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Ciência Florestal
Centro de Pesquisas Florestais - CEPEF, Departamento de Ciências Florestais - DCFL, Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal - PPGEF
ISSN: 0103-9954 EISSN: 1980-5098
Vol. 18, Num. 3, 2008, pp. 363-373
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Ciência Florestal, Vol. 18, No. 3, 2008, pp. 363-373
AVALIAÇÃO
DA PRODUTIVIDADE, CONTEÚDO E EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DE NUTRIENTES EM GENÓTIPOS DE Eucalyptusspp.NO VALE DO JEQUITINHONHA, MG
EVALUATION OF THE
PRODUCTIVITY, CONTENT AND NUTRIENT USE EFFICIENCY IN GENOTYPES OF Eucalyptus spp. IN JEQUITINHONHA VALLEY, MG
Geraldo
Erli de Faria1,Nairam Félix de Barros2,Vanderley
Luiz Paranaíba Cunha3, Ildeu
Soares Martins4, Rosana de Carvalho Cristo Martins5
1Engenheiro Florestal, Dr., Professor Adjunto, Universidade Federal do Maranhão, Campus IV, MA-230, km 04, S/N,
Boa Vista, CEP 65500-000, Chapadinha (MA). geraldoerli@yahoo.com.br
2Engenheiro Florestal, PhD., Professor do Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa, Av. Peter Henry
Rolfs s/n, Campus Universitário, CEP 36570 000, Viçosa (MG). nfbarros@ufv.br
3Engenheiro Florestal, Gerente de Desenvolvimento da Empresa Acesita Energética Ltda., Rua Raul Coelho, 725,
Bairro Centro, CEP 39680-000, Capelinha (MG). wanderleycunha@acesita.com.br
4Engenheiro Florestal, Dr., Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade de Brasília,
Faculdade de Tecnologia, Caixa Postal, 04357, CEP 70919-970, Brasília (DF).
5Engenheira Florestal, Drª., Professora Adjunta do Departamento de Engenharia Florestal, Faculdade de Tecnologia,
Caixa Postal, 04357, Universidade de Brasília, CEP 70919-970, Brasília (DF). rccristo@unb.br
Recebido para publicação em 7/11/2006 e aceito em 11/08/2008.
Code Number: cf08035
RESUMO
A hibridação de espécies de eucalipto
possibilita a obtenção de híbridos mais produtivos e com alta eficiência de
absorção e/ou utilização de nutrientes, dependendo das espécies combinadas.
Neste contexto, o presente trabalho, conduzido na região do Vale do
Jequitinhonha, Minas Gerais, teve por objetivos: determinar a produtividade, o
conteúdo e a eficiência de utilização de N, P, K, Ca e Mg de híbridos
interespecíficos de Eucalyptus spp. Para tanto, mediu-se o diâmetro à
altura do peito (DAP) de todas as árvores presentes em cada parcela, e
abateram-se três árvores com diâmetro correspondente ao da árvore média.
Procedeu-se à cubagem das árvores pelo método de Smallian, utilizando a altura,
o diâmetro e a espessura de casca na base e a 25, 50, 75 e 100 % da altura
comercial. O peso de material fresco do lenho, da casca, das folhas e dos galhos
foi determinado no campo, e desses componentes se coletaram amostras para
determinação do peso da matéria seca. As amostras do tronco consistiram de
discos coletados, com casca, na base e a 25, 50, 75 e 100% da altura comercial.
As amostras de tecido vegetal foram analisadas para: N, P, K, Ca e Mg. Os
resultados obtidos não indicaram diferenças significativas para a produção de
biomassa de copa entre os híbridos de eucalipto em conseqüência de apresentarem
mesma idade. Entretanto, a produção de
biomassa de tronco apresentou diferenças significativas sendo os híbridos de Eucalyptus urophylla
S. T. Blake proveniente de polinização natural mais produtivoem 50
e 69% em comparação aos híbridos de Eucalyptus urophylla W. Hill. Ex
Maiden com Eucalyptus grandis Dehnh.e de Eucalyptus urophylla com
descendentes do cruzamento de Eucalyptus camaldulensis com Eucalyptus
grandis respectivamente. Além disso, aqueles híbridos foram os que alocaram
maior quantidade de biomassa no tronco (92,3%) em relação à copa (7,7%), e
ainda foram os mais eficientes na absorção e utilização de N, P, K, Ca e Mg.
Concluiu-se que: 1) híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes de
polinização natural ou controlada não apresentam diferença na produção de
biomassa de copa quando avaliados numa mesma idade; 2) a polinização controlada
de Eucalyptus urophylla com Eucalyptus grandis e com descendentes
do cruzamento de Eucalyptus camaldulensis com Eucalyptus grandis
reduz a produção de biomassa de tronco; 3) híbridos de Eucalyptus urophylla
provenientes de polinização natural são mais produtivos e mais eficientes na
absorção e utilização de N, P, K, Ca e Mg e 4) híbridos de Eucalyptus
urophylla provenientes de descendentes do cruzamento de Eucalyptus
camaldulensis com Eucalyptus grandis são menos produtivos e menos
eficientes na absorção e utilização de N, P, K, Ca e Mg.
Palavras-chave: eucalipto; híbridos; eficiência nutricional.
ABSTRACT
The hybridization of eucalyptus species can provide more
productive hybrids and with a high efficiency of nutrient absorption and, or,
nutrient use, depending on the combined species. In this context, the present
work was undertaken in the Jequitinhonha Valley region, Minas Gerais, and its
objectives were: to determine the productivity, content and use efficiency of
N, P, K, Ca and Mg in interspecific hybrids of Eucalyptus spp. In each
plot, the diameters were measured at breast height (DBH) in all the trees, and
three trees with diameter similar to the average mean were felled. The volume
of the trees was estimated by the Smallian method, using the height, diameter
and the bark thickness at the base and at 25, 50, 75 and 100 % of the
commercial height. The fresh weight of the wood, bark, leaves and branches was
determined in the field, and samples from them were collected for the
determination of dry matter. The log samples consisted of collected disks with
bark, from the base and at 25, 50, 75 and 100 % of the commercial height. The
samples of vegetable tissues were analyzed for: N, P, K, Ca and Mg. The results
obtained did not show significant differences for the production of crown
biomass between the eucalyptus hybrids of the same age. However, the production
of log biomass presented significant differences and the naturally pollinated
hybrids of Eucalyptus urophyllawere 50.0 % and 69.0 % more productive
compared with the hybrids of Eucalyptus urophylla with Eucalyptus
grandis and Eucalyptus urophylla with descendants of the crossing of
Eucalyptus camaldulensis with Eucalyptus grandis, respectively.
Also, these hybrids allocated larger amount of biomass in the log (92.3 %) in
relation to the crown (7.7 %), and they were more efficient in the absorption
and use of N, P, K, Ca and Mg. The conclusions were that: 1) same aged hybrids
of Eucalyptus urophylla from natural or controlled pollinations did not
differ in their crown biomass; 2) log biomass was reduced in the hybrids from
controlled pollination between Eucalyptus urophylla with Eucalyptus
grandis and Eucalyptus urophylla with descendants of the crossing of
Eucalyptus camaldulensis with Eucalyptus grandis; 3) hybrids of Eucalyptus
urophylla from natural pollination were more productive and more efficient
in the absorption and efficiency of use of N, P, K, Ca and Mg and 4) hybrids of
Eucalyptus urophylla with descendants of the crossing of Eucalyptus
camaldulensis with Eucalyptus grandis are less productive and less
efficient in the absorption and use of N, P, K, Ca and Mg.
Keywords: Eucalyptus;
hybrids; efficiency nutritional.
INTRODUÇÃO
A região do
cerrado apresenta como características principais baixa precipitação
pluviométrica, elevada evapotranspiração potencial, períodos com déficit
hídrico acentuado e solos altamente intemperizados, com baixa fertilidade
natural, conseqüência de sua pobreza em nutrientes minerais. Essas condições
adversas de clima e solo, quando combinadas, constituem-se em forte limitação à
produtividade florestal, a menos que sejam adotadas práticas silviculturais como a fertilização
mineral e a seleção de materiais genéticos mais adaptados e eficientes no uso
de nutrientes sob tais condições, sendo as espécies desejáveis aquelas com
maior capacidade de absorver e utilizar os nutrientes (MORAIS et al.,
1990).
De acordo com Hansen e Baker (1979),
a eficiência de utilização dos nutrientes em uma determinada espécie vegetal
pode ser definida como a quantidade de matéria seca em quilograma produzida por
quilograma de nutriente utilizado. Por meio desse parâmetro, pode-se analisar
quantos quilogramas de nutriente foram necessários para produzir a matéria seca
de uma determinada espécie vegetal (PEREIRA et al., 1984).
A avaliação da eficiência de
utilização dos nutrientes por parte das diferentes espécies florestais,
procedências e/ou clones é um importante parâmetro para auxiliar o silvicultor
no momento de optar pelo material a ser utilizado nos reflorestamentos
(CALDEIRA et al., 2004).
A constatação de diferenças no comportamento nutricional entre híbridos de eucalipto (LIMA et
al., 2005) tem grande relevância prática, pois permite a alocação desses materiais
em solos de baixa fertilidade natural e a adoção de regimes diferenciados de
adubação. Além disso, os indivíduos altamente eficientes na utilização de
nutrientes podem ser produtivos, com menor requerimento de nutrientes, ou
apresentar maior conversão dos nutrientes em biomassa, em virtude do rápido
transporte no xilema e rápida assimilação e/ou grande capacidade de ciclagem
interna (GRAHAM, 1984). Essa habilidade seria conseqüência direta da evolução
de genótipos em ambientes distintos, nos quais vários fatores do meio
como: temperatura, água e disponibilidade de nutrientes levariam à diferenciação no comportamento desses indivíduos (MASON
e PELHAM, 1976) e, ainda, poderia proporcionar aumento na capacidade produtiva. Contudo, no caso de não haver a correspondência
entre a alta eficiência de absorção e a alta produtividade, maior exportação de
nutrientes estaria ocorrendo proporcionalmente por unidade de biomassa
produzida, caracterizada por um possível consumo de luxo, ou seja, maior
absorção de nutrientes sem um conseqüente aumento na biomassa produzida
(SANTANA et al., 2002).
A avaliação da eficiência de absorção e utilização de nutrientes
por híbridos interespecíficos de eucalipto proporcionalmente à biomassa
produzida é desejável para a manutenção da sustentabilidade da produção
florestal, sobretudo, em condições de escassez de nutrientes no solo e
limitações hídricas, como as ocorrentes no bioma Cerrado.
O objetivo deste trabalho foi
determinar a produtividade, o conteúdo e a eficiência de utilização de N, P, K,
Ca e Mg de híbridos interespecíficos de Eucalyptus spp. no Vale do
Jequitinhonha, Minas Gerais.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi conduzido no município de Itamarandiba (17°41 S;
42o31 W), região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, com
altitude de 910 m. A região, segundo a classificação de Köppen, apresenta
déficit hídrico anual de 60 a 120 mm, ocorrendo de 4 a 6 meses no inverno e temperatura média de 19 a 22ºC, com estação seca bem definida. O solo foi
classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (EMBRAPA, 1999), textura
argilosa, e, a área de estudo estava sob o domínio do ecossistema de cerrado
(ANTUNES, 1980).
O estudo contemplou híbridos interespecíficos do gênero Eucalyptus
spp. obtidos pela polinização de Eucalyptus urophylla (mãe) com pólen
coletado de árvores de híbridos naturais (pai), ou com pólen de árvores
selecionadas de Eucalyptus grandis (pai) e de híbrido de Eucalyptus
grandis e Eucalyptus camaldulensis (pai). No primeiro cruzamento,
utilizou-se o método polimix (ASSIS, 1993), no qual uma mistura de pólen de
sete progenitores foi utilizada no processo (Tabela 1).
Os materiais genéticos foram plantados no espaçamento de
3 x 2 m em blocos casualizados em parcelas com dimensão de 2,25 ha. No preparo do solo, foram aplicadas 2 t ha-1 de calcário, a lanço,
seguido de incorporação com grade leve aos 20 cm superficiais. No plantio das mudas, foram aplicados 200 kg ha-1 da
formulação NPK 4-26-16 na linha de plantio e, decorridos um ano, fez-se a
adubação complementar de 150 kg ha-1 da formulação
NPK 10-5-30 em todas as parcelas.
Em idade em torno de 57 meses, dentro de cada parcela,
estabeleceram-se três subparcelas de 400 m2 nas quais se mediu o diâmetro à altura do peito (DAP) de todas as árvores e abateram-se três com o
diâmetro correspondente ao da árvore média da subparcela para a determinação da
biomassa de seus componentes e amostragem de material vegetal para análise
química. Para tanto, procedeu-se à cubagem das árvores pelo método de Smallian,
utilizando a altura, o diâmetro e a espessura de casca na base e a 25, 50, 75 e
100% da altura comercial. O peso de material fresco do lenho, casca, folhas e
galhos foram determinados no campo, e, desses componentes, coletaram-se
amostras para determinação do peso da matéria seca e para análise química. As
amostras do tronco consistiram de discos coletados, com casca, na base e a 25,
50, 75 e 100% da altura comercial. Para a análise química, coletou-se uma
amostra de pó-de-serra obtida por meio de corte com motosserra até o meio da
seção transversal, de 50 em 50 cm, ao longo do tronco.
TABELA 1: Relação dos
híbridos interespecíficos de Eucalyptus spp. submetidos ao estudo em
diferentes categorias e combinações.
TABLE 1: Relationship of the
interspecific hybrids of Eucalyptus spp. submitted to the study in
different categories and combinations.
Clone |
Categoria |
Materiais
genéticos |
Combinação
Mãe x Pai |
I-224 |
P. Natural |
UR x --- |
-
- |
I-060 |
P. Natural |
UR x --- |
- - |
I-144 |
P. Natural |
UR x --- |
-
- |
I-225 |
P. Natural |
UR x --- |
-
- |
I-040 |
P. Natural |
UR x --- |
-
- |
HC-249 |
P. controlada |
UR x GR |
31 x 45 |
HC-232 |
P. controlada |
UR x GR |
13 x 13 |
HC-373 |
P. controlada |
UR x GR |
41 x 45 |
HC-257 |
P. controlada |
UR x GR |
31 x 45 |
HC-344 |
P. controlada |
UR x GR |
13 x 19 |
HC-289 |
P.
controlada |
UR x GR |
36 x 45 |
HCT-041 |
P. cont. tricross |
UR x (CA4/
x GR) |
06 x
I-760 |
HCT-027 |
P. cont. tricross |
UR x (CA x GR) |
06 x
I-760 |
HCT-037 |
P. cont. tricross |
UR x (CA x GR) |
06 x
I-760 |
Em que: P. = polinização; UR = Eucalyptus urophylla; GR = Eucalyptus
grandis; CA = Eucalyptus camaldulensis.
As amostras dos componentes das árvores foram acondicionadas em
saco de papel e secadas em estufa de circulação forçada a 70oC até
peso constante. O material seco foi pesado, moído e submetido à digestão
nitroperclórica. Nos extratos, foram determinados os teores de K por fotometria
de emissão de chama (TEDESCO et al., 1995), o de P por colorimetria
(BRAGA e DEFELIPO, 1974), e o de Ca e Mg por espectrofotometria de absorção
atômica (A.O.A.C, 1975). Os teores de N foram determinados pelo método de
Kjeldhal.
Estimou-se o conteúdo de cada nutriente, multiplicando-se o seu
teor pelo peso de matéria seca dos componentes da árvore, e a eficiência de
utilização dos nutrientes foi realizada com base na estimativa do coeficiente
de utilização biológico (CUB), empregado por Barros et al. (1986), sendo
CUB = matéria seca de tronco (kg ha-1)/conteúdo do nutriente no
tronco (kg ha-1).
Os dados de biomassa de tronco, parte aérea, conteúdo de nutrientes
e o coeficiente de utilização biológica (CUB) de N, P, K, Ca e Mg foram
submetidos à análise de variância e as médias foram discriminadas por meio do
teste Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Biomassa de
copa, lenho e tronco híbridos de Eucalyptus spp.
Quanto à produção de biomassa de copa, não se verificou
diferença significativa entre os híbridos avaliados (Tabela 2). Fato que pode
ser explicado pela semelhança de idade na época de avaliação do experimento (57
meses).
TABELA 2: Incremento médio
anual (IMA), biomassa de copa, lenho e tronco e partição relativa dos
componentes copa e tronco de híbridos interespecíficos de Eucalyptus
spp. aos 57 meses.
TABLE 2: Annual average increment, crown, wood and log
biomass and relative partition of the crown and log components of Eucalyptus
spp. hybrids at 57 months.
Híbrido
|
Clone
|
IMA
|
Biomassa
|
Partição
|
Copa
|
Lenho
|
Tronco
|
Copa
|
Tronco
|
m3
ha-1 ano-1
|
t ha-1
|
%
|
UR x ---
|
I-224
|
72,8 A
|
13,8
A
|
157,1
A
|
174,0
A
|
7,4
|
92,7
|
UR x ---
|
I-060
|
64,4 B
|
9,1
A
|
134,4 B
|
149,1 B
|
5,6
|
94,3
|
UR x ---
|
I-144
|
64,3 B
|
16,2 A
|
144,8 A
|
160,1 A
|
9,2
|
90,8
|
UR x ---
|
I-225
|
55,1
C
|
11,5
A
|
128,4 B
|
140,4 B
|
7,6
|
92,4
|
UR x ---
|
I-044
|
52,6
C
|
12,4
A
|
115,8 B
|
127,8 B
|
8,8
|
91,2
|
Média
|
|
61,8
|
12,6
|
136,1
|
150,3
|
7,7
|
92,3
|
UR x GR
|
HC-249
|
47,9 D
|
14,5
A
|
97,7
C
|
109,6
C
|
11,7
|
88,3
|
UR x GR
|
HC-232
|
46,2 D
|
12,0
A
|
84,1 D
|
96,8 D
|
11,0
|
89,0
|
UR x GR
|
HC-373
|
46,1 D
|
14,2 A
|
97,6 C
|
108,7 C
|
11,6
|
88,5
|
UR x GR
|
HC-257
|
44,5 E
|
16,1
A
|
87,6 D
|
98,4 D
|
14,1
|
85,9
|
UR x GR
|
HC-344
|
42,9 E
|
13,2
A
|
79,7 D
|
90,9 D
|
12,7
|
87,3
|
UR x GR
|
HC-289
|
41,7 E
|
12,9
A
|
83,2 D
|
95,7 D
|
11,9
|
88,1
|
Média
|
|
45,7
|
13,7
|
90,5
|
102,5
|
11,8
|
88,2
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-041
|
46,5 D
|
10,4
A
|
93,5
C
|
105,3
C
|
9,0
|
91,0
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-027
|
37,0
F
|
8,3
A
|
71,4 D
|
82,0 D
|
9,2
|
90,8
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-037
|
36,4 F
|
9,2
A
|
69,4 D
|
79,5 D
|
10,4
|
89,6
|
Média
|
|
40,0
|
9,3
|
78,1
|
88,9
|
9,5
|
90,5
|
Em que: Médias seguidas das mesmas letras,
em cada coluna, não diferem entre si, pelo teste Scott-Knott a 5% de
probabilidade. I = híbridos de Eucalyptus urophylla em polinização
natural; HC = híbridos de Eucalyptus urophylla com Eucalyptus grandis;
HCT = híbridos de Eucalyptus urophylla com descendentes de Eucalyptus
camaldulensis com Eucalyptus grandis.
Na distribuição relativa da biomassa de copa e do tronco,
verificou-se que os híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes de
polinização de híbridos naturais, além de serem os mais produtivos, tenderam
alocar maior porcentagem, em termos médios, de biomassa de tronco (92,3%) em
relação à copa (7,7%) (Tabela 2).
A alocação de biomassa no tronco
(92,3%) dos híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes de polinização
de híbridos naturais é 2,6% maior que àquelas verificadas em Eucalyptus
camaldulensis, Eucalyptus grandis e Eucalyptus torelliana
(90%) (SCHUMACHER e POGGIANI, 1993) e 5,1% em relação a Eucalyptus grandis,
Eucalyptus camaldulensis e Eucalyptus pellita (87,9%) (ZAIA e
GAMA-RODRIGUES, 2004), mostrando que a hibridação possibilita o melhoramento de
características florestais desejáveis (ASSIS, 2000), mesmo em condições
adversas como as ocorrentes na região do cerrado.
Segundo Ladeira (1999), as diferenças de partição de
biomassa para o tronco são muito importantes para a tomada de decisões quanto à
seleção de materiais genéticos e técnicas de manejo a serem adotadas na
condução do povoamento, uma vez que o tronco, de modo geral, é o componente da
árvore explorado comercialmente.
A produtividade dos híbridos interespecíficos de eucalipto
variou significativamente entre os genótipos avaliados (Tabela 2).
Comparando-se os clones, em termos de incremento médio anual (IMA),
constatou-se redução de 34,2 e 36,1% partindo do clone mais produtivo (I-224)
para o clone HC-249 e HCT-041 respectivamente, os quais apresentaram maior IMA
entre os clones provenientes do cruzamento de Eucalyptus urophylla com Eucalyptus
grandis (HC) e Eucalyptus urophylla com descendentes de Eucalyptus
camaldulensis com Eucalyptus grandis (HCT). Além disso, houve
redução de 27,7% do clone I-224 em relação ao clone I-044, os quais são
provenientes de híbridos de Eucalyptus urophylla em polinização natural.
Por outro lado, quando se comparou o clone mais produtivo (I-224) com o menos
produtivo (HCT-037), verificou-se redução de 50,0% e 54,3% para o IMA e para a
produção de biomassa de tronco, respectivamente (Tabela 2). Essas variações
indicam que a hibridação interespecífica é altamente importante para a elevação
da produção de biomassa, dependendo das espécies combinadas (MOLICA, 1992).
Em termos médios, os híbridos de Eucalyptus urophylla
provenientes de polinização de híbridos naturais foram os que apresentaram
maior produção de biomassa de tronco (150,3 t ha-1). Entretanto,
quando houve a polinização do Eucalyptus urophylla (mãe) com o pólen
proveniente de Eucalyptus grandis (pai) e de descendentes do cruzamento
de Eucalyptus camaldulensis com Eucalyptus grandis (pai), houve
redução de 31,8 e 40,9% nesse componente respectivamente (Tabela 2). As
diferenças verificadas podem ser atribuídas as espécies e/ou procedências de
eucalipto utilizadas na polinização controlada não serem as mais indicadas para
serem cultivadas na região do Vale do Jequitinhonha que apresenta solos com
baixo teores de nutrientes em formas disponíveis e totais (BARROS et al.,
1990; MOLICA, 1992) e períodos com déficit hídrico acentuado (GOLFARI, 1975).
Nesse caso, o mais indicado é a obtenção de híbridos interespecíficos de
eucalipto pelo método polimix, o qual consiste na polinização de árvores
matrizes da espécie materna (Eucalyptus urophylla) com pólen proveniente
de uma mistura de sete árvores-matrizes da espécie paterna (híbridos naturais)
de procedências distintas, os quais alcançaram maiores produtividades na mesma
idade (57 meses) que os demais híbridos avaliados.
Oda et al. (1989) afirmam que a
produtividade em plantas, em geral, está relacionada diretamente com maior grau
de heterozigose cuja expressão máxima ocorre em casos de hibridação
interespecífica. Sendo que a heterose ou vigor híbrido pode se manifestar
sobretudo em determinados ambientes com condições de estresse nutricional ou
climático. Fato que pode ter contribuído para as maiores produtividades obtidas
para os híbridos interespecíficos de eucalipto provenientes de polinização
natural na região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, conforme constatado
por Assis (1996) e Molica (1992).
Conteúdo de nutrientes (parte aérea e
no tronco) e eficiência nutricional híbridos de Eucalyptus spp.
Os materiais genéticos diferiram consideravelmente quanto ao
acúmulo de nutrientes na parte aérea e no tronco e, em termos médios,
apresentaram a seguinte seqüência: N > Ca > K > Mg > P (Tabela 3).
Resultados semelhantes foram obtidos em outros estudos (REIS e BARROS, 1990;
SANTANA et al., 2002). Schumacher e Poggiani (1993) comentam que o
acúmulo de nutrientes na biomassa arbórea varia de elemento para elemento em
função das características nutricionais de cada espécie, dos diferentes níveis
de fertilidade do solo e da idade da floresta. Além disso, tem-se que o
conteúdo de nutrientes é conseqüência da concentração e da produção de biomassa
(MOURA, 2006).
O P, por ter maior mobilidade na planta do que o Ca, se apresenta
normalmente em percentagens e quantidades maiores em outros componentes da
planta, como folhas e galhos (PEREIRA et al., 1984), os quais, em geral,
não são comercializáveis e deixados no próprio local de colheita. Por exemplo,
o Ca e o K são os nutrientes presentes em maior quantidade no tronco, seguidos
pelo Mg e P. É também o Ca o nutriente mais abundante na casca, enquanto no
lenho é o K, sendo os elementos mais exportados (SANTANA et al., 2002).
TABELA 3: Conteúdo de
nutrientes na biomassa aérea total e no tronco de híbridos interespecíficos de Eucalyptus
spp. aos 57 meses de cultivo.
TABLE 3: Nutrient content in the
total aerial biomass and in the log of interspecific hybrids of Eucalyptus
spp. at 57 months of cultivation.
Híbrido
|
Clone
|
Nutrientes
|
N
|
P
|
K
|
Ca
|
Mg
|
kg ha-1
|
Tronco
|
PA
|
Tronco
|
PA
|
Tronco
|
PA
|
Tronco
|
PA
|
Tronco
|
PA
|
UR x ---
|
I-224
|
411,4 A
|
230,5 A
|
22,2 B
|
13,8 B
|
170,6 A
|
133,1 A
|
370,4 A
|
305,1 A
|
76,5 A
|
41,2 A
|
UR x ---
|
I-060
|
300,2 C
|
147,0 C
|
18,0 C
|
12,7 A
|
159,8 A
|
119,1 A
|
193,9 D
|
192,1 B
|
52,0 C
|
42,1 A
|
UR x ---
|
I-144
|
341,7 B
|
194,9 B
|
23,7 B
|
11,6 B
|
182,6 A
|
123,7 A
|
262,4 B
|
155,4 C
|
82,8 A
|
34,9 B
|
UR x ---
|
I-225
|
319,8 B
|
157,6 C
|
16,6 C
|
9,5 C
|
129,8 B
|
94,3 B
|
216,8
C
|
159,5 C
|
54,1 C
|
28,0 C
|
UR x ---
|
I-044
|
291,2 C
|
165,7 C
|
18,9 C
|
10,5 B
|
160,3 A
|
110,4 A
|
212,5 C
|
155,6 C
|
60,2 B
|
30,3 C
|
Média
|
|
332,9
|
179,1
|
19,9
|
11,6
|
160,6
|
116,1
|
251,2
|
193,5
|
65,1
|
35,3
|
UR x GR
|
HC-249
|
317,3 B
|
149,0 C
|
16,6 C
|
8,7 C
|
121,3 B
|
84,1 B
|
183,5 D
|
128,7 D
|
49,0 C
|
22,6 C
|
UR x GR
|
HC-232
|
249,5 D
|
116,8 D
|
16,1 C
|
9,4 C
|
124,3 B
|
87,4 B
|
191,7 D
|
150,6 C
|
57,7 B
|
28,5 C
|
UR x GR
|
HC-373
|
285,6 C
|
125,0 D
|
17,3 C
|
9,5 C
|
120,6 B
|
90,5 B
|
166,5 D
|
145,4 C
|
63,1 B
|
34,4 B
|
UR x GR
|
HC-257
|
263,5 C
|
106,1 E
|
17,7 C
|
8,4 C
|
121,3 B
|
74,8 B
|
216,0
C
|
102,6 D
|
62,5 B
|
27,3 C
|
UR x GR
|
HC-344
|
265,7 C
|
130,1 D
|
18,7 C
|
10,6 B
|
117,8 B
|
91,7 B
|
204,4
C
|
112,7 D
|
65,6 B
|
33,9 B
|
UR x GR
|
HC-289
|
305,2 B
|
105,3 E
|
19,1 C
|
11,1 B
|
135,8 B
|
85,9 B
|
163,4 D
|
145,3 C
|
60,9 B
|
33,4 B
|
Média
|
|
281,1
|
127,8
|
17,6
|
9,6
|
123,5
|
87,0
|
187,6
|
139,9
|
59,8
|
30,5
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-041
|
223,0 D
|
106,9 E
|
16,2 C
|
10,6 B
|
131,4 B
|
94,1 B
|
218,8
C
|
174,1 B
|
60,3 B
|
39,4 A
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-027
|
199,1 E
|
103,5 E
|
14,2 D
|
8,4 C
|
105,9 C
|
73,7 B
|
124,6 E
|
93,0 D
|
40,4 D
|
23,9 C
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-037
|
205,1 E
|
100,0 E
|
10,9 E
|
6,9 D
|
107,0 C
|
83,8 B
|
154,4 D
|
117,9 D
|
39,4 D
|
25,9 C
|
Média
|
|
209,1
|
103,5
|
13,8
|
8,6
|
114,8
|
83,9
|
165,9
|
128,3
|
46,7
|
29,7
|
CV(%)
|
|
9,6
|
8,9
|
9,0
|
9,4
|
9,0
|
9,0
|
10,3
|
9,4
|
11,4
|
11,3
|
Em que: PA = conteúdo de nutrientes na biomassa aérea total.
Médias seguidas das mesmas letras, em cada coluna, não diferem entre si, por
meio do teste Scott-Knott a 5%.
Uma forma de reduzir a exportação de
nutrientes do sítio e, assim, manter a qualidade e a capacidade produtiva do
solo durante um maior período de tempo é promover a exploração somente da parte
comercializável da planta. Nesse sentido, o descascamento do tronco e a
manutenção da casca no sítio é uma prática recomendada visando a reduzir a
exportação de nutrientes sobretudo de Ca que, em virtude da sua
não-remobilização interna pelas plantas de eucalipto, tende a concentrar-se em
maior quantidade na casca (PEREIRA et al., 1984; REIS e BARROS, 1990;
SANTANA et al., 2002). O descascamento do tronco e a manutenção da casca
no sítio podem reduzir em até 86,5% a remoção de Ca do sistema e em 23,3, 49,5
e 67,8% a exportação de P, K e Mg respectivamente. Além disso, Silveira e
Malavolta (2000) apontam que, em média, cerca de 24% do conteúdo total de K se
encontram nas folhas e 16% nos ramos do eucalipto. Fato que se reveste de
importância quando se considera a região do Vale do Jequitinhonha
(Itamarandiba-MG), em conseqüência desta apresentar baixa disponibilidade de
nutrientes, sobretudo K (BARROS et al., 1990; MOLICA, 1992; GALO, 1993)
e déficit hídrico acentuado (GOLFARI, 1975), sendo, nessas condições, importante
a manutenção de maiores teores de K no solo, o qual contribui para um melhor
controle da abertura e fechamento dos estômatos das plantas, bem como na
ativação de várias enzimas e síntese de proteínas (MARSCHNER, 1997).
Comparando os híbridos, observaram-se, em
termos médios, maiores teores de N, P, K, Ca e Mg alocados na parte aérea e no
tronco dos híbridos provenientes de Eucalyptus urophylla quando em
polinização com híbridos naturais (Tabela 3). Dessa forma, esses híbridos além
de mais produtivos foram os que acumularam maiores quantidades de nutrientes na
parte aérea, indicando maior eficiência na absorção dos nutrientes. Segundo
Saric (1983), a eficiência na absorção de nutrientes do solo pode ser inferida
pelo conteúdo total de nutriente na biomassa, quando as plantas são submetidas
a condições de baixa disponibilidade de nutrientes, altos conteúdos
caracterizam alta eficiência de absorção, podendo resultar em genótipos
altamente eficientes em absorver e utilizar os nutrientes.
A distribuição relativa dos nutrientes no tronco, em relação à
biomassa aérea total, mostrou maiores teores de P (62,3%), K (73,1%), Ca
(77,3%) e Mg (63,6%) no tronco dos híbridos de Eucalyptus urophylla
provenientes de polinização controlada com descendentes do cruzamento de Eucalyptus
camaldulensis com Eucalyptus grandis e de N (53,8%) nos híbridos de Eucalyptus
urophylla provenientes de polinização
controlada com híbridos naturais, em termos médios (Tabela 3). Desta forma,
verifica-se que os híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes de
polinização controlada com descendentes do cruzamento de Eucalyptus
camaldulensis com Eucalyptus grandis, além de absorverem menores
teores de nutrientes, acumulam maior proporção relativa dos nutrientes no
tronco do que na copa, e provavelmente, isto, possa ter contribuído para a
menor produtividade apresentada por esses híbridos (Tabela 2). Zaia e
Gama-Rodrigues (2004) citam que o maior acúmulo de nutrientes no tronco se deve
ao fato desse componente alocar maior porção da biomassa da parte aérea, em
torno de 87,9%, em média. Porém, considerando que o tronco geralmente é a parte da árvore explorada comercialmente, poderá haver maior exportação de
nutrientes nesse componente nos híbridos de Eucalyptus urophylla com
descendentes do cruzamento de Eucalyptus camaldulensis com Eucalyptus
grandis, o que poderá comprometer a capacidade produtiva do sítio.
Em geral, há boa relação entre a taxa de
crescimento e a de acúmulo de nutrientes em eucalipto (GONÇALVES et al.,
1997), fato que foi constatado para Eucalyptus grandis e Eucalyptus
saligna em São Paulo (SANTANA et al., 1999). Dessa forma,
comparando-se os teores de nutrientes alocados na parte aérea do clone I-224
(mais produtivo) em relação ao clone HCT-037 (menos produtivo), constatou-se
acúmulo de 206,3 kg ha-1 de N, 11,3 kg ha-1
de P, 63,6 kg ha-1 de K, 216,0 kg ha-1 de Ca e 37,1 kg ha-1 de Mg. Porém, quando o componente considerado é o tronco,
verificou-se que os teores de nutrientes acumulados foram de
130,5 kg ha-1 de N, 6,9 kg ha-1 de P, 49,3 kg ha-1 de K, 187,2 kg ha-1 de Ca e 15,3 kg ha-1 de
Mg em favor do clone mais produtivo (Tabela 3). Assim, se houver a manutenção
da copa do eucalipto no campo após a sua colheita, retornarão para o solo cerca
de 75,8 kg ha-1 de N, 4,4 kg ha-1 de
P, 14,3 kg ha-1 de K, 28,8 kg ha-1 de Ca e 21,8 kg ha-1 de Mg, valores que poderão ser maiores caso a colheita do
eucalipto se restrinja apenas ao lenho (madeira), o que poderá contribuir para
a reposição de nutrientes para o solo, e ainda, para a sua conservação, o que é
de fundamental importância quando se consideram solos com baixos teores de
nutrientes em formas disponíveis e totais, conforme verificado na região de
Itamarandiba (MG) (BARROS et al., 1990; MOLICA, 1992; GALO, 1993). Além
disso, Santana et al. (1999) comentam que a exportação de elevadas
quantidades de nutrientes pela colheita florestal ao longo das rotações poderá
levar à redução da capacidade produtiva do sítio.
Quanto à eficiência de utilização dos
nutrientes (EUN), medida pelo coeficiente de utilização biológico (CUB), os
híbridos mostraram diferenças significativas quanto à produção de biomassa de
tronco por quilograma dos nutrientes utilizados e, em termos médios,
observou-se maior EUN para os híbridos provenientes de Eucalyptus urophylla
quando em polinização natural, em relação aos demais híbridos (Tabela 4).
Caldeira et al. (2002) comentam que uma espécie eficiente do ponto de
vista nutricional é aquela capaz de sintetizar o máximo de biomassa por
nutriente absorvido. Dessa forma, quanto menor for a quantidade de nutriente
acumulado no componente arbóreo, maiores serão os valores dos coeficientes de
utilização biológica (MOURA et al., 2006) e, conseqüentemente, menor
poderá ser a exportação de nutrientes (ZAIA e GAMA-RODRIGUES, 2004). Contudo,
Caradus (1992) salienta que o baixo teor de nutriente nos tecidos vegetais ou
uma elevada eficiência de utilização de nutrientes podem estar associados a
ineficiências, como a baixa translocação das raízes para a parte aérea, ou
refletirem uma deficiência nutricional.
A EUN decresceu na seguinte ordem: P > Mg
> K > N > Ca. Fato que também foi registrado por Santana et al.
(2000) e Santana et al. (2002). De acordo com esses autores, a variação
na EUN pode ser em razão das características intrínsecas do material genético,
tais como a não-obtenção do equilíbrio nutricional ótimo ou crítico entre solo,
planta e todos os nutrientes, ou seja, pode ter ocorrido limitação de um ou
mais nutrientes disponíveis; e as relações hídricas. Além disso, a seleção de
material genético, que possua alta eficiência de utilização de todos os
nutrientes, parece ser pouco provável, conforme constatado por vários autores
(MORAIS et al., 1990; MOLICA, 1992; SANTANA et al., 2002).
TABELA 4: Coeficiente
de utilização biológica (CUB) da biomassa de tronco de híbridos
interespecíficos de Eucalyptus spp aos 57 meses de cultivo.
TABLE 4: Coefficient of biological
use (CUB) of the log biomass of interspecific hybrids of Eucalyptus spp
at 57 months of cultivation.
Híbridos
|
Clone
|
N
|
P
|
K
|
Ca
|
Mg
|
kg de biomassa/kg de nutriente
|
UR x ---
|
I-224
|
754,8 E
|
12571,5 B
|
1306,8 B
|
570,0 C
|
4219,1 B
|
UR x ---
|
I-060
|
765,3 E
|
12868,8 B
|
1205,3 C
|
960,7 B
|
4279,7 B
|
UR x ---
|
I-144
|
1087,8 A
|
12647,7 B
|
1342,4 B
|
831,6 B
|
3795,7 B
|
UR x ---
|
I-225
|
889,7 D
|
14690,2 A
|
1487,8 A
|
880,0 B
|
5012,0
A
|
UR x ---
|
I-044
|
771,6 E
|
12138,8 C
|
1158,6 D
|
824,8 B
|
4240,8 B
|
Média
|
|
853,9
|
12983,4
|
1300,2
|
813,4
|
4309,5
|
UR x GR
|
HC-249
|
735,1
F
|
12612,8 B
|
1302,3 B
|
851,1 B
|
4844,8
A
|
UR x GR
|
HC-232
|
774,2 E
|
10218,8 D
|
1069,0 E
|
665,6
C
|
2810,3 D
|
UR x GR
|
HC-373
|
1024,4 B
|
12883,2 B
|
1453,0
A
|
1059,0 A
|
3979,4 B
|
UR x GR
|
HC-257
|
842,5 D
|
10490,7 D
|
1125,7 D
|
652,9 C
|
3453,5 C
|
UR x GR
|
HC-344
|
863,0 D
|
8194,1
F
|
1057,2 E
|
625,3
C
|
2721,2 D
|
UR x GR
|
HC-289
|
743,9 F
|
9149,1 E
|
1055,7 E
|
882,0 B
|
2935,8 D
|
Média
|
|
830,5
|
10591,4
|
1177,1
|
789,3
|
3457,5
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-041
|
984,9 C
|
9972,7 D
|
1118,8 D
|
604,9 C
|
2670,3 D
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-027
|
792,6 E
|
9743,9 D
|
1112,2 D
|
880,7 B
|
3429,8 C
|
UR x (CA x GR)
|
HCT-037
|
795,5 E
|
11523,0 C
|
949,2 F
|
674,7
C
|
3068,2 D
|
Média
|
|
857,7
|
10413,2
|
1060,0
|
720,1
|
3056,1
|
CV(%)
|
|
2,3
|
3,8
|
4,4
|
7,4
|
7,7
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Em que: Médias seguidas das mesmas letras, em cada coluna, não
diferem entre si, a 5% de probabilidade pelo teste Scott-Knott.
A baixa eficiência de utilização de Ca pode
ser atribuída ao elevado teor desse elemento na casca do eucalipto (SANTANA et
al., 2000; SANTANA et al., 2002) e também por este ser pouco móvel
no floema (MARSCHNER, 1997), e ainda, a inativação de Ca, por causa
da ligação e/ou precipitação na forma de
oxalato ou fosfato de cálcio (CALDEIRA et al., 2002).
Em relação ao N, verificou-se que esse elemento, depois do Ca, foi o que apresentou menor
eficiência de utilização, no geral, para os híbridos avaliados. Segundo
Caldeira et al. (2002), o N possui eficiência de uso relativamente
baixa, quando comparado aos outros nutrientes, pelos altos teores nas folhas
verdes e pela retranslocação interna, voltando ao solo por meio da queda de
serapilheira, sendo assim novamente integrado ao ciclo biogeoquímico.
A maior eficiência de utilização de N foi
verificada para o clone I-144, de P e Mg para o clone I-225, o qual juntamente
com o clone HC-373 foram mais eficientes na utilização de K. O último clone
ainda foi mais eficiente na utilização de Ca (Tabela 4). Dessa forma,
verifica-se que o clone mais produtivo (I-224) não apresentou maior eficiência
de utilização para todos os nutrientes. Santana et al. (2002) também
verificaram que as maiores produtividades obtidas para o Eucalyptus grandis
e Eucalyptus saligna não foram acompanhadas de maiores valores de
eficiência de utilização dos nutrientes e acrescentaram que tal
fato é desejável para a sustentabilidade da
produção florestal, uma vez que poderia ocorrer o depauperamento dos solos em
termos nutricionais. De acordo com Silveira e Malavolta (2000) cada material
genético tem habilidade diferenciada de uso de um ou outro nutriente absorvido.
O que se deve às diferenças genotípicas que podem ocorrer e da interação
genótipo-ambiente, e assim alterar a capacidade de absorção, transporte e
utilização dos nutrientes pelas plantas (MARSCHNER, 1997).
A EUN para um determinado nutriente pode variar à medida que sua
disponibilidade no solo sofra alguma alteração. Em geral, a EUN pelas plantas
aumenta com a redução de sua disponibilidade no solo (BARROS et al.,
1986). Nesse sentido, Souza (1994) constatou valores de 541 a 937 kg de matéria seca de tronco produzida para cada kg de K absorvido entre 15 clones de Eucalyptus
grandis plantados na região de Quartel Geral (MG), sendo, nesse caso, os
maiores valores de EUN obtidos quando o K se apresentava em menores
concentrações no solo.
Galo (1993) constatou valor para a
eficiência de utilização de K de 1.300 kg de tronco para cada kg de K absorvido para Eucalyptus grandis aos 78 meses de idade, valor, em termos
médio, que foi semelhante ao obtido para os híbridos de Eucalyptus urophylla
proveniente de polinização com híbridos naturais (Tabela 4), demonstrando
maior pobreza de K no solo da região de Itamarandiba (MG).
Barros et al. (1995) adotam
como valores críticos no software NUTRICALC, para a produção de biomassa de
tronco de eucalipto, os seguintes valores: P = 12.000, K = 1.000, Ca = 600 e Mg
= 3.000 kg de biomassa de tronco/kg de nutriente. Com base nesses valores,
verificou-se que a eficiência de utilização de P, K, Ca e Mg, obtidos para a produção de matéria seca de tronco para os clones
provenientes de Eucalyptus urophylla advindos de polinização com
híbridos naturais, foram ligeiramente superiores aos valores críticos. Enquanto
que, para os demais clones apenas K e Ca, foram superiores aos valores
críticos, à exceção do clone HCT-037 (Tabela 4). Contudo, os valores de EUN
foram muito semelhantes àqueles considerados como críticos por Barros et al.
(1995). Santana et al. (2002) citam que o valor de EUN extremamente alta
em relação à EUN crítica indica que o nutriente avaliado pode ter limitado o
crescimento na rotação atual e limitará o crescimento da rotação ou ciclo
subseqüente, a menos que o nutriente seja suprido via fertilizante em
quantidades que atendam à demanda do eucalipto. Além disso, a coleta do
eucalipto deve-se limitar apenas ao lenho (madeira) com a manutenção dos demais
resíduos no campo para reposição dos nutrientes ao solo, bem como contribuir na
sua conservação.
CONCLUSÕES
Híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes
de polinização natural ou controlada não apresentam diferença na produção de
biomassa de copa quando avaliados numa mesma idade.
A polinização controlada de Eucalyptus urophylla
com Eucalyptus grandis e com descendentes do cruzamento de Eucalyptus
camaldulensis com Eucalyptus grandis reduz a produção de
biomassa de tronco na região do Vale do Jequitinhonha.
Híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes
de polinização com híbridos naturais são mais produtivos e mais eficientes na
absorção e utilização de N, P, K, Ca e Mg para a região de estudo.
Híbridos de Eucalyptus urophylla provenientes
de descendentes do cruzamento de Eucalyptus camaldulensis com Eucalyptus
grandis são menos produtivos e menos eficientes na absorção e utilização de
N, P, K, Ca e Mg.
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