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Archivos Latinoamericanos de Produccion Animal
Asociacion Latinoamericana de Produccion Animal
ISSN: 1022-1301 EISSN: 2075-8359
Vol. 15, Num. 2, 2007, pp. 58-64

Archivos Latinoamericanos de Produccion Animal, Vol. 15, No. 2, 2007, pp. 58-64

Efeitos de ingestões crescentes de fósforo em dietas à base decana-de-açúcar sobre a digestibilidade e metabolismo ruminal em bubalinos

Effects of increasing phosphorus intake in sugar cane basis dietson digestibility and ruminal metabolism in buffalo

N. Souza1, R. Franzolin e W. Soares

1Autor para la correspondencia, e-mail: nhsouza@yahoo.com.br

Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos. Universidade de São Paulo Jaboticabal, SP, Brasil

Recibido mayo 24, 2006. Aceptado marzo 26, 2007.

Code Number: la07009

ABSTRACT

The effects of different levels of daily phosphorus intake on the nutrients digestibility and ruminal metabolism were evaluated in four mature buffaloes fitted with rumen cannula. The animals were designed in Latin Square experiment (4x4) with four increasing levels of phosphorus intake (8, 12, 15 e 18 grams/animal/day) fed fresh chopped sugarcane basis (87%). Nutrient digestibility was measured using the maker technique and rumen sampling for pH, ammonia and turnover rate. No differences were observed among the treatments in the ruminal pH, ammonia concentration, ruminal volume, fluid and solid passage rates as well as digestibility of dry matter, neutral detergent fiber, crude protein and crude energy and dry matter intake. The ingestion of 15 grams of phosphorus/day showed higher absolute values than others levels of phosphorus. In conclusion, levels of daily phosphorus intake from 8 to 18g/animal have no influence on the studied nutrients digestibility and rumen parameters in buffaloes fed with low quality diets of sugarcane in high level. But there is an evidence of best results with 15 grams of daily phosphorus intake.

Keywords: Buffalo, digestibility, mineral, phosphorus, rumen.

RESUMO. Os efeitos da ingestão diária de diferentes níveis de fósforo sobre a digestão de nutrientes e o metabolismo ruminal foram avaliados em quatro bubalinos adultos dotados com fístulas ruminais. Os animais foram delineados em Quadrado Latino (4x4), com ingestão de quatro níveis crescentes de fósforo na dieta total (8, 12, 15 e 18 g/animal/dia), mantendo-se a relação volumoso:concentrado de 85:15, com o uso de cana-deaçúcar como volumoso. Digestibilidades de nutrientes foram determinadas com uso de marcador e amostragens de líquido ruminal para análises de pH, amônia e taxa de passagem. Não houve influência das dietas no pH, concentração de amônia, volume, taxa de passagem do líquido ruminal e também nos coeficientes de digestibilidade da matéria seca, fibra em detergente neutro, proteína bruta e energia bruta, e ainda na ingestão de matéria seca. A dieta com 15 g de P/dia apresentou maiores valores absolutos nos parâmetros estudados em relação aos demais níveis de fósforo. Em conclusão, níveis de ingestão diária de fósforo variando de 8 a 18 g/animal não demonstram influenciar a digestibilidade e os parâmetros ruminais estudados em bubalinos alimentados com alto nível de dietas à base de cana-de-açúcar, porém, houve evidência de melhores resultados com ingestão de 15g de P/animal/dia.

Palavras-chave: Búfalo, digestibilidade, fósforo, minerais, rúmen.

Introdução

Os búfalos, bem como os demais ruminantes, devem receber suprimento adequado de proteína, energia, vitaminas e minerais para otimizar o crescimento, saúde e produção de carne, leite e trabalho. Da mesma forma, a eficiência do crescimento microbiano depende da disponibilidade dos nutrientes. Segundo Peixoto et al. (2005), deficiências minerais em ruminantes no Brasil têm ampla distribuição e são responsáveis por sérios prejuízos econômicos. Dentre os elementos minerais importantes no processo de nutrição, destaca-se o macroelemento fósforo que participa de diversas reações químicas no organismo animal, principalmente no metabolismo energético.

Efeitos diferentes da suplementação de fósforo na dieta de ruminantes têm sido observados sobre as características digestivas dos animais. Gartner et al., 1982 observaram aumento do consumo de matéria seca em vacas Hereford suplementadas com 12 gramas diárias correspondendo a 0,09% de P na MS. Em búfalos machos adultos, Agarwala e Nath (1980), não observaram diferenças nas digestibilidades de nutrientes com dietas contendo níveis crescentes de fósforo (7 a 19 gramas ou 0,105 a 0,284% /animal/ dia). Milton e Ternouth (1985) observaram redução de 5% do coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro em carneiros recebendo baixa concentração de P no rúmen. Em estudos in vitro com líquido ruminal de ovinos, Komisarczuk et al. (1987) verificaram diminuição da produção de ácidos graxos voláteis totais, aumento do pH e aumento da concentração de nitrogênio amoniacal com a diminuição da concentração de fósforo no inoculo. Ekelund et al. (2003) não observaram diferenças entre dietas contendo formas orgânicas de fósforo na digestibilidade aparente do fósforo e produção e composição de leite em vacas. De acordo com Bravo e Meschy (2003) existem diferenças na disponibilidade de fósforo para o ecossistema no rúmen já que observaram cinética de fósforo no rúmen altamente variável entre diferentes tipos de alimentos utilizados em dietas de ruminantes.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o metabolismo ruminal e a digestibilidade de nutrientes em búfalos alimentados com rações de baixa qualidade à base de cana-de-açúcar suplementadas com concentrados de diferentes níveis de fósforo, promovendo níveis crescentes de ingestão diária 8 a 18 gramas de fósforo por animal.

Material e Métodos

Foram utilizados quatro búfalos (Bubalus bubalis), machos inteiros, da raça Mediterrâneo, com peso médio inicial de 650 kg, fistulados no rúmen com cânulas de látex de 10 cm de diâmetro, dentro das técnicas adequadas de procedimento cirúrgico, mantendo os animais bem adaptados com a devida manutenção higiênica e sanitária em baias individuais com bebedouro automático.

No início do experimento, os animais foram tratados com vermífugo e receberam suplementação de complexo vitamínico A, D e E, por meio de injeção intramuscular.

Durante todo período experimental, os búfalos foram alimentados com 85% de volumoso exclusivo de cana-de-açúcar picada, duas vezes ao dia (8h e 16h) e 15% de concentrado fornecido no período a manhã. As sobras foram controladas diariamente. A cana de açúcar era colhida de área próxima ao local experimental a cada dois dias, sendo picada no momento do fornecimento aos animais.

O experimento foi realizado seguindo o modelo de delineamento em Quadrado Latino 4 x 4 com os tratamentos correspondendo a quatro níveis de ingestão de fósforo com cada período de 14 dias de adaptação mais 14 dias de coleta. Medidas repetidas no tempo corresponderam aos tempos de coletas de líquido e conteúdo ruminal ao longo do dia.

Os tratamentos foram designados de P8, P12, P15 e P18, representando níveis crescentes de ingestão total de fósforo na dieta, ou seja, 8, 12, 15 e 18 g/ animal/dia. Para tanto, foram formulados quatro concentrados com diferentes níveis de fósforo, utilizando-se o fosfato bicálcico como fonte de fósforo (Quadro 1) com o fornecimento diário de um quilograma de concentrado por animal. Para manter o nível baixo de ingestão de fósforo, utilizou-se de ingredientes pobres em fósforo na composição do concentrado que foi de 37% de polpa cítrica, 30% de gérmen de milho, 20% de levedura e 8% de uréia. Análises bromatológicas dos ingredientes das rações foram determinadas de acordo com Silva e Queiroz (2002) e utilizadas para os cálculos de ingestão de nutrientes e minerais (Quadro 1).

A concentração de amônia (NH3) no líquido ruminal foi determinada no último dia de cada período em 0, 2, 8 e 10 horas após a alimentação da manhã seguindo metodologia colorimétrica da reação fenol-hipoclorito, conforme técnica descrita por Weatherburn (1967). O pH ruminal foi determinado imediatamente após a coleta de amostras com medidor de pH digital, fazendo-se uma curva nesses mesmos tempos.

A taxa de passagem do líquido ruminal foi estimada pela adição de 100 gramas de polietilenoglicol (PEG) como marcador no rúmen de cada animal e determinação da concentração do marcador 0, 1 e 24 horas após pelo método colorimétrico de tubidimetria (Hyden, 1955).

Após serem feitas as regressões e cálculos para a determinação da taxa de passagem de líquidos e do volume no rúmen, foram realizados os cálculos para a determinação de quantidade de conteúdo ruminal e estimativa da taxa de passagem de sólidos de acordo com Alexander et al. (1969) e Waner e Stacy (1968), utilizando as seguintes fórmulas:

Total de água no rúmen = VR/Y

Onde: VR = Volume ruminal determinado pelo PEG

Y = Porcentagem de água disponível estimada pela equação de regressão desenvolvida para volumosos: Y = 96,10 – 1,239 * X, onde X=% matéria seca

A quantidade total de conteúdo no rúmen:

Total de conteúdo ruminal = Total de água no rúmen/% água = (100 - %MS)

Taxa de passagem de sólidos = kg MS ingerida por hora/kg MS total no rúmen

A digestibilidade pelo uso de marcador foi determinada conforme técnica descrita por Silva et al. (1968) com a introdução no rúmen de 15 gramas de óxido de cromo, dividido em duas vezes ao dia, do 16º ao 24º dia. As amostragens de fezes de cada período foram feitas diariamente no período da manhã (7h30) e no período da tarde (15h30), do 21º ao 25º dia. As fezes foram retiradas diretamente do reto do animal e acondicionadas em um único saco plástico por período, por animal, em porções aproximadas de 150 g por coleta, as quais foram imediatamente armazenadas em congelador à -10°C.

As amostras de fezes foram descongeladas em temperatura ambiente no final do período de coleta, homogeneizadas manualmente, retiradas alíquotas de aproximadamente de 500 gramas por animal e colocadas em bandejas de alumínio para a présecagem em estufa de ventilação forçada a 65°C por 72 horas. Em seguida, foram moídas em moinho tipo Willey com peneira de 1 mm e acondicionadas em saquinhos de plástico para análises de MS, FDN, PB e EB (Silva e Queiroz, 2002). Para a determinação do teor de cromo nas fezes foi feita uma digestão via úmida das amostras. A concentração de minerais foi determinada por espectrofometria de absorção atômica.

Os dados obtidos foram analisados em programa computacional de estatística (SAS, 1990) com as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey com nível de 5% de significância. Os valores referentes ao pH e as concentrações de amônia no líquido ruminal foram adicionados do fator medidas repetidas no tempo, referentes aos diversos momentos de colheita entre as refeições (0, 2, 4, 8 e 10 horas após alimentação). Tal análise foi realizada utilizando-se procedimento do modulo GLM (PROC GLM do SAS); a separação por contrastes foi baseada na média de todos os tempos de amostragem.

Resultados e Discussão

Os animais perderam em média 30 kg de peso durante o experimento, denotando a alimentação pobre a base de cana-de-açúcar. O peso médio metabólico de cada animal teve pequena variação ao longo do experimento em função dos tratamentos, com valores variando entre 124,02 a 128,55 kg0,75 .

Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos na ingestão de matéria seca do volumoso e da dieta total, tanto em kg/dia como em g/kg0,75 (Quadro 2). Uma das causas para não ter sido observado um provável aumento do consumo do volumoso com o aumento da ingestão de níveis de fósforo, pode ter sido devido aos animais terem ingestões diárias de fósforo superior a sete gramas por animal, a qual seria nível limítrofe para exigências de fósforo para búfalos machos adultos em manutenção segundo Agarwala e Nath (1980). Outra causa possível seria o pequeno de número de 28 dias de experimentação de cada sub-período. Com nível mais baixo de ingestão de fósforo ao longo de mais semanas espera-se diminuição no consumo de matéria seca conforme citado por Gartner et al. (1982).

Houve baixo consumo médio diário de matéria seca da ração total pelos animais (45,85 g/kg0,75). A quantidade de matéria seca consumida de uma determinada ração reflete, entre vários fatores de alguma maneira, a qualidade do alimento oferecido ao animal (Moletta e Restle, 1992). Portanto, o baixo consumo de MS verificado neste estudo, pode ser atribuído à elevada proporção de volumoso da dieta (85,5% da MS oferecida) de baixa qualidade como a cana-deaçúcar e certa restrição na oferta do volumoso.

Em bubalinos em crescimento, porém alimentados com dieta de melhor qualidade (com maiores proporções de concentrado) em confinamento, são relatados consumos de matéria seca mais elevados como Velloso et al. (1994) de 91,39 g /kg0,75 e Franzolin et al. (2001) de 89,06 a 95,79 g de MS/kg0,75. Já com dietas à base de cana de açúcar contendo 30% de concentrado para bubalinos, Moletta e Restle (1992) e Polli et al (1996) observaram ingestões de 76,61 e 57,20 g de MS/kg0,75, respectivamente.

Apesar de ter sido utilizado como fonte de fósforo o fosfato bicálcico que é também uma fonte de cálcio, tendo assim aumentado os níveis crescentes de cálcio com os tratamentos, este estudo teve como foco principal as influências do fósforo sobre o metabolismo ruminal e digestão já que a relação Ca:P foi mantida próxima entre os tratamentos de 2,5:1 à 3,5:1 (Quadro 1).

Os coeficientes de digestibilidade da matéria seca (CDMS), fibra em detergente neutro (CDFDN), proteína bruta (CDPB) e energia bruta (CDEB) obtidos com bubalinos em dietas com diferentes níveis de fósforo podem ser observados no Quadro 2.

Não houve diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos para o CDMS e para o CDPB, corroborando com Agarwala e Nath (1980) que utilizaram níveis de 7 a 19 g de ingestão de fósforo por dia em bubalinos. Ekelund et al. (2003) não observaram diferenças na digestibilidade aparente do fósforo em vacas em lactação com dietas com diferentes fontes de alimentos com fósforo orgânico. Entretanto, contrasta com Bass et al. (1981) que obtiveram diferenças significativas (P<0,05) para o CDMS com médias de 33% e 51% para níveis de 5,9 e 11,9 g/d de P ingerido respectivamente, em vacas de corte em lactação e com Gartner et al. (1982) que observaram significativo (P<0,01) decréscimo para CDPB com valores médios de 49,9% e 36,3% para ingestões diárias de 6,7 e 18,6 g de P respectivamente, em vacas Hereford.

O CDFDN não sofreu influência dos tratamentos (P>0,05). Isto também é relatado por Witt e Owens (1983) que forneceram 9,5 e 18,3 g de P por dia para bovinos adultos. Porém, Milton e Ternouth (1985) obtiveram diferenças significativas (P<0,05) em ovinos com diferentes níveis de fósforo no rúmen e no plasma.

Não houve também diferenças significativas (P>0,05) nos coeficientes de digestibilidade da energia bruta entre os tratamentos, demonstrando que embora os níveis de fósforo não influenciem o nível energético das rações, também não afeta o processo de digestibilidade da energia das rações em bubalinos.

Embora não tenham sido detectadas diferenças significativas entre os tratamentos nos coeficientes de digestibilidade dos nutrientes avaliados, os animais que ingeriram 15g de P/dia (Tratamento P15) apresentaram maiores coeficientes absolutos da FDN, PB e EB que os demais tratamentos, enquanto que no nível mais elevado de ingestão de fósforo (P18) observou-se valor médio maior apenas para coeficiente de digestibilidade da proteína bruta.

Os valores médios de pH de líquido ruminal obtidos nos diferentes tempos de amostragens encontram-se apresentados na Figura 1. Não houve diferenças significativas entre tratamentos (P>0,05). Houve efeito altamente significativo (P<0,0001) do tempo de amostragem, indicando queda do pH após os dois arraçoamentos principalmente após o primeiro, quando foi fornecido o concentrado.

O pH médio do líquido ruminal de 7,45 mostrouse alto e superior ao valor máximo observado dentro da variação de pH ruminal de ruminantes alimentados com diversos tipos de alimentos, de 5,5 a 7,0 de acordo com Dehority (2003) e também superior ao mínimo recomendado de 6,70 por Mould et al. (1983) para não haja queda na taxa de degradação da fibra. Isso deve ter sido reflexo de uma alta produção de saliva devido à baixa qualidade do volumoso utilizado. De fato, Polli et al. (1996) observaram em bovinos e bubalinos, tendência de maior tempo de mastigação por bolo alimentar e de forma mais lenta em dieta de cana-de-açúcar do que à base de silagem de milho.

Os valores médios da concentração de amônia no líquido ruminal nos diferentes tempos de amostragens podem ser observados no Quadro 4. Não houve diferenças significativas (P>0,05) entre tratamentos, mas observou-se efeito altamente significativo para o tempo de amostragem (P<0,0001). Esta variabilidade é comum em ruminantes alimentados de forma intermitente segundo Mehres et al. (1977). Alguns fatores podem influenciar este parâmetro, entre eles a metodologia de coletas e análises laboratoriais e tipo da dieta (Wohlt et al., 1976). O alto pico de concentração de amônia observado após duas horas da alimentação (média de 35,31 mg/100 mL), refletiu o efeito da ingestão do concentrado, já que o mesmo apresentou teor médio de 44,72% de PB na MS. Entretanto, antes da alimentação (T0) e nos tempos T8 e T10, ou seja, após o pico ocorrido em T2, os valores médios variaram dentro da faixa de 4,21 a 8,67 mg/100 mL, que foram próximos aos observados por Franzolin Neto (1990) em búfalos alimentados com dieta com baixo teor de proteína (8,7% PB).

Os valores médios de amônia encontrados nos tempos amostrados apresentaram-se, via de regra, menores do que os valores de amônia recomendados por Satter e Slyter (1974) e Van Soest (1994), de 5,0 mg% a 10,0 mg/%, para o máximo crescimento microbiano, com exceção em 2 horas após a primeira alimentação. Isso indica um sistema de alimentação deficiência com excesso de nitrogênio para a síntese microbiana em T2 e deficiência em outros períodos ao longo do dia. Portanto, somente em duas horas após o arraçoamento matinal, o nível de amônia ruminal foi superior à 24 mg% definidos por Mehres et al. (1977) para máximo desaparecimento do substrato no rúmen, embora estes autores afirmaram não ser necessário manter, de forma constante, altas concentrações de amônia no líquido ruminal.

A dinâmica no rúmen mostrou rápida taxa média de passagem do líquido ruminal conforme se pode observar no Quadro 4, não existindo diferenças significativas (P>0,05) entre tratamentos. Não foi também observadas diferenças significativas (P>0,05) no volume ruminal em litros (L) e em mL/kg0,75 (Quadro 4) entre os diferentes níveis de ingestão de fósforo pelos animais. Milton e Ternouth (1985) também não verificaram diferenças na taxa de passagem de líquido e no volume ruminal avaliando o metabolismo de fósforo em ruminantes.

Não houve diferenças significativas (P>0,05) para a estimativa da taxa de passagem de sólidos. A média da taxa de passagem de sólidos no rúmen foi de 0,02/ h considerada lenta e refletindo as ingestões de rações com alto nível de volumoso (85%), corroborando com as informações citadas pelo ARC (1980) para ruminantes consumindo volumoso de baixa qualidade.

(Quadro 3)

Conclusão

Ingestões diárias de fósforo na dieta total variando de 8, 12, 15 e 18 g/animal não afetam as digestibilidades da matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro e energia e nem os valores médios de pH e amônia no líquido ruminal, assim como a taxa de passagem de líquidos e sólidos no rúmen em dietas de baixa qualidade à base de canade-açúcar para bubalinos. Entretanto, ingestão média de 15 g/animal/dia aparentemente promove melhores resultados que os demais níveis de ingestão avaliados.

Literatura Citada
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