O presente estudo analisa a composição e a estrutura da regeneração de espécies nativas arbóreas em
um povoamento de acácia-negra, estabelecido há 16 anos em área ripária, e verifica a possibilidade da
acácia-negra constituir-se numa invasora desse ambiente. O estrato arbóreo (circunferência a 1,3 m de altura
(CAP) ≥15 cm) foi avaliado em 12 parcelas de 100 m
2, alocadas em quatro blocos perpendiculares a maior
pendente da área. O estrato de regeneração natural (0,3 m de altura a CAP <15 cm) foi amostrado em duas
subparcelas de 9 m
2, demarcadas em vértices opostos de cada parcela. O estrato arbóreo apresentou 26
espécies de 14 famílias e o estrato de regeneração natural 49 espécies de 23 famílias. O índice de diversidade
de Shannon para espécie, considerando as parcelas como um todo, foi de 2,60 e 3,06 para os estratos arbóreo
e de regeneração natural respectivamente. Entre as espécies nativas,
Casearia sylvestris
,
Myrsine lorentziana
e
Zanthoxylum petiolare
apresentaram o maior valor de importância no estrato arbóreo e
Faramea
marginata
,
Myrsine lorentziana e
Myrcia glabra
a maior densidade no estrato de regeneração natural. As características ecológicas das espécies encontradas nos diversos estratos de altura indicaram que o processo de sucessão florestal está em evolução. A acácia-negra não se regenerou na área e as árvores plantadas estão em senescência, sendo encontradas somente cem plantas/ha, que representa apenas 4,5% da população original. Dessa forma, a acácia-negra não se constitui numa possível invasora desse ambiente.