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Archivos Latinoamericanos de Produccion Animal
Asociacion Latinoamericana de Produccion Animal
ISSN: 1022-1301 EISSN: 2075-8359
Vol. 14, Num. 3, 2006, pp. 86-87
articulo4 Archivos Latinoamericanos de Produccion Animal, Vol. 14, No. 3, 2006, pp. 86-87

Avaliação econômica de três sistemas alimentares utilizados na terminação de cordeiros

Economic evaluation of three systems of alimentation used in finishing lambs

S. Carvalho1, M. Brochier, L. Cappelatti, J. Pivato

Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo • RS, Brasil
1Corresponding author E-mail: sergiocarvahlo@feevale.br

Recibido Enero 08, 2006. Aceptado Junio 15, 2006.

Code Number: la06015

ABSTRACT.

Eighteen castrated male lambs of the Texel breed were randomly diestributed among the following treatments:  T1 = confinement; T2 = pasture with supplementation; T3 = pasture without supplementation.  At 144 days of age the lambs were slaughtered after a 12hr fast.  Live weight at slaughter and warm carcass weight were lower (P≤ 0.05) for T3 lambs compared with those confined or supplemented at pasture, which resulted in lower gross income.  Profitability in relation to liveweight was higher (P≤0.05) for the lambs on pasture without supplementation relative to T1, whereas the profitability in relation to carcass weight numerically was higher for both T1 and T2 than for T3.  The availability of herbage dry matter at the end of the experiment was 326% higher for the supplementation treatment than without supplementation (T2 vs. T3).

Key words: feedlot, supplementation, sheep, pasture.

RESUMO.

Foram utilizados 18 cordeiros, machos castrados, da raça Texel, os quais foram distribuídos aleatoriamente nos seguintes tratamentos: T1 = confinamento; T2 = pastagem com suplementação e T3 = pastagem sem suplementação. Aos 144 dias de idade, após jejum de 12 horas, realizaram-se os abates. O peso vivo ao abate e o peso de carcaça quente foram menores (P≤0,05) nos cordeiros terminados em pastagem sem suplementação, quando comparados aos confinados e aos suplementados em pastejo, o que levou a uma menor receita bruta. A lucratividade em relação ao peso vivo foi maior (P≤0,05) nos cordeiros da pastagem sem suplementação em relação aos confinados. Numericamente, a lucratividade em relação à carcaça foi maior nos cordeiros suplementados e confinados. A disponibilidade de matéria seca forrageria no final do experimento foi 326% superior no tratamento com suplementação em relação ao sem suplementação.

Palavras chave: confinamento, suplementação, ovinos, pastagem.

Introdução

A ovinocultura no Brasil hoje se volta principalmente à produção da carne para consumo humano. Para que obtenham melhores resultados, os produtores devem levar em conta os fatores que influenciam diretamente a qualidade da carne do animal. Um dos mais importantes é a nutrição. Nesse sentido, se tem buscado utilizar sistemas de alimentação, tais quais o confinamento e o uso da suplementação.

Contudo, um custo adicional é agregado quando se utilizam sistemas de produção mais intensivos. Nesse sentido, faz-se necessário realizar uma análise da viabilidade econômica destes sistemas visando-se identificar aqueles que proporcionem os melhores retornos financeiros.

Este trabalho visou analisar três diferentes sistemas de alimentação de cordeiros, sob o aspecto econômico, mediante uma avaliação dos desempenhos produtivos, os gastos com a alimentação e os respectivos lucros.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido nas instalações de ovinocultura de uma propriedade rural, situada no município de Portão, RS, no período de 23 de setembro a 16 de dezembro de 2004. Utilizou-se 18 cordeiros, machos castrados, da raça Texel, os quais foram desmamados com 60 dias de idade em média e distribuídos nos seguintes tratamentos: T1 = confinamento; T2 = pastagem com suplementação e T3 = pastagem sem suplementação.

No confinamento, os animais receberam dieta contendo feno de Tifton-85 e concentrado na proporção de 40:60 na matéria seca. A suplementação em pastejo foi oferecida na proporção de 2% do peso vivo. Nos tratamentos em pastejo, utilizou-se piquetes contendo pastagem de Tifton-85 e medindo 16 x 68, onde os animais permaneciam por 24 horas. O alimento concentrado utilizado na alimentação dos animais (confinamento e suplementação) foi fornecido pela empresa BÜNGE Alimentos S.A., com o nome comercial Ovino Criador. No confinamento, a quantidade oferecida foi ajustada em função da sobra observada diariamente, sendo que esta foi controlada para que fosse 10% da quantidade oferecida no dia anterior. Os abates foram realizados com idade média de 144 dias.

Quadro 1. Valores referentes à análise econômica do experimento. 

Variáveis Tratamentos
  Confinamento Com Suplement. Sem Suplement.
Peso vivo ao abate (kg) 33,90a 33,94a 27,52b
Peso de carcaça quente (kg) 15,10a 15,25a 10,17b
Período experimental (dias) 84 84 84
Consumo diário de feno (kg/animal) 0,391 ——- ——-
Consumo diário de concentrado (kg/animal) 0,586  0,515 ——-
Gasto diário com feno (R$/animal)1 0,137 ——- ——-
Gasto diário com concentrado (R$/animal)2 0,322 0,283 ——-
Gasto diário total com alimentação (R$/animal) 0,459 0,283 ——-
Gasto total com alimentação (R$/animal) 38,57 23,79 ——-
Receita bruta peso vivo (R$/animal)3 101,70a 101,82a 82,56b
Receita bruta carcaça (R$/animal)4 143,49a 144,89a 96,60b
Lucro peso vivo (R$/animal) 63,13b 78,03ab 82,56ª
Lucro carcaça (R$/animal) 104,92 121,09 96,60
MS no início do experimento (kg/ha) ——- 956,8 1183,2
MS no final do experimento (kg/ha)  ——- 2578,8 791,4

1Preço de mercado de R$ 0,35/kg de matéria natural de feno;
2-Preço de mercado de R$ 0,55/kg de matéria natural de concentrado;
3Preço de venda do dia = R$ 3,0/kg de peso vivo;
4Preço de venda = R$ 9,50/kg de carçasa.
Médias seguidas por letras desiguais, nas linhas, diferem estatisticamente (P0,05).

Os dados foram analisados utilizando-se o pacote estatístico SAS (1997), sendo submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Resultados e Discussão

O peso vivo ao abate e o peso de carcaça quente foram superiores (P0,05) nos cordeiros dos sistemas de confinamento e suplementação (Quadro 1), o que fez com que a receita bruta (peso vivo e carcaça) fosse maior (P0,05) nos cordeiros destes tratamentos quando comparados aos terminados em pastagem sem suplementação. Contudo, ao analisarmos o lucro obtido (R$/animal) em relação ao peso vivo, verifica-se que os cordeiros do sistema de alimentação exclusivo a pasto apresentaram uma maior lucratividade quando comparados aos confinados. Este aspecto é explicado pelo custo adicional com alimentação que ocorreu (feno + concentrado) nos cordeiros do confinamento. Por outro lado, ao analisar a lucratividade em relação a venda da carcaça, observa-se que numericamente houve superioridade nos cordeiros suplementados. Este pode confinados, o que é explicado pelo aporte verificado no peso de carcaça dos animais.

Quando comparamos o tratamento suplementado em relação ao não suplementado, observa-se que a disponibilidade de matéria seca da pastagem era semelhante no início do experimento. Contudo, ao analisarmos ao final do período experimental, verifica-se uma disponibilidade 325,88% superior no tratamento com suplementação em relação ao sem suplementação. Isso pode ser explicado pelo efeito substitutivo do alimento concentrado em relação a pastagem. Resultado semelhante ao deste estudo foi obtido por Carvalho et al. (2004). Uma vez que não foi observado entre os tratamentos diferença na lucratividade em relação ao peso vivo dos cordeiros, e que houve uma tendência de superioridade na lucratividade em relação a venda da carcaça nos cordeiros suplementados, este pode ser considerado um aspecto altamente positivo, pois permitirá um aumento da taxa de lotação, possibilitando melhorar a produção animal por unidade de área e, conseqüentemente, a lucratividade da propriedade.

Literatura Citada

  • Carvalho, S., A. Vergueiro e R. Kieling. 2004. Níveis de suplementação na terminação de cordeiros em pastagem de Tifton-85. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 41, 2004, Campo Grande, MS. Anais ... Campo Grande: Sociedade Brasileira de Zootecnia.
  • SAS INSTITUTE. 1997. Sas User´s Guide: Statistics. Version 6. 4 ed. Cary, North Caroline. 846

© 2006 ALPA. Arch. Latinoam. Prod. Anim.


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