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Entomotropica
Sociedad Venezolana de Entomologia
ISSN: 1317-5262
Vol. 16, Num. 2, 2001, pp. 127-129

Entomotropica antes/formerly Boletín de Entomología Venezolana, Vol. 16, No. 2, Agosto, 2001, pp.127-129

Redescrição do macho e descrição da fêmea de Gypona reversa DeLong e Martinson, 1972 (Homoptera: Cicadellidae: Gyponinae)

Luci B.N. Coelho1, Elidiomar R. Da-Silva2, Paulo S.F. Ferreira3

1Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, UFRJ. Caixa Postal 68044, 21944-970, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: lucibncoelho@uol.com.br.
2Departamento de Ciências Naturais, Escola de Ciências Biológicas, UNIRIO. 20211-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: elidiomar@uol.com.br.
3Departamento de Biologia Animal, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, UFV. 36571-000, Viçosa, MG, Brasil. E-mail: pfiuza@mail.ufv.br.

Code Number: em01016

RESUMO

Coelho LBN, Da-Silva ER, Ferreira PSF. 2001. Redescrição do macho e descrição da fêmea de Gypona reversa DeLong e Martinson, 1972 (Homoptera: Cicadellidae: Gyponinae). Entomotropica 16(2):127-129.

É apresentada a redescrição do macho e a primeira descrição da fêmea de Gypona reversa DeLong e Martinson 1972, com base em exemplares procedentes de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. A espécie aparenta ser mais proximamente relacionada à G. gilba DeLong e Martinson 1972.

Palavras chave adicionais: Insecta, cigarrinha, América do Sul, Brasil.

ABSTRACT

Coelho LBN, Da-Silva ER, Ferreira PSF. 2001. Redescription of the male and description of the female of Gypona reversa DeLong and Martinson 1972 (Homoptera, Cicadellidae, Gyponinae). Entomotropica 16(2):127-129.

The redescription of the male and the first description of the female of Gypona reversa DeLong and Martinson 1972 are presented, based on specimens from Viçosa, state of Minas Gerais, Brazil. This species seems to be more closely related to G. gilba DeLong and Martinson 1972.

Additional key words: Brazil, leafhoppers, South America, taxonomy.

Gypona (G.) reversa DeLong e Martinson, 1972 foi descrita com base em holótipo (procedente de Viçosa, Estado de Minas Gerais, Brasil) e parátipo (procedente de Jalapa, México) machos. Foram fornecidas informações sobre tamanho corporal total, forma e proporção cefálica, coloração geral, genitália interna e externa (Delong e Martinson 1972). A partir de exemplares recentemente coletados em Viçosa, MG, foi possível rever em detalhe e acrescentar alguns aspectos da morfologia descritiva de G. reversa. A espécie foi determinada com base na descrição original, em especial no que se refere às peças genitais. O material estudado encontra-se depositado na Coleção Entomológica do Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro (DZRJ), e no Museu de Entomologia, Universidade Federal de Viçosa (MEUV), Brasil.

Gypona reversa DeLong e Martinson, 1972

(Figuras 1-7)

Gypona reversa DeLong e Martinson, 1972, Ohio J.Sci. 72(3):166-168 (descr. macho), Brasil e México.

Macho (Figuras 1-6). Tamanho 6,6-7,0 mm. Coloração geral verde, com máculas negras e castanhas no pronoto e nas asas. Coroa de margem arredondada, duas vezes mais larga entre os olhos na base que o comprimento mediano; olhos castanhos, ocelos vermelhos; largura máxima da cabeça aproximadamente igual à largura máxima do pronoto. Pronoto com uma mancha negra atrás de cada olho. Asas translúcidas, região apical esfumaçada; mancha negra no ponto de inserção; mancha castanha no ápice de cada veia claval; uma mancha castanha na base e outra no ápice da célula discal interna; faixa irregular castanha do ápice do clavo à porção mediana da 5a célula apical; apêndice castanho, pouco desenvolvido. Placa subgenital aproximadamente três vezes mais longa que larga; terço basal alargado, com a margem externa originando uma dobra interna; terço apical agudo, ápice arredondado. Estilo, em vista ventral, com o terço médio apresentando a margem interna de contorno sinuoso e a margem externa com dois lobos, nos quais se prende a dobra interna da placa subgenital; uma suave elevação arredondada, finamente serreada, localizada na parede ventral, imediatamente superior aos lobos; terço apical abruptamente afilado, terminando em ponta aguda. Edeago, em vista ventral, com a haste de base alargada, afilando apicalmente; ápice de ponta estreita e membranosa; dois pares de processos subapicais laterais; par mais próximo ao ápice curto, voltado para trás, não alcançando a base do outro par; par mais basal longo, estendendo-se para trás até o terço basal da haste, curvado medianamente, com o ápice situado próximo à sua base. Pigóforo estreito, de ápice arredondado.

Fêmea (Figura 7). Tamanho 7,8 mm. Coloração semelhante a do macho. Sétimo esternito com ângulos laterais arredondados; margem posterior com terço mediano produzido, formando dois "dentes" separados por uma rasa concavidade, terços laterais levemente côncavos, com margem um pouco elevada.

Material estudado. BRASIL, Estado de Minas Gerais, Viçosa, campus da Universidade Federal de Viçosa, Recanto das Cigarras (em Wedelia paludosa DC., Compositae), L.B.N. Coelho col.: 1 G, 28/vi/1993; 2 GG, 29/vi/1993; 1 G, 31/vii/1993; 1 G, 08/viii/1993; 1 G, 12/viii/1993; 1 G, 02/ix/1993; 1 E, 27/vi/1993 (DZRJ); 2 GG, 14/viii/1993 (MEUV).

Comentários. Segundo a descrição original (DeLong e Martinson 1972), G. reversa apresenta coloração geral em tons de amarelo, com manchas negras no pronoto. Essa diferença de coloração entre o material-tipo e os exemplares recentemente coletados em Viçosa pode ser explicada pelo tempo de conservação daquele (o holótipo foi coletado em 1931 e o parátipo em 1959), o que provavelmente fez com que houvesse mudança em relação à cor real. Até mesmo em alguns exemplares estudados para esse trabalho, já vem sendo verificada perda gradual da coloração original. Na genitália, foram igualmente constatadas pequenas diferenças com relação à descrição original, principalmente quanto ao comprimento dos processos do edeago, mais curtos nos exemplares observados, porém dentro de limites aceitáveis de variação intraespecífica. Além disso, os esquemas excessivamente simplificados de DeLong e Martinson (1972: 167) não revelaram todos os detalhes observados na placa subgenital e no estilo. G. reversa pode ser diferenciada das demais espécies de Gypona s.str. pela seguinte combinação de caracteres: (1) processos subapicais do edeago longos, curvados medianamente e redirecionados ao ápice da peça, alcançando a própria base; (2) processos apicais do edeago comparativamente mais longos; (3) ápice da placa subgenital afilado; (4) ápice do pigóforo não bifurcado. Ainda quanto a forma das peças genitais, G. reversa parece mais relacionada à G. gilba DeLong e Martinson 1972, espécie descrita do Estado do Rio de Janeiro, principalmente por esta também apresentar processos subapicais do edeago longos e curvados medianamente. As duas espécies, porém, podem ser facilmente diferenciadas pela presença em G. gilba de um curto espinho na região posterior da margem ventral do pigóforo e pela ausência de processos apicais no edeago (DeLong & Martinson 1972: 163). Para o presente artigo, machos e fêmeas foram associados por apresentarem o mesmo padrão de coloração e terem sido coligidos na mesma localidade e sobre a mesma planta hospedeira.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo auxílio financeiro.

REFERÊNCIA
  • DeLong DM, Martinson C. 1972. Studies of the Gyponinae (Homoptera: Cicadellidae). Fourteen new species of Gypona from Central and South America. Ohio J Sci 72(3):161-170.

© 2001- Sociedad Venezolana de Entomología


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