZ-PALACIOS, 2005), a espécie plantada (GELDENHUYS, 1997; HARRINGTON e EWEL, 1997), a idade do plantio (GELDENHUYS, 1997), a heterogeneidade físico-química dos solos sob as áreas dos plantios (NAPPO et al., 2005; SARTORI et al., 2002), a distância de remanescentes florestais (YIRDAW e LUKKANEN, 2003) e o manejo e histórico da área (LEMENIH e TEKETAY, 2005).

Densidade de copas e disponibilidade de luz

Considerando que a luz é um fator importante para a dinâmica de regeneração natural (SWAINE e WHITMORE, 1988; WITHMORE, 1989), as variações na densidade de copas são certamente um dos principais reguladores da regeneração no sub-bosque dos plantios florestais (BONE et al., 1997; BARBOSA et al., 2009).

Estudos demonstram que o sombreamento do sub-bosque pela copa das árvores plantadas apresenta correlação positiva com a densidade e riqueza da regeneração natural (CARNEVALE e MONTAGNINI, 2002). Em plantios de Pinus nas Ilhas Canárias (ARÉVALO e FERNÁNDEZ-PALACIOS, 2005), a proteção do solo e o sombreamento se mostraram como principais fatores correlacionados positivamente com o estabelecimento de espécies nativas no sub-bosque.

Quando os níveis de sombreamento são baixos, é favorecida a regeneração de gramíneas e outras espécies herbáceas (CARNEVALE e MONTAGNINI, 2002), em detrimento de espécies lenhosas (GUARIGUATA et al., 1995). A cobertura de gramíneas e de pteridófitas, por sua vez, apresenta correlação negativa com riqueza de espécies do estrato regenerante sob o plantio (POWERS et al., 1997), sendo a presença de espécies herbáceas invasoras um dos fatores limitantes ao estabelecimento dos indivíduos regenerantes (CARNEVALE e MONTAGNINI, 2002).

Modna (2010), estudando a regeneração da vegetação ripária em região de cerrado sob Pinus elliottii em diferentes densidades, verificou correlação direta entre a densidade das árvores plantadas e a densidade e a riqueza da regeneração, aos 11 anos. Ao analisar também a cobertura do piso, a autora verificou que o maior sombreamento e a deposição de serapilheira aceleram a eliminação das gramíneas e, assim, as plantas lenhosas nativas são beneficiadas, corroborando o observado por Carnevale e Montagnini (2002).

Além disso, segundo Powers et al. (1997), o sombreamento pode facilitar a regeneração pelo fato de aumentar o trânsito de aves e morcegos, que contribuem para a regeneração ao trazerem diásporos para as áreas.

Entretanto, nem sempre o sombreamento é visto como facilitador da regeneração natural. Em alguns casos, como sob plantios de Pentaclethra sp. na Costa Rica, as características morfológicas e ecológicas intrínsecas da espécie proporcionam um sombreamento tão alto que o sub-bosque não é iluminado o suficiente para que as plantas que se regeneram se desenvolvam em altura (POWERS et al., 1997). Seguindo essa mesma tendência, Bone et al. (1997) encontraram, em plantios de Eucalyptus camaldulensis no Malawi, correlação negativa entre cobertura de copa pelas árvores plantadas e diversidade florística da regeneração natural.

Parece haver, portanto, um espectro de luminosidade dentro do qual a regeneração de espécies arbóreas sob plantios florestais é favorecida. Em sub-bosque de reflorestamentos com elevada intensidade luminosa parece predominar a regeneração de herbáceas, gramíneas e pteridófitas, aparecendo poucas espécies lenhosas; já em áreas com valores muito baixos de disponibilidade de luz, a pouca luz incidente geralmente ocasiona a ausência de regeneração arbórea no sub-bosque (CUSACK e MONTAGNINI, 2004).

Poucos são, no entanto, os estudos que se propuseram a definir o espectro de intensidade de luz que favorece a regeneração. Ferreira et al. (2007) encontraram, sob plantios de Eucalyptus grandis em Lavras, MG, maiores valores de densidade de regeneração em áreas com cobertura de copas das árvores plantadas superior a 50%.

Em uma única área, pode ser observada heterogeneidade da cobertura de copas e, por isso, mesmo em plantios com sombreamento e regeneração expressiva, manchas sem regeneração de espécies nativas podem ocorrer em função da existência de clareiras. Nessas clareiras ou na borda dos reflorestamentos, quando o entorno não é florestal, o sub-bosque é mais iluminado, favorecendo o predomínio de espécies herbáceas e gramíneas na regeneração natural (GELDENHUYS, 1997).

A densidade de copas influencia a quantidade de serapilheira acumulada sobre o piso florestal e esse parece ser outro fator que afeta a regeneração natural sob plantios. Segundo Parrotta (1999), o acúmulo de serapilheira afeta tanto a densidade quanto a riqueza no sub-bosque dos plantios, podendo o efeito desse acúmulo ser positivo ou negativo, de acordo com as características das sementes das espécies regenerantes. Espécies com sementes maiores, em razão das suas reservas maiores, seriam capazes de atravessar camadas espessas de serapilheira, enquanto espécies com sementes pequenas não teriam essa capacidade. Contrariando esses resultados, Cusack e Montagnini (2004) não encontraram associação entre acúmulo de serapilheira e densidade de regeneração natural.

Por fim, tanto a densidade de copas como a disponibilidade de luz proporcionada pelo plantio estão estreitamente relacionadas à idade do plantio (GELDENHUYS, 1997), à espécie florestal plantada (BONE et al., 1997) e à competição por outros recursos do meio, como água e nutrientes, fatores que serão discutidos adiante.

O que se verifica na reconstrução das comunidades nativas sob as plantações florestais é que, assim como em florestas nativas, há diversos filtros cuja importância relativa se altera no espaço e no tempo e que determinam as regras de montagem (“assembly rules”) da comunidade em regeneração e, portanto, o caminho que será seguido na sucessão (WEIHER et al., 1998; WILSON, 2001; BOSSUYT et al., 2005). Características da floresta plantada surgem como filtros adicionais àqueles que já atuam em comunidades nativas.

Idade do plantio

A idade das árvores plantadas relaciona-se com o sombreamento, com a competição e com o período de tempo para desenvolvimento da comunidade em regeneração natural. Com o tempo, a densidade das árvores plantadas diminui em decorrência do manejo ou da mortalidade. Entretanto, à medida que plantas nativas são recrutadas no sub-bosque, há aumento gradual na complexidade estrutural da vegetação, proporcionado pela diversificação da camada de serapilheira e pelo aumento da camada de húmus no piso florestal (SENBETTA et al., 2002). Há, portanto, uma tendência de aumento da riqueza e da densidade da regeneração natural (BARBOSA et al., 2009), bem como do diâmetro do caule e da altura dos regenerantes com o aumento da idade do plantio florestal (GELDENHUYS, 1997). No Zimbábue, África, por exemplo, plantios mais velhos e mais sombreados tendem a, gradativamente, diminuir a cobertura de gramíneas e aumentar a densidade de espécies arbustivas e arbóreas regenerantes (TYYNELA, 2001).

A idade influencia também a composição da comunidade regenerante. Plantios mais novos, em fase inicial de desenvolvimento, demonstram maior recrutamento de espécies pioneiras e invasoras. No entanto, a partir do fechamento das copas do povoamento, as condições no piso do talhão, notadamente o aumento do sombreamento, já discutido no item anterior, passam a favorecer o estabelecimento de espécies mais tardias na sucessão ecológica (CARNEIRO e RODRIGUES, 2007).

Por outro lado, a chegada de sementes de espécies anemocóricas tende a diminuir à medida que crescem as árvores plantadas, que passam a ser um obstáculo ao fluxo do vento. Portanto, indiretamente, com o aumento na idade do plantio, há tendência de aumento na proporção de espécies zoocóricas na comunidade em regeneração (KEENAN et al., 1997).

Espécie florestal

A capacidade de catalisar a regeneração natural é diferenciada de acordo com a espécie plantada (KEENAN et al., 1997; POWERS et al., 1997; CUSACK e MONTAGNINI, 2004; LEMENIH e TEKETAY, 2005), a qual influencia consideravelmente a densidade e a riqueza do estrato regenerante (OTSAMO, 2000). A espécie plantada é, portanto, um dos mais importantes filtros a direcionar o processo evolutivo da comunidade em regeneração.

Dentre outros fatores isso se deve ao fato de que cada espécie promove um sombreamento peculiar, além de proporcionar diferentes níveis de acumulação de serapilheira no solo. Esses fatores podem influenciar diretamente a germinação e a sobrevivência dos indivíduos regenerantes (CARNEVALE e MONTAGNINI, 2002). Nesse sentido, Carnevale e Montagnini (2002) sugerem que sejam utilizadas, como catalisadoras da regeneração natural, espécies que proporcionem, entre outras características, elevado sombreamento e acúmulo de serapilheira.

A capacidade diferenciada das espécies acumularem serapilheira e a variação na sua composição resultam não apenas em diferenças no potencial de regeneração das espécies vegetais, mas também no aparecimento de outras formas de vida, tais como a presença de macroinvertebrados do solo. Segundo Warren e Zou (2002), a concentração de nitrogênio e fósforo na serapilheira afeta diretamente a abundância e a biomassa dessa forma de vida sob os plantios florestais.

Segundo Powers et al. (1997), a capacidade da espécie em suprimir a presença de pteridófitas e gramíneas no seu sub-bosque é uma das razões para o seu sucesso como catalisadora da regeneração natural. Embora não as descreva efetivamente, os autores especulam que as características que afetam a supressão de gramíneas e pteridófitas estejam ligadas à arquitetura de copa e ao modo de crescimento da espécie. Nesse sentido, até mesmo a morfologia e posição (vertical ou horizontal) das folhas podem influenciar a regeneração no seu sub-bosque, uma vez que interfeririam diretamente na luz que atinge sub-bosque dos plantios (BONE et al., 1997). O grau de deciduidade da folhagem e a sua sazonalidade certamente também exercem influência sobre plantas em regeneração (GANDOLFI et al., 2007). Nesse conceito, as espécies plantadas atuariam, assim como espécies do dossel de uma floresta natural, como filtro para as espécies que tentam se desenvolver sob sua copa.

Além disso, a capacidade de uma espécie agir como catalisadora da regeneração natural seria afetada por características como capacidade de atração de dispersores e taxa de retorno de nutrientes ao solo (KEENAN et al., 1997; PARROTTA, 1999). Espécies leguminosas, simbiontes com bactérias fixadoras de nitrogênio, podem destacar-se como facilitadoras da regeneração natural, especialmente em solos degradados (FRANCO e FARIA, 1997; FRANCO et al., 2000).

Alguns estudos indicam que angiospermas tendem a ser mais favoráveis à regeneração natural em seu sub-bosque do que coníferas (e.g. KEENAN et al., 1997; SENBETTA et al., 2002). Segundo Senbetta et al. (2002), na Etiópia, os plantios de coníferas, voltados especificamente para a produção de madeira, apresentam ciclos de rotação longos, o que propicia um elevado sombreamento e uma densa camada de serapilheira, o que prejudicaria a regeneração de espécies nativas. Entretanto, isso não deve ser visto como regra geral para todas as situações e ambientes e não implica em dizer que algumas coníferas não apresentam resultados satisfatórios como catalisadores da regeneração natural, tal como observado por Lombardi e Motta Junior (1992), Chapman e Chapman (1996), Ashton et al. (1997), Geldenhuys (1997), Modna (2010) dentre outros estudos. Portanto, diferenças de potencial de catalisação da regeneração natural entre espécies podem ser decorrentes não diretamente de suas características morfológicas e ecológicas, mas dos diferentes sistemas de manejo adotados para cada uma delas.

Obviamente, nem todas as espécies florestais plantadas atuam como catalisadoras da regeneração natural em seu sub-bosque. Algumas delas podem, simplesmente, não ter efeito sobre a riqueza da regeneração quando comparadas, por exemplo, a pastos abandonados (POWERS et al., 1997). Como demonstrado, isso depende de várias características, sendo, portanto, imprescindível o conhecimento da biologia da espécie para a compreensão de sua influência sobre a regeneração em seu sub-bosque (HARRINGTON e EWEL, 1997).

Tanto espécies florestais nativas quanto exóticas podem apresentar papel catalisador da regeneração natural (PARROTTA, 1999). Espécies exóticas são, mais frequentemente, relatadas como catalisadoras da regeneração natural, mas isso se deve, em grande parte, ao fato de que, para a maioria das regiões, faltam informações silviculturais sobre espécies arbóreas nativas (LUGO, 1997).

Entretanto, é importante enfatizar que o comportamento de uma espécie em relação a esse papel pode ser muito variável em função da região em que é cultivada. A leucena (Leucaena leucocephala), por exemplo, mostrou-se catalisadora da regeneração natural quando plantada em Porto Rico, onde é nativa (PARROTTA, 1999). Porém, no Brasil, onde foi introduzida para ser cultivada como forrageira, aparentemente não favorece a regeneração em seu sub-bosque, sendo, inclusive, reportada em alguns estudos como espécie alelopática (CHOU e KUO, 1986; SCHERER et al., 2005). Num outro exemplo, plantações de Gmelina arborea Roxb. apresentaram, no sub-bosque, elevada regeneração natural arbórea na Costa Rica (HAGGAR et al., 1997) e baixa densidade de plantas nativas em regeneração natural sob plantios homogêneos avaliados na Indonésia (OTSAMO, 2000).

Há, portanto, para cada região, espécies florestais apropriadas para a função de catalisação da regeneração natural. Diante de tantas variáveis ambientais que interferem no estabelecimento dos plantios florestais e da regeneração natural sob as árvores plantadas, a extrapolação do comportamento de uma espécie, em uma dada região, para outras regiões com características totalmente diferentes deve ser, ao menos, cautelosa.

Além disso, é fundamental ressaltar que uma espécie florestal não deve ser recomendada como catalisadora da regeneração natural antes que se avalie o risco da espécie “escapar” dos plantios e se tornar invasora de ecossistemas naturais (PARROTTA et al., 1997; KENDLE e ROSE, 2000; D’ANTONIO e MEYERSON, 2002; MODNA, 2010).

Espécies com potencial de contaminação biológica comprovado devem ser evitadas, ou, se plantadas, atenção especial deve ser dada para que não se tornem invasoras. Dentre as espécies arbóreas cultivadas que são reconhecidamente invasoras, destacam-se, para as regiões dos neotrópicos, a leucena ─ Leucaena leucocephala e várias espécies do gênero Acacia (PARROTTA et al., 1997; GISP, 2005). No Brasil, além das citadas, podem ser destacadas como espécies arbóreas cultivadas que apresentam potencial invasor, algumas espécies do gênero Pinus, com destaque para Pinus taeda L. e Pinus elliottii, que contaminam sobretudo as restingas, os cerrados e os campos sulinos (GISP, 2005).

Distância de remanescentes de vegetação nativa

Dentre os fatores promotores de elevada heterogeneidade espacial, tanto florística como estrutural, da regeneração natural sob plantios florestais comerciais, o principal se refere à facilidade com que os diásporos chegam ao sítio de regeneração. Desse modo, quando há remanescentes de vegetação natural no entorno, os plantios tendem a apresentar maior densidade de regeneração natural em áreas mais próximas da borda, pela maior exposição aos ventos e por serem mais frequentadas por dispersores (LOMBARDI e MOTTA JUNIOR, 1992).

Em muitas regiões tropicais, os animais (especialmente morcegos e aves) são os principais dispersores de sementes e, portanto, têm grande importância para a dinâmica da regeneração de plantas (PARROTTA et al., 1997). Sua atuação como facilitadores da regeneração natural sob plantios obviamente dependerá, dentre outros aspectos, da distância que terão de percorrer entre as áreas que são fontes de sementes (remanescentes florestais) e as plantações (WUNDERLE, 1997).

Neri et al. (2005) encontraram maior riqueza e densidade de regeneração na borda dos talhões do que no interior e atribuíram esse resultado à dificuldade de chegada dos diásporos vindos de remanescentes florestais de cerradão ao interior do talhão de Eucalyptus. Os autores observaram ainda que a diminuição da chegada de diásporos é mais notada para as espécies anemocóricas que teriam a dispersão para o interior do reflorestamento prejudicada pelas copas das árvores plantadas. Poderia ter sido aventada uma segunda explicação, nesse caso. Por se tratar de vegetação de cerrado, a regeneração por sementes é relativamente menos frequente do que as rebrotas (HOFFMANN, 1998); a maior incidência de luz na borda pode ter intensificado a regeneração por rebrota, caso o reflorestamento tenha se instalado após a derrubada do cerrado.

Em plantios de Eucalyptus spp. na Etiópia, áreas não isoladas de remanescentes florestais apresentam maior densidade e diversidade de regeneração arbórea do que áreas isoladas, mesmo quando os fragmentos predominantes nas paisagens são pequenos e degradados (SENBETA et al., 2002; YIRDAW e LUKKANEN, 2003). Esses aspectos reforçam a idéia de que a ausência de fontes de sementes pode ser o principal fator limitante para a regeneração sob os plantios florestais (YIRDAW e LUKKANEN, 2003; SOUZA e BATISTA, 2004) e confirmam que mesmo os remanescentes pequenos e degradados podem ter papel importante para a restauração de áreas inseridas em paisagens degradadas (WUNDERLE, 1997).

A proximidade de remanescentes naturais estaria positivamente correlacionada à densidade do banco de sementes (BORGES e ENGEL, 1993) e ao estabelecimento de indivíduos regenerantes (CALEGARIO et al., 1993a). No entanto, pequenas áreas de plantios florestais, inseridas em paisagens em que a matriz ainda é florestal, são homogeneamente beneficiadas pela dispersão, a ponto de não demonstrar esse efeito. Nessas condições, a dispersão é eficaz e homogênea por todo o plantio e a regeneração pouco varia em função da distância dos remanescentes (KEENAN et al., 1997).

Manejo e intervenção nas florestas plantadas e a regeneração natural

As intervenções pré e pós-plantio na área têm, de maneira geral, grande influência na dinâmica e estrutura da comunidade nativa regenerante no sub-bosque dos plantios (BONE et al., 1997; CAMUS et al., 2006). A intensidade de preparação do solo, a densidade de plantio, o controle de competidores (plantas daninhas), os desbastes e o tempo de corte determinam o tempo para o aparecimento e a taxa de desenvolvimento das espécies regenerantes no sub-bosque dos plantios (CAMUS et al., 2006). Essas práticas podem mudar sensivelmente o ambiente e, consequentemente, a composição da regeneração natural no sub-bosque (ALLEN et al., 1995).

A começar pelo preparo do solo, estudos demonstram que essas práticas têm influência direta na composição de espécies nativas do sub-bosque dos plantios comerciais (BONE et al., 1997). Métodos de preparo do solo que incorporam os resíduos dos plantios anteriores e/ou que ocasionam o revolvimento do solo estão associados à diminuição da diversidade no sub-bosque (FABIÃO et al., 2002). Isso ocorreria porque o revolvimento do solo poderia destruir as estruturas vegetativas e/ou sementes existentes, diminuindo o potencial de geração de indivíduos regenerantes (TYYNELA, 2001). O impacto da mecanização do preparo de solo sobre a regeneração do cerrado foi comprovado por Durigan et al. (1998).

Períodos de rotação muito curtos diminuem as oportunidades de colonização por espécies com baixa taxa de dispersão e por espécies tardias na sucessão ecológica (KEENAN et al., 1997). Quando os períodos de rotação são curtos, há uma limitação de tempo para o desenvolvimento de uma estrutura complexa de sub-bosque que, consequentemente, limita o aparecimento de espécies nativas vegetais e de outras formas de vida (CAMUS et al., 2006). Assim, do ponto de vista da regeneração natural, ciclos de corte mais longos são desejáveis, pois aumentam a complexidade estrutural da comunidade vegetal e minimizam perdas e danos aos indivíduos regenerantes já existentes no momento da retirada ou colheita das árvores plantadas (CARNEIRO e RODRIGUES, 2007).

Camus et al. (2006) argumentam que a heterogeneidade é uma das principais características que favorecem a manutenção da biodiversidade nos plantios florestais e que várias seriam as maneiras de proporcionar essa heterogeneidade em plantios que tradicionalmente são bastante homogêneos.

Em escala local, a primeira e mais óbvia medida seria a implantação de plantios mistos. Entretanto, uma vez que, ao menos no Brasil, os plantios florestais ainda têm como principal objetivo a exploração comercial, essa idéia dificilmente seria incorporada pelo setor florestal produtivo, pois pouco conhecimento silvicultural existe sobre plantios mistos para fins comerciais.

Ainda segundo Camus et al. (2006), outras maneiras de aumentar ou manter a variabilidade local nos plantios com intuito de beneficiar a regeneração de espécies nativas, seriam: evitar ou diminuir a execução de práticas de manejo que promovam a limpeza do sub-bosque dos plantios, manter sempre os restos e detritos no local após práticas de manejo como desbaste e colheita, realizar práticas que aumentem os níveis de matéria orgânica no solo e diminuir o revolvimento e distúrbio do solo no preparo da área para o plantio e na colheita.

No entanto, parece haver um limite, dentro do qual os resíduos do corte das florestas plantadas (galhos e folhas) são benéficos. Segundo Carneiro e Rodrigues (2007), o acúmulo de grande volume de resíduos da exploração florestal deve ser evitado, pois pode prejudicar a regeneração natural, impedindo a germinação de sementes pelo volume de material sobre o solo e/ou pela redução da luminosidade próxima ao solo a níveis muito baixos. Os autores argumentam, entretanto, que deve ser feita uma análise caso a caso, para decidir sobre a realização de práticas de remoção desses resíduos, uma vez que essa prática pode ser muito custosa e trabalhosa.

Ribeiro (2007), estudando o efeito da retirada da serapilheira sob plantio de eucalipto em região de floresta Ombrófila densa no Rio de Janeiro, concluiu que, além da difícil operacionalização, essa operação ocasionou a diminuição de riqueza e diversidade das plantas nativas em regeneração.

Via de regra, práticas que aumentam a variabilidade e propiciam a manutenção da diversidade sob os plantios reduzem a eficácia de manejo das áreas do ponto de vista silvicultural (CAMUS et al., 2006). Considerando que o primeiro objetivo das florestas plantadas é a produção madeireira, a diversidade das plantações não seria facilmente incorporada na rotina de manejo dos plantios das grandes empresas florestais. Por outro lado, a supressão das operações de roçada sistemática do sub-bosque seria bem-vinda, por reduzir custos. Hoje as roçadas periódicas são feitas justamente para impedir a formação de sub-bosque, pois caso a regeneração se desenvolva, a exploração da floresta plantada pode ser impedida pelos órgãos de fiscalização ambiental.

Vale salientar que essas idéias e práticas cabem dentro do conceito emergente de “ecological forestry” (silvicultura ecológica) (SEYMOUR e HUNTER, 1999), que prega, dentre outros princípios, que sistemas silviculturais devem seguir, sempre que possível, os processos naturais da paisagem onde estão inseridos.

Em grandes áreas de plantios comerciais antigos, em que a silvicultura avançou até a margem dos rios, há extensas áreas que hoje são de preservação permanente, nas quais os plantios de árvores exóticas devem ceder espaço, em benefício das espécies nativas em regeneração. Nesses casos, a remoção gradual e cautelosa dos indivíduos plantados parece ser uma alternativa melhor do que a remoção total e instantânea das árvores do plantio. Segundo Otsamo (2000), quando há elevada regeneração, as árvores plantadas podem ser retiradas parcialmente por meio do corte seletivo de algumas árvores ou linhas de árvores, mantendo assim a estrutura e fisionomia da vegetação, ou, então, simplesmente esquecidas, fazendo com que gradualmente a vegetação regenerante passe a dominar.

Segundo Carneiro e Rodrigues (2007), quando há interesse em se eliminar a espécie plantada, há uma série de medidas que podem ser adotadas para minimizar o impacto dessa prática sobre a regeneração natural existente. Talvez, a mais importante delas seja a retirada parcial das árvores plantadas, que traz, dentre outras vantagens em relação ao corte de todo o plantio em uma única vez, o menor impacto sobre a regeneração já existente e o menor volume de material residual do corte acumulado sobre o solo.

Arévalo e Fernández-Palacios (2005) sugerem que não sejam removidas mais de 50% das árvores de uma única vez, para não favorecer demasiadamente a regeneração de espécies heliófitas herbáceas em detrimento de espécies arbóreas, que são beneficiadas por certo grau de sombreamento. Já Saporetti Junior et al. (2003), por outro lado, recomendam a eliminação das árvores plantadas por meio do anelamento, o que possibilitaria que os nutrientes das árvores mortas fossem incorporados ao solo, favorecendo o desenvolvimento da regeneração. Além disso, segundo os autores, a morte das árvores em pé faria com que funcionassem como poleiros para aves, mantendo a avifauna dispersora de sementes no local e diminuindo o impacto da retirada das árvores sobre essa comunidade.

Porém, nem sempre a remoção da espécie plantada é a estratégia mais adequada. Chapman et al. (2002) acompanharam a regeneração sob diferentes plantios em Uganda por três anos e verificaram que o corte manual das árvores plantadas não elevou a riqueza e a densidade de plantas nativas. Embora outros estudos deem razão para se supor o contrário, os autores destacam que um período de seca durante a realização dos estudos causou maior estresse hídrico à regeneração nas parcelas que haviam sido submetidas à retirada das árvores plantadas e sugerem que cada caso deve ser analisado individualmente, considerando os prós e contras da remoção, de acordo com a técnica de manejo para retirada e as variáveis ambientais locais, no caso clima e capacidade de armazenamento de água no solo.

Quando analisada na escala de paisagem e considerando que a fonte de sementes é importante para a regeneração natural da comunidade vegetal, o planejamento da colheita florestal, realizado com o intuito de catalisar a regeneração natural, deve considerar a possibilidade de não deixar as áreas em regeneração isoladas de remanescentes florestais (CARNEIRO e RODRIGUES, 2007).

Histórico de utilização dos recursos naturais

O histórico de uso anterior do solo também pode afetar a capacidade do plantio florestal proporcionar a catalisação da regeneração (LEMENIH e TEKETAY, 2005).

Uma vez que o fogo pode diminuir a densidade e riqueza do banco de sementes de espécies arbóreas (DALLING et al., 1997; MAROD et al., 2002; MELO et al., 2007) e inibir a regeneração de espécies não tolerantes ao fogo ou que não apresentam estratégias de rebrota de estruturas vegetativas (LWANGA, 2003), sua incidência influencia negativamente o potencial de regeneração natural sob plantios florestais. Um único evento de fogo é suficiente para causar redução significativa da diversidade e densidade de árvores regenerantes sob os plantios (SHYBAYAMA et al., 2006). Nesse sentido, plantios realizados em áreas que historicamente passaram por queimadas ou incêndios provavelmente teriam menor potencial para desenvolver, em seu sub-bosque, estrato regenerante abundante e diversificado.

Outro fator relacionado ao histórico de perturbações que, possivelmente, afeta a densidade de regeneração, refere-se à ocupação anterior da área plantada. Áreas que, imediatamente antes ao plantio, estavam ocupadas com florestas tendem a apresentar maior regeneração natural do que áreas que já passaram por diversos ciclos agrícolas. Isso se deve ao fato de que em áreas recém-convertidas à exploração agroflorestal, a presença no solo de estruturas vegetativas (pedaços do caule ou da raiz) aumenta a possibilidade de algumas espécies produzirem novos indivíduos regenerantes (TYYNELA, 2001).

Estudos realizados na Etiópia (LEMENIH e TEKETAY, 2005) demonstram que o histórico de uso da área influencia diretamente a composição do banco de sementes. Sob florestas plantadas imediatamente após a supressão de florestas naturais, o banco de sementes de espécies arbóreas persiste. Já em áreas previamente ocupadas com atividades agrícolas há, no banco de sementes do solo, predomínio de espécies herbáceas ruderais, em detrimento de espécies arbóreas. Segundo os autores, práticas agrícolas, tais como controle de plantas daninhas, preparo do solo, etc. causam impacto sobre os propágulos e sementes de espécies arbóreas, prejudicando sua regeneração. Entretanto, os mesmos autores constataram que nem sempre a riqueza e a densidade da regeneração natural sob os plantios são afetadas pelo uso anterior do solo, contrariando as observações baseadas no banco de sementes. Isso porque muitas vezes a regeneração sob os plantios é oriunda de diásporos que chegaram à área após o plantio, vindo de áreas florestais adjacentes. Esse fato comprova mais uma vez a importância da manutenção de remanescentes florestais na paisagem, para o estabelecimento de um estrato regenerante rico e abundante sob os plantios.

A resiliência da comunidade regenerante é variável não apenas em função do nível e do tipo de perturbação prévio ao plantio florestal, mas também em função da formação vegetacional em que esse está inserido. Durigan (2003), analisando comparativamente a resiliência da comunidade vegetal após diferentes tipos de perturbação, mostra que a resposta é muito variável entre regiões de cerrado e floresta no Brasil. As diferenças estão relacionadas à importância relativa da reprodução por sementes, que é muito maior em comunidades florestais do que no cerrado, de modo que a preservação da chuva e do banco de sementes é fundamental para a regeneração das florestas, enquanto a preservação de estruturas subterrâneas que possam rebrotar é fundamental para a regeneração das plantas do cerrado no sub-bosque de plantações florestais.

EFEITO CATALISADOR SOBRE OUTRAS FORMAS DE VIDA

Como demonstrado anteriormente, são abundantes os estudos que apresentam e discutem o efeito catalisador de plantios florestais sobre a comunidade de plantas, sobretudo em relação aos arbustos e às árvores. Raros estudos abordam a regeneração de outras formas de vida sob plantações florestais. Os poucos resultados existentes demonstram que os fatores que afetam a regeneração natural de espécies vegetais sob as plantações florestais, de maneira geral, também exercem efeitos sobre a regeneração e a manutenção da diversidade de outros seres vivos (aves, mamíferos, insetos, fungos, micro-organismos, etc.) e que a idade do plantio tem relação positiva com o aumento da biodiversidade como um todo, conforme observado por Camus et al. 2006, em extensa revisão sobre o assunto. Nesse estudo, os autores verificaram que, ao contrário do que acontece para as formas de vida vegetal, que não discriminam a origem (nativa ou exótica) da espécie plantada, outros grupos de seres vivos teriam a regeneração prejudicada sob plantios de espécies exóticas, uma vez que os hábitats criados pelas espécies exóticas não atendem às suas necessidades.

Ao menos em escala local, plantios florestais de Fraxinus chinensis Roxb. com 40 anos localizados na Colômbia, podem promover um hábitat adequado para aves, com valores de diversidade e densidade de indivíduos similares aos de florestas nativas com a mesma idade (DURÁN e KATTAN, 2005). Resultados semelhantes foram encontrados também na Colômbia, para a comunidade de artrópodes (KATTAN et al., 2006).

Por outro lado, Barlow et al. (2007), ao compararem a diversidade de diferentes grupos (táxons) em áreas ocupadas por florestas primárias, secundárias e plantios de Eucalyptus, ressaltam que, embora os plantios tenham capacidade de manter em seu interior parte das espécies das florestas primárias, essas últimas são insubstituíveis, diante da maior diversidade entre e dentro de táxons que mantêm em seu interior. Segundo os autores, as plantações florestais teriam grande importância para prover serviços complementares à conservação de parte da biodiversidade, mas nunca substituiriam o papel das florestas primárias na conservação da biodiversidade como um todo.

Ainda segundo Barlow et al. (2007), os resultados são bastante variáveis de acordo com o táxon considerado. Para alguns grupos (árvores, pássaros, grandes mamíferos, etc.), normalmente os mais amostrados nos estudos sobre o assunto, há um padrão de respostas a mudanças de uso da paisagem, que pode ser obtido, por exemplo, pela comparação de florestas primárias com plantios florestais. Para outros grupos, todavia, não há um padrão de resposta, sendo difícil prever e generalizar o comportamento desses grupos em áreas e paisagens ocupadas por plantios florestais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

Os estudos analisados, muito embora apresentem alguns resultados em comum, de maneira geral apontam para heterogeneidade e divergências com relação ao papel e à magnitude dos efeitos dos diferentes fatores ambientais e históricos que influenciam direta ou indiretamente a dinâmica da regeneração natural de espécies nativas no sub-bosque de plantações florestais. Tal constatação reforça a idéia de que generalizações e extrapolações sem critérios podem levar a recomendações e conclusões inapropriadas (SENBETA et al., 2002).

Entretanto, há, indiscutivelmente, em virtude de resultados positivos encontrados em vários estudos, uma tendência mundial rumo à compreensão de que plantios florestais comerciais não sejam vistos apenas como áreas de produção florestal. Tais áreas, se manejadas adequadamente de modo a preservar o sub-bosque (LAMB, 1998; CARNEIRO e RODRIGUES, 2007), podem funcionar como redutos de biodiversidade, pelo menos para alguns grupos de seres vivos. Além de desfazer a idéia equivocada de que plantações florestais são, invariavelmente, “desertos verdes”, os estudos analisados remetem, inevitavelmente, ao potencial de utilização dos plantios homogêneos de espécies comerciais como técnica alternativa para a reabilitação de áreas degradadas e até mesmo para a facilitação da restauração ecológica de florestas nativas.

Ainda que o objetivo principal das plantações florestais continue sendo comercial, são recomendáveis estudos que quantifiquem os custos e os benefícios de práticas incrementadoras da regeneração natural para a produção florestal e para a conservação da biodiversidade, tentando buscar um balanço entre ambos (PARROTTA et al., 1997).

A prática da condução da regeneração natural que se desenvolve sob os plantios florestais homogêneos é, sem dúvida, menos custosa quando comparada aos métodos tradicionais de restauração florestal (plantios heterogêneos de mudas de espécies nativas) (CARNEIRO e RODRIGUES, 2007; MODNA, 2010). Ao contrário do que ocorre com a condução da regeneração natural, os plantios heterogêneos com mudas de espécies nativas são de difícil implantação e, muitas vezes, apresentam resultados insatisfatórios. Tais resultados podem ser creditados, em parte, ao desconhecimento das características biológicas, ecológicas e silviculturais da maioria das espécies nativas (LEOPOLD et al., 2001).

Um outro aspecto, até o momento pouco investigado, diz respeito ao potencial dos plantios florestais no fornecimento de mudas para a restauração alóctone, ou seja, de áreas outras que não aquelas onde os plantios se localizam. Os estudos já realizados, de forma geral, focam o potencial dos plantios florestais na restauração autóctone. Entretanto, a existência de regeneração natural abundante sob os plantios comerciais cria a perspectiva de que os indivíduos regenerantes (plântulas e jovens), presentes no sub-bosque, possam ser transferidos diretamente para áreas a serem restauradas ou para viveiros de produção de mudas, com posterior plantio no campo. A remoção de plântulas de florestas nativas encontra obstáculos na legislação ambiental, mas é viável em plantações florestais. Os poucos dados disponíveis sobre essa viabilidade são promissores (VIANI et al., 2007), colocando mais uma contribuição possível de plantios florestais comerciais à restauração ecológica, que merece ser melhor estudada.

A restauração florestal por meio da condução da regeneração natural sob os plantios é sem dúvida interessante, pois gera acréscimos evidentes para a biodiversidade local (LAMB, 1998) e concilia a produção florestal com a restauração da biodiversidade (CARNEIRO e RODRIGUES, 2007), devendo ser aproveitada nas diversas situações em que é viável do ponto de vista econômico e ambiental.

Analisando-se o conhecimento sobre o assunto do ponto de vista biogeográfico, verifica-se que as pesquisas que investigam a regeneração natural sob plantios comerciais no Brasil, embora sejam abundantes, concentram-se em determinadas regiões e biomas. É desejável, portanto, que estudos sejam realizados em outras regiões fitogeográficas do País onde plantações florestais também ocupam áreas expressivas.

É importante salientar que boa parte dos estudos resulta apenas na caracterização da regeneração natural de espécies arbustivas e arbóreas nativas no sub-bosque dos plantios florestais. Esses estudos foram importantes para demonstrar que plantios florestais comerciais podem ser catalisadores da regeneração natural dessas espécies. Entretanto, novos estudos devem ser realizados buscando o avanço do conhecimento científico, indo além dessa perspectiva, propondo-se também a investigar, por meio de manipulação experimental e testes de hipóteses, quais fatores específicos (ambientais, biológicos, históricos e silviculturais) influenciam, e de que maneira, os processos de restabelecimento e manutenção da biodiversidade no sub-bosque das plantações florestais. Tais experimentos poderão nortear o manejo das florestas de produção para uma combinação ótima de produção e conservação da biodiversidade e também poderão viabilizar a utilização de plantios florestais comerciais como facilitadores da restauração de ecossistemas.

AGRADECIMENTOS

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pela bolsa de pós-graduação concedida ao primeiro autor e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de produtividade concedida ao segundo autor.

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