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Archivos Latinoamericanos de Produccion Animal
Asociacion Latinoamericana de Produccion Animal
ISSN: 1022-1301 EISSN: 2075-8359
Vol. 15, Num. 3, 2007, pp. 100-106

Archivos Latinoamericanos de Produccion Animal, Vol. 15, No. 3, 2007, pp. 100-106

Avaliação da monensina sódica no desempenho de cordeiros suplementados a pasto

Evaluation of sodium monensin on the performance of lambs supplemented in pasture

J. dos Santos Araújo1, E. Eustaquio Mesquita, N. Tsuzuki, V. de Oliveira, M. Abbado Neres, G. Costa Braga, É. Cosendey Peixoto e L. Cristina Valle.

Centro de Ciências Agrárias/Universidade Estadual do oeste do Paraná, Brasil
1Autor para la correspondencia, e-mail: jocelios@yahoo.com.br

Recibido Noviembre 8, 2006. Aceptado Abril 18, 2007.

Code Number: la07015

ABSTRACT

The experiment was conducted to evaluate the effect of the ionophore addition to the concentrate supplement on the 0; 25; 50 and 75 mg of monensin/animal/day on levels, in the performance of sheep. It was used 16 lambs average with age of four months old and average initial weight of 17.85 ± 3.84 kg, the animals were kept in a pasture of Bermuda grass Tifton 85 (Cynodon spp.) in on completely randomized design was used. Pasture accumulation and quality were evaluated. Addition of monensin did not affect average daily weight gain, the best feed conversion and feed efficiency. Supplementation of the sodium monensin concentrated supplement did not favored or better performance of animals.

Key words: Ionophores, Sheep, Supplementation.

RESUMO

Este experimento foi conduzido para avaliar o efeito do ionóforo adicionado ao suplemento concentrado, nos níveis de 0; 25; 50 e 75 mg de monensina/animal/dia, no desempenho de ovinos. Foram utilizados 16 cordeiros mestiços, machos, inteiros, com idade de quatro meses e peso médio vivo inicial de 17,85 ± 1,84 kg, mantidos em pastagem de Tifton 85 (Cynodon spp.), usando um delineamento inteiramente ao acaso. Estimativas da biomassa e da qualidade da forragem foram realizadas. A adição de monensina sódica não afetou significativamente o consumo do suplemento concentrado. Os ganhos de peso médio dos cordeiros não foram estatisticamente influenciados pelos tratamentos, porém foram considerados elevados. A monensina sódica não causou redução no consumo nem alterou o ganho de peso dos animais criados a pasto.

Palavras chave: Ionóforos, Ovinos, Suplementação.

Introdução

A ovinocultura no Brasil nos últimos anos vem se consolidando como uma das principais atividades do setor pecuário. A crescente demanda interna e externa por carne ovina, vem desencadeando uma pressão no sentido de aumentar o efetivo. Além de melhorar as técnicas de manejo sanitário e de alimentação, para ampliar o desempenho produtivo dos animais, uma vez que, atualmente, a disponibilidade de carne de cordero não supre a demanda interna.

Os atuais sistemas de criação voltados para a produção de carne ovina passam a enfrentar o desafio de reduzir a sazonalidade de oferta de cordeiro para o abate, determinada pelas estacionalidades reprodutivas e de forragem. No período seco, há redução significativa na capacidade de suporte da vegetação nativa e na qualidade de forragem disponível. Este fato, associado à falta de suplementação e à não separação das categorias animais em seus diferentes estados fisiológicos, levando à concorrência pelo uso da forragem disponível, conduz ao lento desenvolvimento ponderal das crias, à elevada taxa de mortalidade de animais jovens e à idade tardia ao abate.

A decisão de engordar ovinos em sistema de fio de reduzir a sazonalidade de oferta de cordeiro pastejo utilizando suplementação com concentrado dependerá não só da condição particular da região e/ou propriedade, mas também do mercado. A implementação deste sistema pode viabilizar o abate de animais mais jovens, com carcaça de melhor qualidade, além de poder aumentar a capacidade de suporte da pastagem, aumentando, assim, a quantidade de carne produzida por hectare e em menor tempo.

Numerosas pesquisas têm indicado que a suplementação em dietas à base de forragem de baixa qualidade pode melhorar o desempenho produtivo dos animais (DelCurto et al., 1990 e Prohmann et al., 2004).

A suplementação melhora a qualidade da dieta de diferentes categorias animais em suas diversas fases, satisfazendo suas necessidades e promovendo aumento de peso, sendo considerada uma alternativa para a engorda de ovinos. Além da suplementação, alguns aditivos têm sido utilizados na alimentação animal para melhorar seu desempenho produtivo, entre eles ionóforos como monensina, lasalocida, narasina salinomicina, entre outros, os quais em sua maioria são produtos da fermentação de vários actomicetos.

Os estudos realizados com os ionóforos têm registrado diminuição na ingestão de alimentos, melhoria na conversão alimentar e modificações nos produtos finais da fermentação ruminal, aumentando a proporção molar de ácido propiônico em relação ao acético e butírico e disponibilizando maior energia dos alimentos para o aproveitamento dos animais (Broderick, 2004).

Os trabalhos de pesquisa mostram que o uso de ionóforos fornecido via suplemento para animais em pastagem tem apresentado resultados variados (Potter et al., 1976; Restle et al., 1999; Roso & Restle, 2001) e são feitos principalmente com bovino de corte e gado de leite, não trazendo nenhuma recomendação para ovinos. Sendo assim, objetivou-se avaliar o uso de monensina sódica no desempenho produtivo de ovinos suplementados a pasto.

Material e Métodos

O experimento foi realizado nas instalações do Setor de Ovinocultura da Fazenda Experimental Prof. Dr. Antonio Carlos dos Santos Pessoa, localizada na Linha Guará (Longitude: W 54º 01' 9,09" a W 54º 01' 45,15"; Latitude: S 24º 31' 42,17" a S 24º 32' 15,34"; Altitude: 420 m), pertencente ao Núcleo de Estações Experimentais da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (NEE/UNIOESTE), no município de Marechal Cândido Rondon – PR.

Foram utilizados dezesseis cordeiros, machos, sem padrão racial definido, oriundos de uma mesma fazenda, com idade aproximada de quatro meses e peso vivo médio de 17,85 ± 1,84 kg ao início do experimento, identificados individualmente por brincos. Os animais permaneceram em uma área de pastagem já estabelecida de Tifton 85 Cynodon spp. com aproximadamente 0,5 ha durante um período de 62 dias, entre os meses de julho a setembro de 2004.

Antes do início do experimento os cordeiros foram everminados, mediante análise parasitológica de fezes, submetidos a um período pré-experimental de adaptação à dieta contendo a monensina, ao manejo durante 20 dias e 42 dias e destinados à coleta de dados. Nesta área, os animais tiveram disponibilidade de bebedouro para consumo de água ad libitum.

Os animais permaneciam no pasto das 5:00 às 11:00 horas da manhã, quando eram recolhidos para uma instalação próxima à área da pastagem para receberem o suplemento concentrado contendo os tratamentos até aproximadamente 12:00 horas, e depois voltavam a ter acesso ao pasto, sendo recolhido no final da tarde, às 18:30 horas, para as baias individuais, onde pernoitavam.

Foi utilizada uma instalação próxima da área de pastagem, constituída de baias individuais com disponibilidade de comedouro e bebedouro, na qual os animais recebiam o suplemento e os teores de monensina sódica conforme os tratamentos. O aprisco continha também balança para pesagem dos animais, que era efetuada semanalmente, sempre no mesmo horário, antes de os animais terem acesso ao pasto. Esse procedimento era necessário em função de fazer o ajuste do suplemento e para a obtenção do ganho em peso médio e total dos cordeiros.

O suplemento concentrado foi constituído de farelo de soja, grão de milho moído, torta de algodão, casca de soja e mistura mineral comercial1 e formulado segundo recomendações do NRC (1985) para cordeiros em crescimento. O suplemento foi fornecido aos animais numa quantidade de 2,0% do peso vivo e sua formulação e cálculo foram obtidos após análise química dos pastos. A monensina sódica era adicionada no momento do fornecimento do concentrado de acordo com os tratamentos.

A composição percentual do concentrado é apresentada no Quadro 1 e os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) e minerais, no Quadro 2.

Foram analisados o consumo médio do suplemento concentrado e o ganho em peso médio diário dos animais. As avaliações das forragens (estimativas de biomassa residual de MS e da taxa de acúmulo diário de MS) foram realizadas no início do experimento, 30 dias após e ao término da pesquisa, nas seguintes datas: 23/07, 27/08 e 10/09, respectivamente.

O acúmulo de MS no período experimental foi calculado multiplicando o valor de taxa de acumulo diário pelo número de dias do período. A taxa de lotação (TL) foi calculada considerando a unidade animal (UA) como sendo 450 kg de PV, utilizando a seguinte fórmula:

Em que:

TL = taxa de lotação, em UA/ha;

UAt = unidade animal total;

Área = área experimental total, em ha.

O cálculo da oferta de forragem (OF) foi realizado de acordo com a seguinte fórmula:

Em que:

OF = oferta de forragem, em kg MS/100 kg PV/ dia;

BRD = biomassa residual diária, em kg MS/ha/ dia;

TAD = taxa de acúmulo diário, em kg MS/ha/ dia;

PV = peso vivo dos animais, em kg/ha.

Foram utilizadas as amostras coletadas na dupla amostragem utilizando-se um quadrilátero de 0,50 x 0,50 m (0,25 m2), lançado aleatoriamente na área da pastagem. Analisou-se o teor de proteína bruta (PB) utilizando-se metodologia descrita por Silva & Queiroz (2000).

Utilizou-se o delineamento inteiramente ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições, perfazendo um total de 16 unidades experimentais.

Os tratamentos consistiram de diferentes teores de ionóforos (monensina sódica), conforme segue:

T1) Controle (Pasto + 0,0 mg/monensina/animal/ dia no concentrado);

T2) Pasto + 25,0 mg/monensina/animal/dia no concentrado;

T3) Pasto + 50,0 mg/monensina/animal/dia no concentrado; e

T4) Pasto + 75,0 mg/monensina/animal/dia no concentrado.

Os dados das variáveis respostas foram submetidos à análise estatística de regressão pelo programa SISVAR (Ferreira, 2000) e foi utilizado o teste F com significância de 5% de probabilidade e o coeficiente de determinação com base no seguinte modelo estatístico:

Yij = m +ti + εij

Em que:

m = média geral das observações;

ti = efeito diferencial esperado do tratamento (i), com i = 1, 2, 3 e 4;

εij = erro experimental na j-ésima parcela com o nível de monensina i (tratamento) e que, por hipótese, tem distribuição normal com média zero e variância σ2.

Resultados e Discussão

No Quadro 3 são apresentadas as principais apresentaram grandes variações durante o período variáveis avaliadas na pastagem. Observa-se que a taxa de lotação, a oferta de forragem e o teor de PB não apresentaram grandes variações durante o período experimental, isso em função de os animais atingirem área de pastagem por um período de apenas 42 dias, observando-se, então, que os animais tiveram as mesmas condições de alimentação durante o período estudado. A oferta de forragem média do período experimental ficou acima de 4000 kg de MS/ha, valor considerado satisfatório, sendo superior aos registrados em vários trabalhos (Potter et al., 1986; Paisley et al., 1999 e Cunha, 2002). A qualidade da forragem expressa pelo teor de PB é considerada satisfatória, semelhante aos resultados obtidos por Postiglioni & Messias (1998) no final do ciclo da pastagem.

Os resultados referentes ao ganho de peso e consumo de concentrado são apresentados no Quadro 4.

O tratamento controle apresentou, numericamente, o maior ganho em peso médio diário, da ordem de 41,5 e 13,0 g/dia a mais, comparado aos tratamentos com teores de monensina, com valores de 75 e 25 mg/ animal/dia, respectivamente, e apenas de 9 g/dia em relação à adição de 50 mg/animal/dia do ionóforo, sem que esse incremento no ganho em peso apresentasse efeito significativo entre os tratamentos.

Os resultados obtidos nesse experimento foram satisfatórios, sendo esses valores superiores aos apresentados por Pilar et al. (1994), que obtiveram ganhos médios diários de apenas 83 g de peso vivo para animais da raça Corriedale. No entanto, ao trabalharem com ovinos de diferentes grupos genéticos em pastagem natural no estado do Rio Grande do sul, esses mesmos autores apresentaram valores de 148, 142, 136, 131 g de peso vivo médio diário para os grupos Ile de France, Border x Corriedale, Hampshire Down e Texel, respectivamente.

Huston et al. (1990), ao trabalharem com 60 cordeiros da raça Rambonillet e 56 caprinos da raça Angorá criados a pasto e tratados com a adição de monensina e lasalocida sódica no concentrado, não observaram efeito significativo para ambas as espécies. No entanto, o ganho em peso médio diário dos cordeiros que receberam 33 mg monensina/animal foi superior ao dos que receberam 66 mg (106 vs 78 g) e apresentou maior ganho em peso do que aqueles que receberam lasalocida nos mesmos teores na dieta (88 vs 98 g). Comportamento semelhante foi observado com animais da espécie caprina (114 vs 108 g) quando se utilizou monensina sódica e 91 versus 93 g de ganho em peso médio diário com a lasalocida. Esses resultados apresentaram valores médios inferiores aos observados no presente trabalho. Isto provavelmente ocorreu em função da forragem e do suplemento utilizados nessa pesquisa, que apresentaram teores de proteína brutas superiores aos utilizados na pesquisa dos autores acima citados, que foram de 6 e 15,7% de PB, respectivamente.

Os resultados obtidos nesse experimento assemelham-se aos averiguados por Fluharty et al. (1999), que ao trabalharem com cordeiros da raça Targhee e cruzas Targhee x Hampshire Down, não observaram efeito significativo da adição ou não do ionóforo lasalocida sódica no ganho de peso médio diário, conversão alimentar e eficiência alimentar dos cordeiros mantidos em pastagem de alfafa. Convém salientar que os ganhos em peso médio obtidos do referido experimento foram superiores aos obtidos no presente trabalho (282 vs 168,62 g/animal/dia). Tais valores tiveram essa superioridade em função de ter sido usada alfafa como volumoso e alto teor de concentrado, com teor de PB superior a 30%, resultados corroborados por Tatum et al. (1988); McClure et al. (1994) e Murphy et al. (1994). Já Santra et al. (2002) ao trabalharem com cordeiros da raça Malpura, Awassi x Malpura e Polled recebendo suplemento concentrado a pasto, os quais obtiveram valores em GPD de 128,5; 169,7 e 149,1 g/dia, respectivamente. Esses valores são imediatamente inferiores aos obtidos na presente pesquisa, o que provavelmente ocorreu em função de os teores de PB, tanto da forragem quanto do concentrado, terem sido superiores aos obtidos no trabalho dos supracitados autores.

Em trabalho realizado para avaliar o efeito da lasalocida sódica adicionada ao sal comum e usada como suplemento no desempenho de fêmeas de corte com idade de 10 meses e peso médio inicial de 200 kg, mantidas em pastagem cultivada com gramíneas anuais de estação fria, Roso & Restle (2001) não observaram efeito significativo da adição desse ionóforo no ganho de peso diário. Resultados semelhantes também foram obtidos por Utley et al. (1978) com ou sem a inclusão de ionóforos (monensina sódica) para novilhas em pastagem de azevém suplementadas com milho; por Berger et al. (1981), que também não encontraram diferença no ganho de peso médio diário em animais que receberam ou não ionóforos na dieta; e por Restle et al. (1999), que usando novilhos em pastagem de aveia mais azevém suplementados com milho triturado, obtiveram ganhos de 1,457 e 1,577 kg com ou sem lasalocida sódica, respectivamente.

Avaliando a suplementação de monensina sódica via sal mineral para novilhos mantidos em pastagem de colonião, Andrade et al. (1996) também não encontraram efeito significativo no ganho de peso dos animais que receberam o ionóforo. Resultados semelhantes também foram demonstrados por Restle et al. (1999), que ao trabalharem com novilhas cruzas Charolês x Nelore na fase de terminação em pastagem de aveia preta + azevém, utilizando dois níveis de suplementação, associados ou não à lasalocida sódica, não observaram efeito significativo entre o nível de suplementação e o uso ou não da lasalocida para ganho de peso médio diário. Por outro lado, existem trabalhos (Potter et al., 1976 e Spears & Harvery, 1984) nos quais foram constatados maiores ganhos de peso médio diário em animais suplementados com lasalocida sódica ou monensina sódica em pastagem cultivada quando comparados aos não suplementados.

Horn et al. (2005), ao avaliarem os efeitos da monensina sobre a ingestão do suplemento e o ganho do peso vivo em bovinos mantidos em pastagem de trigo de inverno, observaram que a adição da monensina diminuiu o consumo diário do suplemento. Os autores esclarecem ainda que os ganhos em pesos foram similares, mas maiores ganhos foram obtidos com os animais que consumiram menores quantidades de suplemento contendo monensina em comparação com aqueles que consumiram maiores quantidades de um suplemento similar sem monensina.

Potter et al. (1986) conduziram uma série de ensaios experimentais para avaliar o efeito da monensina no desempenho produtivo de gado de corte, adicionando 200 mg/monensina/dia às quantidades limitadas do concentrado suplementar para o gado mantido a pasto, e obtiveram resultados em que a adição da monensina ao suplemento aumentou o ganho diário em todas as 24 experimentações por uma média de 0,9 kg/dia (+16,3%), melhorando a eficiência alimentar em todos as pesquisas experimentais.

Parrott et al. (1990), numa série de experimentos em que foram utilizados 2.262 bois e bezerras com o objetivo de avaliar o desempenho animal recebendo monensina sódica através de uma cápsula de liberação (dispositivo ruminal) em pastagem nativa de verão e pastos de inverno (centeio e trigo),

observaram um incremento de até 0,8 kg/dia em comparação com o tratamento controle, havendo apenas um manejo maior, através da mão-de-obra, na inclusão desse dispositivo com a monensina, o que, entretanto, é um método eficaz para se obter maior ganho de peso.

Várias experimentações foram conduzidas utilizando bezerras e bois em pastejo em vários tipos de forragem (grama nativa, capim Bermuda, resíduos de colheitas, trigo de inverno) recebendo, na dieta, um pouco de suplemento com ou sem ionóforos, com significativo aumento no ganho de peso médio diário, da ordem de mais de 10%, se comparados com aqueles não tratados com ionóforos (Spears & Harvey, 1984; Anderson & Horn, 1987). No entanto, Zinn (1988) observou que bovinos alimentados com adição de monensina na dieta apresentaram menores consumos de alimentos, bem como depressão no ganho em peso vivo dos animais se comparados com o grupo controle.

Embora se observe redução no consumo do suplemento concentrado de 28% entre o tratamento controle e o que continha o maior teor de monensina (75 mg/animal/dia), esses valores não foram estatisticamente diferentes, corroborados por Araújo et al., (2006). Existe uma série de fatores que interferem no consumo de alimentos do animal a pasto, entre eles o estádio vegetativo da forragem, o teor de umidade da espécie forrageira, o ambiente e a individualidade animal. O fator que mais provavelmente levou à não observação de efeito significativo sobre essa variável foi o número reduzido de animais utilizados no experimento.

Nussio et al. (2003), ao avaliarem os efeitos do fornecimento de grão processados (laminados a vapor e floculados) e monensina sódica em dietas de bezerros holandeses, também não observaram efeito significativo do uso desse ionóforo nem no tipo de grão no consumo de concentrado.

Ao estudarem a interação dos níveis de forragem (10 e 20%) e da monensina sódica (0 vs 28 mg/kg de MS) sobre o desempenho produtivo de gado de corte, Zinn et al. (1994) não observaram efeito da interação dos níveis de forragem e da monensina sódica sobre o consumo de matéria seca. Já Goodrich et al. (1984), analisando os resultados de 228 testes, encontraram redução média de 6,4% no consumo de alimentos nos animais que receberam monensina na dieta. Menores consumos de MS por animais que receberam ionóforos também foram constatados por Potter et al. (1976) e Berger et al. (1981).

Conclusões

A adição da monensina sódica no suplemen-alimentos nem no ganho de peso dos cordeiros criato concentrado não causou redução no consumo de dos a pasto.

Literatura Citada

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