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Ciência Florestal
Centro de Pesquisas Florestais - CEPEF, Departamento de Ciências Florestais - DCFL, Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal - PPGEF
ISSN: 0103-9954 EISSN: 1980-5098
Vol. 21, Num. 4, 2011, pp. 735-744

Ciência Florestal, Santa Maria, v. 21, n. 4, p. 735-744, out.-dez., 2011

LEVANTAMENTO POPULACIONAL E ANÁLISE FAUNÍSTICA DE LEPIDOPTERA EM Eucalyptus spp. NO MUNICÍPIO DE PINHEIRO MACHADO, RS

SURVEY POPULATION AND FAUNA ANALYSIS OF LEPIDOPTERA IN Eucalyptus spp. IN THE MUNICIPALITY OF PINHEIRO MACHADO, RS

Oderlei Bernardi1 Mauro Silveira Garcia2 Eduardo José Ely e Silva3 Luiza Cristiane Fialho Zazycki4 Daniel Bernardi5 Élder Finkenauer6

1Engenheiro Agrônomo, Doutorando em Entomologia, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Av. Pádua Dias 11, Caixa Postal 9, CEP 13418-900, Piracicaba (SP). oderleibernardi@yahoo.com.br
2Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor do Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS). garciasmauro@yahoo.com.br
3Engenheiro Agrônomo, Dr., Taxonomista, Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS). eduelysilva@uol.com.br
4Engenheira Agrônoma, Mestranda em Entomologia, Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS). luizazazycki@gmail.com
5Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Entomologia, Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354, CEP 96010-900, Pelotas (RS). dbernardi2004@yahoo.com.br
6Técnico Agrícola, Votorantim Celulose & Papel S/A, Unidade Extremo Sul, BR 116, Km 532, CEP 96160-000, Capão do Leão (RS). elder.finkenauer@vcp.com.br

Recebido para publicação em 15/04/2010 e aceito em 4/11/2010

Code Number: cf11071

RESUMO

O trabalho teve como objetivo coletar, identificar e caracterizar faunisticamente os lepidópteros associados a um plantio de Eucalyptus spp., no município de Pinheiro Machado, RS. No período de outubro de 2005 a outubro de 2007, a cada 15 dias, foram realizadas coletas de insetos com três armadilhas luminosas instaladas no interior do florestamento. Após procedimentos de triagem, transfixação e montagem os lepidópteros foram identificados comparando-os a coleções entomológicas e com uso de literatura especializada. Foram coletados 2.020 indivíduos, distribuídos em 14 famílias, 106 gêneros e 220 espécies. As famílias com maior número de espécies coletadas foram Noctuidae (59), Geometridae (30), Arctiidae (28) e Saturniidae (14). De acordo com a classificação faunística a maioria das espécies foi considerada não dominante, pouco frequente, rara e acidental. Dentre as espécies identificadas, foram observadas algumas, cujas lagartas são desfolhadoras do eucalipto; Oxydia agliata (Geometridae), Sarsina violascens (Lymantriidae), Automeris illustris, Eacles imperialis magnifica e Lonomia obliqua (Saturniidae), as quais necessitam ter suas populações monitoradas.

Palavras-chave: eucalipto; lepidópteros; armadilha luminosa; entomologia florestal.

ABSTRACT

The objective of this research was to collect, to study and to characterize the fauna of lepidopterous associated with Eucalyptus spp., plantation in the Municipality of Pinheiro Machado, in RS state. In the period of October 2005 to October 2007, every 15 days, collections of insects were accomplished with three light traps. After selection and transfixion procedures, the lepidopterous were identified based on entomological collections and specialized literature. Two thousand and twenty individuals belonging to 14 families, 106 genera and 220 species were collected. The families with the highest number of species collected were: Noctuidae (59), Geometridae (30), Arctiidae (28) and Saturniidae (14). According to the fauna classification the most species were considered not dominant, uncommon, rare and accidental. Among the species identified, there were some whose larvae are defoliators of the eucalypts: Oxydia agliata, (Geometridae), Sarsina violascens (Lymantriidae), Automeris illustris, Eacles imperialis magnifica and Lonomia obliqua (Saturniidae), which needs to have their populations monitored.

Keywords: eucalypt; lepidopterous; light trap; forest entomology.

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul tem sido alvo de uma série de investimentos florestais, especialmente os que se referem ao cultivo de eucalipto. Como em qualquer outra plantação homogênea, os plantios florestais reduzem a diversidade de vegetação e, consequentemente, tornam o ambiente menos estável e com menor capacidade de absorver distúrbios (RISCH et al., 1983). Diante disso, é provável que paralelamente a expansão da eucaliptocultura aumente também os problemas entomológicos.

Segundo Santos et al. (1982), após as formigas cortadeiras, os lepidópteros desfolhadores constituem o grupo de insetos de maior importância à eucaliptocultura nacional, por conter espécies que ocorrem em surto, causando grande desfolha, em diversos plantios dessa cultura. No entanto, os lepidópteros também são considerados importantes bioindicadores de qualidade ambiental por atuarem nos ecossistemas florestais desempenhando funções de desfolhadores, decompositores, presas ou hospedeiros, estando a sua diversidade relacionada à ciclagem de nutrientes, dinâmica populacional de plantas e à relação predador/presa de um ecossistema (SILVEIRA NETO et al., 1995).

Alguns dos estudos de levantamento populacional de lepidópteros associados a cultivos florestais têm sido executados de uma forma sistemática, por meio do recolhimento de ovos, larvas e adultos, levados ao laboratório, identificados ou criados para posterior identificação (BERTI FILHO, 1981; ZANUNCIO et al., 1991). Entretanto, um dos métodos mais utilizados, em levantamentos populacionais de insetos é o uso de armadilhas luminosas que são instrumentos destinados à captura de insetos fototrópicos positivos, ou seja, aqueles que habitualmente voam ao crepúsculo ou à noite (SILVEIRA NETO et al., 1976).

Especificamente no Rio Grande do Sul, estudos da entomofauna de Lepidoptera associada a cultivos de interesse econômico, com a utilização de armadilha luminosa, são pouco significativos, especialmente em cultivos florestais (TARRAGÓ et al., 1975; VIANA E COSTA, 2001). Cabe ressaltar, que os levantamentos entomofaunísticos são necessários à identificação das espécies com potencial de dano à cultura, bem como servirem de banco de dados para analisar a sustentabilidade ambiental dos florestamentos durante os anos de cultivo, pois os insetos podem constituir importantes bioindicadores de qualidade ambiental. Isso é reforçado por Lindgren e Borden (1983), os quais salientam que o conhecimento da composição da fauna de insetos em plantações florestais é um dos componentes básicos de um programa de manejo integrado de pragas.

Neste sentido, objetivou-se coletar, identificar e caracterizar faunisticamente a entomofauna de Lepidoptera associada a um plantio de Eucalyptus spp., no município de Pinheiro Machado, RS.

MATERIAL E MÉTODOS

As coletas foram realizadas no período de outubro de 2005 a outubro de 2007, em área florestada com Eucalyptus saligna (67,13 ha), Eucalyptus grandis (9,31 ha), Eucalyptus dunnii (4,77 ha) e diversos clones de Eucalyptus spp. (170,56 ha) com aproximadamente 2 anos de idade, pertencente à Empresa Votorantim Celulose & Papel S/A, fazenda São Manoel, localizada às margens da rodovia BR - 293 a 7 km da cidade de Pinheiro Machado, estado do Rio Grande do Sul (31o33’51” S e 53o25’59” W). A área onde se realizou o estudo ocupa 631,53 ha, dos quais 251,77 ha são florestados com espécies de eucalipto, sendo o restante, 379,76 ha ocupados por áreas de preservação permanente (mata nativa, banhado/brejo, campo nativo e afloramentos rochosos).

Para a coleta dos lepidópteros fototrópicos positivos foram utilizadas três armadilhas luminosas de modelo Al Intral (FT15T12BL). As armadilhas foram instaladas a 2 m do solo, distantes entre si por aproximadamente 300 m, colocadas no interior do florestamento, providas de luz negra e acionadas quinzenalmente, durante uma noite, por bateria de 12 volts, no intervalo das 19h às 7h. Na porção inferior da armadilha, foi fixado um saco plástico com capacidade de 50 litros, contendo no seu interior tiras de papel e no fundo um frasco com algodão embebido em acetato de etila. O objetivo das tiras de papel, juntamente com o acetato, foi diminuir os danos morfológicos aos exemplares capturados (FERREIRA e MARTINS, 1982).

Após este período os insetos capturados foram transportados ao Laboratório de Biologia de Insetos (LBI), Departamento de Fitossanidade (DFs), Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde foram armazenados em freezer para posterior triagem, transfixação e identificação. A identificação foi realizada pelo taxonomista Dr. Eduardo José Ely e Silva DFs/FAEM/UFPel e pelo especialista Dr. Sinval Silveira Neto, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), mediante comparação com coleções entomológicas e uso de bibliografia especializada (SEITZ, 1944) .

Por meio do programa AnaFau (MORAES et al., 2003) foram calculados os índices faunísticos de frequência, abundância, dominância, constância e de diversidade de Shannon-Weaner (H’).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período de estudo foram realizadas 48 coletas, sendo coletados 2.020 indivíduos, distribuídos em 14 famílias e 220 espécies. Das espécies coletadas, 160 foram identificadas em nível de gênero e/ou espécie e 60 identificadas somente por família, perfazendo 72,7 e 27,3% do total de indivíduos coletados, respectivamente. Dos fatores ambientais temperatura e precipitação, constatou-se que a temperatura afetou diretamente a flutuação populacional de lepidópteros, indicando que esses insetos podem aumentar suas populações em condições ambientais favoráveis e diminuir nas desfavoráveis, tendo essas condições influência na emergência dos insetos. Também convém mencionar que a maioria das espécies coletadas possui vários ciclos de desenvolvimento no decorrer de um ano, no entanto, parece haver uma sincronização na emergência dos adultos em períodos pré-definidos, especialmente após um período de temperatura elevada que incluem os meses de primavera e verão (setembro, outubro, novembro e dezembro) e nos meses que antecedem o inverno (março, abril e maio), (Figura 1).

As famílias Noctuidae, Arctiidae e Geometridae com 1.196, 385 e 212 exemplares, respectivamente, apresentaram o maior número de indivíduos coletados, perfazendo 88,77% do total de insetos (Tabela 1). A predominância de determinadas famílias pode estar associada à disponibilidade de alimento que favorece o estabelecimento e desenvolvimento dos insetos na área em estudo, bem como, essas podem ter sido mais atraídas pelas armadilhas luminosas do que outras espécies de Lepidoptera. Entretanto, frente à grande quantidade e diversidade de lepidópteros coletados convém ressaltar que as armadilhas luminosas são excelentes ferramentas para coleta e monitoramento de espécies de Lepidoptera em plantios florestais.

Em algumas famílias constatou-se a ocorrência de espécies desfolhadoras da cultura do eucalipto (Tabela 2a Tabela 2b Tabela 2c Tabela 2d). Em Saturniidae foram coletadas as espécies Automeris illustris e Eacles imperialis magnifica. Automeris illustris foi encontrada causando desfolha de eucalipto em Minas Gerais, sendo considerada praga do eucalipto no Rio Grande do Sul (ZANUNCIO et al., 1991). Eacles imperialis magnifica ocorreu em surto no município de Linhares-ES, causando desfolha em cerca de 100 ha de Eucalyptus grandis (ZANUNCIO et al., 1993).

Dentre os Geometridae ocorreu a espécie Oxydia agliata que foi relatada desfolhando uma área de 250 ha de Eucalyptus cloeziana, em Alagoinhas-BA (SANTOS et al., 1993). No entanto, Sarcina violacens (Lymantriidae) é aquela que merece maior atenção pelo elevado potencial de dano em virtude de sua voracidade. No Brasil, Silva (1949) refere-se a este inseto em ataque a 50.000 árvores de Eucalyptus tereticornis, em Teresópolis-RJ.

As pragas da eucaliptocultura coletadas, mesmo sendo consideradas espécies raras, necessitam ser monitoradas, pois essas podem estar ocorrendo em baixo número devido à limitação de condições ambientais favoráveis ou pela competição com as espécies predominantes. No entanto, com as modificações ambientais decorrentes da expansão da eucaliptocultura na região esses insetos, futuramente, podem causar danos a esse ecossistema. Segundo Schowalter et al. (1986), isso pode ocorrer porque a estrutura da vegetação original determina a distribuição espacial e a disponibilidade de recursos para os herbívoros. Em função disso, as espécies que utilizam o eucalipto como alimento, nesse caso principalmente as espécies pragas, podem ter seu desenvolvimento favorecido e aumentar suas populações, fato que configura uma alteração no equilíbrio populacional anteriormente existente entre as diferentes espécies de insetos que habitavam aquele ambiente.

Diante disso, existe a necessidade de monitoramento da população das espécies pragas do eucalipto na região. Isso pode ser realizado com o uso de armadilhas luminosas, especialmente nos períodos do ano de temperatura mais elevada, mais especificamente no período de setembro a abril, quando foram verificados os picos populacionais. O monitoramento se faz necessário, pois estudos de levantamento populacional demonstram apenas a abundância das diferentes espécies em determinado ambiente ou ecossistema e geram poucas informações a respeito do ciclo, sazonalidade e dinâmica populacional ao longo do tempo (MORALES et al., 1999).

De acordo com os dados contidos na Tabela 2a Tabela 2b Tabela 2c Tabela 2d foram consideradas espécies predominantes por obterem os índices máximos de classificação faunística, como dominante, muito abundante, muito frequente e constante, as espécies Agylla argentifera, Biturix rectilinea, Paracles cajetani, Paracles fusca, Philoros affinis (Arctiidae), Agrotis malefida, Agrotis subterranea, Anicla infecta, Chabuata major, Elaphria mucicolora, Eriopyga approximans, Faronta albilinea, Leucania humidicola, Leucania jabiscana, Macapta lurida, Ochropleura cirphisioides, Pseudoleucania tendiliense, Spodoptera cosmioides, Tripseuxoa strigata (Noctuidae), Eustema rapana (Notodontidae) e Manduca sexta paphus (Sphingidae), perfazendo 68,89% do total de insetos identificados por gênero e/ou espécie.

Quanto à dominância, verificou-se que das 160 espécies coletadas, 49 foram consideradas dominantes (Tabela 2a Tabela 2b Tabela 2c Tabela 2d). A maior quantidade de espécies não dominantes deve-se ao fato de que algumas ocorreram em número excessivo, o que contribuiu para que menos espécies sejam categorizadas como dominantes, pois o índice de dominância leva em consideração o número de insetos coletados, e sua categorização é feita através da frequência. De acordo com Silveira Neto et al. (1976), insetos dominantes têm a capacidade de modificar um impacto recebido do ambiente em benefício próprio, podendo ocasionar o aparecimento ou desaparecimento de outros organismos. Isso pode futuramente ocorrer nas áreas de cultivo de eucalipto da região, onde os insetos dominantes podem aumentar sua população devido, especialmente, à oferta de alimento, podendo explicar o surgimento de lepidópteros-praga, antes de pouca, ou nenhuma importância, à eucaliptocultura (BERNARDI et al., 2008).

Em relação à classificação de abundância, 74 espécies foram categorizadas como raras. Porém mesmo sendo consideradas raras, são muito importantes por apresentarem elevada influência sobre a diversidade dos ecossistemas. De acordo com Krebs (1972), as espécies raras, exprimem à alta diversidade de um sistema que evolui em ambiente de sucessão ecológica, tendo às comunidades a característica marcante de conter grande número de espécies raras, no entanto, esse número pode diminuir quando se despende maior esforço amostral.

Com relação à constância, 74 espécies foram categorizadas como acidentais. Tal fato relaciona-se a uma característica da área estudada, a qual possui muitas espécies com pequena quantidade de indivíduos, bem como esses não apresentam constância de coleta. Segundo Clemente (1995), uma alta percentagem de espécies acidentais, em comunidades florestais, indica uma resistência do meio à proliferação destas espécies, enquanto as espécies classificadas como muito abundantes, constantes e dominantes indicam o estabelecimento dessas espécies dentro das comunidades.

De acordo com Silveira Neto et al. (1995), após o conhecimento da fauna e do uso de análise faunística é possível se avaliar o impacto ambiental dos cultivos florestais por meio do estudo de espécies de insetos consideradas bioindicadoras de qualidade ambiental. Diante disso, as espécies predominantes, mesmo não apresentando grande importância econômica para a eucaliptocultura, são importantes indicadores de qualidade ambiental, por mostrarem a heterogeneidade da fauna de insetos na região e representarem fontes de alimento para inimigos naturais, especialmente parasitóides e predadores dos lepidópteros-praga do eucalipto.

A grande quantidade de espécies acidentais associadas ao elevado índice de diversidade (H’=3,891), mostram um ambiente equilibrado onde a competição interespecífica e intraespecífica podem determinar o comportamento das espécies. Cabe ressaltar que com a expansão dos florestamentos o índice de diversidade pode sofrer alterações. Acredita-se que os valores tendem a baixar, pois com a uniformização da vegetação, algumas espécies ou grupos restritos de insetos podem ser favorecidos e a grande maioria das espécies desfavorecidas. No entanto, caso a fragmentação dos cultivos com áreas de preservação permanente como mata nativa e campos sejam assegurados, o índice de diversidade pode tomar valores maiores dos verificados no presente estudo. Ainda convém mencionar que esse índice, em estudo similar, pode ser utilizado como comparativo para avaliação dos possíveis impactos da eucaliptocultura sobre a entomofauna de lepidópteros da região.

CONCLUSÕES

O florestamento de eucalipto estudado apresenta elevada diversidade de espécies de Lepidoptera.

A maioria dos lepidópteros identificados em nível de gênero e espécie, segundo a classificação faunística, são categorizados como não dominantes, pouco frequentes, raros e acidentais.

Os lepidópteros desfolhadores do eucalipto associados ao florestamento estudado são Oxydia agliata, Sarsina violascens, Automeris illustris, Eacles imperialis magnifica e Lonomia obliqua.

A ocorrência de lepidópteros-praga justifica a implementação de um programa de monitoramento desses insetos em florestamentos de eucalipto do Sul do Rio Grande do Sul. Adicionalmente, a coleta e monitoramento de lepidópteros-praga com armadilhas luminosas devem ser realizados nas épocas mais quentes do ano.

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