Este estudo teve como objetivo delimitar a idade de maturação do lenho usando-se de características
anatômicas da madeira de
Luehea divaricata
Mart. (açoita-cavalo), por meio da segregação dos lenhos
juvenil e adulto. Para tanto, foram eleitas três árvores adultas, de fuste reto e cilíndrico, com diâmetro
superior a 30 cm, a 1,30 m de altura (DAP), coletadas na Encosta Superior do Nordeste do estado do Rio
Grande do Sul, Brasil. De cada árvore, a 0,10 m de altura da base do tronco, foi extraído um disco com
aproximadamente 2 cm de espessura. Com auxílio de uma serra de fita, retirou-se de cada disco uma bagueta
central, de 2 cm de largura, bem orientada no sentido radial, incluindo a medula no centro desta, dividindo-se
a medula em duas amostras. Dentre as amostras sorteou-se uma e separou-se apenas o lenho inicial de cada
anel de crescimento para a maceração (método de Jeffrey). Com auxílio de um microscópio esteroscópio
equipado com régua micrométrica mediram-se primeiramente as dimensões individuais relativas ao
comprimento, diâmetro e diâmetro do lume de cem fibras no anel de crescimento próximo à casca, e
posteriormente, definiram-se trinta fibras, selecionadas ao acaso por anel de crescimento, como
estatisticamente suficiente. A espessura da parede celular das fibras foi obtida pela metade da diferença entre
os diâmetros da fibra e do lume. A segregação dos dois tipos de lenho foi avaliada com base na variação
radial das características anatômicas (comprimento, diâmetro, diâmetro do lume e espessura da parede das
fibras), por meio de regressão linear simples. Os resultados indicaram que, dentre as características
estudadas, o comprimento de fibra foi a que melhor definiu o ano de segregação dos lenhos juvenil-adulto,
estimado em 21 anos, aproximadamente. Por sua vez, os parâmetros anatômicos diâmetro das fibras,
diâmetro do lume e espessura da parede das fibras mostraram-se inadequados para a estimativa da idade de
segregação, devido aos baixos coeficientes de determinação dos modelos estatísticos testados.