A procura intensa por essências madeireiras nativas consolidadas, que apresentam elevado uso, pode ocasionar a
superexploração de espécies e diminuição do seu estoque na floresta. Uma alternativa para essa situação é a substituição
dessas espécies por outras com propriedades da madeira semelhantes e com suficiente estoque de crescimento na floresta. O
objetivo deste trabalho foi agrupar as espécies da Amazônia através das propriedades físico-mecânicas da madeira e realizar
a análise discriminante para identificar quais características tecnológicas são mais importantes para o agrupamento. As
espécies estudadas foram provenientes de oito localidades distintas da região amazônica. As propriedades físico-mecânicas
utilizadas obtidas da literatura especializada nacional foram: densidade básica, contração (tangencial, radial e volumétrica),
flexão estática, compressão paralela e perpendicular às fibras, dureza Janka paralela e transversal, tração perpendicular às
fibras, fendilhamento e cisalhamento. Foi utilizada a técnica de análise multivariada de Cluster (distância euclidiana simples
e o método de Ward) e a análise discriminante para avaliar o agrupamento. A análise de Cluster foi eficiente para agrupar
as espécies, que foram separadas em três grupos distintos. As espécies que se destacaram foram a
Helicostylis pedunculata
Benoist. e
Tachigali chrysophylla (Poepp.) Zarucchi & Herend., por se agruparem com as espécies mais comercializadas.
Os menores valores de Wilks’Lambda foram da densidade da madeira (0,759053), cisalhamento (0,802960) e compressão
paralela às fibras (0,825594). Essas características foram as mais determinantes para discriminar os grupos. A análise de
agrupamento é eficiente para indicar a substituição de espécies consolidadas na Amazônia.