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Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz
ISSN: 1678-8060 EISSN: 1678-8060
Vol. 91, Num. 3, 1996, pp. 313-315
Mem Inst Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Vol. 91(1), May/June 1996

RESEARCH NOTE

Descric o do Alotipo (Macho) de Triatoma guazu Lent & Wygodzinsky, 1979 Proveniente do Estado do Mato Grosso, Brasil (Hemiptera, Reduviidae)

Herman Lent, Jose Jurberg*, Cleber Galv o*/^+

Centro de Ciencias Biologicas, Universidade Santa rsula, Rua Jornalista Orlando Dantas 59, 22231-010 Rio de Janeiro, RJ, Brasil *Laboratorio Nacional e Internacional de Referencia em Taxonomia de Triatomineos, Departamento de Entomologia, Instituto Oswaldo Cruz, Av. Brasil 4365, 21045-900 Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Code Number: OC96062
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Description of the Allotype (Male) of Triatoma guazu Lent & Wygodzinsky, 1979 from the State of Mato Grosso, Brazil (Hemiptera, Reduviidae) - The authors decribe the allotype of Triatoma guazu Lent & Wygodzinsky, 1979 and make a morphological analysis, specially in the male external genitalia of samples recently found in Mato Grosso, Brasil, after the original description based on single specimen female from Paraguay.

Key words: Triatominae - Triatoma guazu - Chagas' disease

[TABLES AND FIGURES AT END OF TEXT]

Esta especie n o foi mais encontrada apos a descric o de seu unico especime, o holotipo femea feita por Lent e Wygodzinsky (1979 Bull Am Mus Nat Hist 163: 123-520). Da proveniencia constava o pais de origem (Paraguai). Por ser um dos maiores representantes do genero Triatoma recebeu o nome especifico guazu, que na lingua guarani significa grande. Em 1994 foram coletados alguns especimes dentro de domicilios na localidade de Barra do Garca, MT, Brasil. No presente trabalho estamos acrescentando alguns outros caracteres dos machos, alem da descric o da sua genitalia externa.

DESCRIC O

Comprimento: 29-30mm (2 femeas), 26mm (2 machos)

Largura do pronoto: 6mm (femeas), 6mm (machos); largura do abdome: 10mm (femeas), 8-9mm (machos).

Colorido geral preto, com manchas amarelas nos lados do pescoco, no corio dos hemelitros em dois pontos e em faixas do conexivo. Muito pouco piloso com pequenas cerdas esparsas; tegumento polido principalmente na face ventral do abdome.

Cabeca preta, com pequenos granulos, estreita e alongada, cerca de tres vezes mais longa do que larga e mais longa que o pronoto (igual ao comprimento do pronoto mais a metade do escutelo). Regi o anteocular cerca de quatro vezes mais longa que a pos- ocular; a anteocular tem margens laterais retilineas, que s o levemente curvadas na pos-ocular. Clipeo mais largo na base e genas largas na base e afiladas no apice ultrapassando nitidamente o apice do clipeo. Jugas bem pronunciadas e situadas ao nivel dos tuberculos anteniferos.

Olhos grandes ultrapassando nitidamente a face dorsal da cabeca, de perfil apenas atingindo a superficie da face ventral. Distancia interocular (1:1,25) um pouco maior que a largura do olho em vista dorsal. Ocelos salientes situados atras dos olhos e um pouco afastados destes. Tuberculos anteniferos implantados no meio da regi o anteocular, laterais e escuros. 1^o segmento antenal muito pouco piloso e n o atingindo o apice do clipeo, 2^o segmento antenal bem longo e com pequenas cerdas em toda a sua extens o, 3^o segmento mais fino e com cerca de 2/3 do 2^o, 4^o segmento antenal com 2/3 do comprimento do 3^o. Proporc es entre os segmentos: 1:4,6:3,5:2,3.

Rostro em posic o de repouso, bem longo, pois o 3^o segmento atinge o inicio do sulco proesternal; o 1^o segmento e o mais forte e atinge o nivel da metade do 1^o articulo antenal; 2^o segmento rostral bem longo quase atingindo o bordo posterior do olho, e revestido de fina e curta pilosidade; 3^o segmento rostral de tamanho aproximadamente igual ao do 1^o, so mais fino e pontudo. Proporc es: 1:2,5:1,1.

Pescoco alongado, escuro, com pequena mancha amarelada de cada lado.

Pronoto totalmente preto, granuloso no lobo anterior, que e menor que o lobo posterior e mostra 1+1 granulos discais salientes. Lobo posterior rugoso, bem maior que o anterior; as carenas se iniciam pouco antes do bordo posterior do lobo anterior e terminam no fim do lobo posterior. Humeros salientes para os lados e arredondados.

Escutelo preto com uma pequena mancha amarelada no centro, relativamente curto, rugoso com 1+1 tuberculos na base, apice curto e de ponta rombuda.

Hemelitros atingindo o apice do 8^o tergito nos dois sexos e de colorido geral palido; clavo preto enfumacado na base e com a metade final amarelo claro. O corio termina em ponta ao nivel da 4^a mancha negra do conexivo, tem manchas amarelas em todas as celulas, totalmente na celula cubital (entre as nervuras Cu e R+M); membrana enfumacada com nervuras salientes e pretas.

Patas inteiramente pretas; femures anteriores n o dilatados, com 1+1 denticulos subapicais nos 1^o e 2^o pares; as tibias do 1^o e 2^o pares de patas dos machos apresentam fossetas esponjosas terminais, nas femeas ausentes.

Abdome tambem totalmente preto na face ventral, largo e mostrando parte dos urotergitos nos limites com o conexivo, este e largo com manchas pretas e amarelas, as manchas amarelas ficam no centro de cada segmento do conexivo e as pretas ocupam o espaco restante e cobrem o sulco intersegmentar. Ficam bem visiveis no conexivo, quer dorsal, quer ventralmente, 6+6 manchas pretas e 6+6 manchas amarelas, as pretas de forma quadrangular e as amarelas de bordo arredondado ao atingir o nivel do abdome. Suturas intersegmen-tares negras. Extremidade abdominal da femea romba, a do macho arredondada (Fig.1).

A genitalia externa do macho e constituida por um falo e por 1+1 parameros homologos localizados no 9^o segmento ou pigoforo, o falo internamente e os parameros articulados projetam-se para fora do pigoforo no ato da copula.

Parameros (Pa) cilindricos, curvados com pelos longos e esparsos situados nas faces externa e interna, com pelos menores proximo ao apice da face interna. Bordo apical com uma projec o acentuada dirigida para dentro (Fig. 2 B e C).

Falo (P) constituido de um aparelho articular (Apb) e um edeago (Ae) proporcionais, em repouso o falo fica dobrado com o aparelho articular dorsalmente situado sobre o edeago e este fica com o apice voltado em direc o a cabeca. O aparelho articular tem a forma de Y invertido, os bracos inferiores denominados de placas basais (Plb) se unem na regi o mediana ao braco impar denominado de extens o mediana da placa basal (Eplb) com formato retangular e bordo superior levemente abaulado, na face interna esta localizado o processo do gonoporo (PrG) uma estrutura cilindrica, oca que se prende inferiormente a ponte basal (PB) e por onde passa o ducto ejaculatorio.

O edeago e um corpo globoso complexo constituido de estruturas rigidas e estruturas elasticas e membranosas.Visto distendido destaca-se na face interna o falosoma (Ph) que e uma placa laminar e ovoide que limita a face inferior e as laterais do edeago, internamente observa-se o suporte do falosoma (SPh) uma estrutura de base cilindrica e corpo diferenciado em dois bracos paralelos que se tocam no apice, ocupando toda a extens o do falosoma. Na face superior existe uma membrana elastica, estriada longitudinalmente denominada de conjuntiva (Cj) que limita externamente o edeago (Figs. 2A, 3A e B). Internamente esta o endosoma (En) membranoso, recoberto de projec es espiniformes, que e a parte eversivel do edeago; este possui 1+1 estruturas mais quitinizadas situadas lateralmente se diferenciando, que s o denominadas processos do endosoma (PrEn) estruturas laminares, estriadas e retangulares com o apice arredondado com pequenos espinhos (Fig. 4C). O apice do endosoma apresenta uma estrutura impar denominada vesica (V) que e uma estrutura ovoide com a face superior elevada no centro de onde partem estrias laterais a face inferior e plana, a vesica limita o gonoporo secundario. (Figs. 4A e B).

Proveniencia: Barra do Garca, Mato Grosso, Brasil.
Col.: Sonia Vieira (FNS) 08/94

Holotipo femea depositado no American Museum of Natural History, New York,U.S.A.

Alotipo macho (agora estabelecido) depositado na Colec o Herman Lent do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil (Hem n^o 2861).

Outros especimes examinados: macho, Brasil, Mato Grosso, Barra do Garca, S. Vieira col. XI-94 (no IOC, Hem. n^o 2862); femea, Brasil, Mato Grosso, Barra do Garca, S. Vieira col. VIII-94 (no IOC Hem. n^o 2863); femea, Brasil, Mato Grosso, Barra do Garca, S. Vieira col. VIII-94 (no IOC Hem. n^o 2864).

Agradecimentos: ao Dr. Andre Avelino de Siqueira Filho e S“nia Vieira Camargo da Silva da Fundac o Nacional de Saude, MT, pelo envio dos especimes examinados.

Com auxilio do CNPq, convenio BIRD/FNS/FIOCRUZ n^o 027/93 e The Commission of the European Communities STD-TS3 CT 920092 ^+Contato. Fax: 55-221-290.9339

Recebido em 11 de setembro de 1995

Aceito em 17 de novembro de 1995

Fig.1: Triatoma guazu Lent & Wygodzinsky, 1979 - macho (alotipo).

Fig.2: Triatoma guazu Lent & Wygodzinky,1979 - genitalia externa do macho - A: falo - vista lateral; B, C: parameros.

Fig.3: Triatoma guazu Lent & Wygodzinsky,1979 - genitalia externa do macho - falo - A: vista ventral; B: vista dorsal (Ae = edeago, Apb = aparelho articular, Cj = conjuntiva, En = endosoma, Eplb = extens o mediana da placa basal, PB = ponte basal, Ph = falosoma, Plb = placa basal, PrEn = processo do endosoma, PrG = processo do gonoporo, SPh = suporte do falosoma, V = vesica).

Fig.4: Triatoma guazu Lent & Wygodzinsky,1979 - genitalia externa do macho - A, B: vesica; C: processo do endosoma.

Copyright 1996 Fundacao Oswaldo Cruz


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