search
for
 About Bioline  All Journals  Testimonials  Membership  News


Entomotropica
Sociedad Venezolana de Entomologia
ISSN: 1317-5262
Vol. 20, Num. 1, 2005, pp. 71-74

Entomotropica antes/formerly Boletín de Entomología Venezolana, Vol. 20, No. 1, April, 2005, pp. 71-74

Novos dados de ocorrência de oito espécies de Ophioninae (Hymenoptera: Ichneumonidae) no Brasil

New regional records of Ophioninae (Hymenoptera; Ichneumonidae) species for Brazil

Helena Carolina Onody, Angélica Maria Penteado Dias2.

2Universidade Federal de São Carlos, Rodovia Washington Luis, Km 235, Cx. Postal 676, CEP 13565-905 - São Carlos/SP, Brasil.

Code Number: em05011

Resumo

ONODY HC, PENTEADO DIAS AM. 2005. Novos dados de ocorrência de oito espécies de Ophioninae (Hymenoptera: Ichneumonidae) no Brasil. Entomotropica 20(1): 71-74.

Oito novos registros de espécies de Ophioninae (Hymenoptera; Ichneumonidae) para o Brasil são apresentadas: Enicospilus hacha Gauld, 1988; Enicospilus lebophagus Gauld, 1988; Enicospilus maculipennis (Cameron, 1886); Enicospilus stevensi Gauld, 1988; Enicospilus ulfstrandi Gauld, 1988; Ophion calliope Gauld, 1988; Ophiogastrella lemairei Gauld, 1988 and Prethophion latus Townes, 1971. São fornecidos dados sobre distribuição geográfica em diferentes ecossistemas brasileiros.

Palavras chave adicionais: distribuição, ecossistemas, parasitóides.

Abstract

ONODY HC, PENTEADO DIAS AM. 2005. New regional records of Ophioninae (Hymenoptera; Ichneumonidae) species for Brazil. Entomotropica 20(1): 71-74.

Eight new records of Ophioninae (Hymenoptera: Ichneumonidae) species for Brazil are presented: Enicospilus hacha Gauld, 1988; Enicospilus lebophagus Gauld, 1988; Enicospilus maculipennis (Cameron, 1886); Enicospilus stevensi Gauld, 1988; Enicospilus ulfstrandi Gauld, 1988; Ophion calliope Gauld, 1988; Ophiogastrella lemairei Gauld, 1988 and Prethophion latus Townes, 1971. Distribution information in different Brazilian ecosystems is presented.

Additional key words: distribution, ecosystems, parasitoids.

Os Ophioninae (Hymenoptera: Ichneumonidae) constituem uma subfamília moderadamente grande e cosmopolita, extremamente rica em espécies nas regiões tropicais úmidas (Gauld, 1985). São endoparasitóides coinobiontes de larvas de macrolepidopteros (Noctuidae, Geometridae, Lymantriidae, Saturnidae, Arctiidae e Sphingidae) e possuem o hábito crepuscular ou noturno, com algumas espécies diurnas.

Estudos sobre os Ophioninae neotropicais são escassos. Segundo De Santis (1980), eles estão representados no Brasil por 44 espécies, porém registros mais recentes indicam aproximadamente 60 espécies (Gauld, 1988; Yu and Horstmann, 1997).

O material utilizado neste trabalho (tabela 1) provém de coleções de várias instituições brasileiras: DCBU (Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, UFSCar, São Carlos, SP); DZUP (Departamento de Zoologia da Universidade do Paraná, Curitiba, PR); IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasília, DF); INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM) e MZUSP (Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP).

A identificação em nível de gêneros e espécies se deu através de Cushman (1947), Hooker (1912), Townes (1966, 1971) e Gauld (1988).

As oito espécies aqui tratadas são pela primeira vez citadas para o Brasil: Enicospilus hacha Gauld, 1988; Enicospilus lebophagus Gauld, 1988; Enicospilus maculipennis (Cameron,1886); Enicospilus stevensi Gauld, 1988; Enicospilus ulfstrandi Gauld, 1988; Ophion calliope Gauld, 1988; Ophiogastrella lemairei Gauld, 1988 and Prethophion latus Townes, 1971.

Tabela 1: Lista do material identificado

Espécies Localidades de procedências Número de exemplares Total de exemplares
Enicospilus hacha Araporã, MG Curitiba, PR Quebrângulo, AL Santa Maria, RS 1 1 1 1 4
E. lebophagus Aracruz, ES Brasília, DF Campos do Jordão, SP Itatiaia, RJ Juquitiba, SP Luís Antônio, SP Mamanguape, PB Matão, SP Morretes, PR Parque Florestal do Rio Doce, MG Quebrângulo, AL Santa Teresa, ES São José dos Pinhais, PR Serra Norte, PA Vila Nova, BA 1 3 2 1 1 1 2 1 2 1 21 3 2 1 1 43
E. maculipennis Manaus (Reserva Ducke), AM 2 2
E. stevensi Santa Teresa, ES São Paulo, SP 2 1 3
E. ulfstrandi Juquitiba, SP São Bento do Sul, SC 1 1 2
Ophion calliope Brasília, DF Campos do Jordão, SP Juquitiba, SP Santa Teresa, ES Seara, SC 1 3 2 1 2 9
Ophiogastrella lemairei Brasilia, DF 4 4
Prethophion latus Quebrângulo, AL Serra Norte, PA 1 1 2
TOTAL 69

1- Enicospilus Stephens, 1835

A maioria das espécies do gênero Enicospilus ocorre nos trópicos. No Brasil, é o gênero mais abundante e amplamente distribuído, sendo identificado em todas as regiões do país. A espécie Enicospilus hacha pode ser reconhecida pelos escleritos central em forma de “S” e esclerito distal completo na asa anterior e pela mandíbula fortemente torcida (750-850). Exemplares de E. hacha foram coletados em áreas de mata atlântica ombrófila e cerrado.

Enicospilus lebophagus se caracteriza por possuir duas esclerotizações alongadas de tamanho similar na região da fenestra da asa anterior. Ocorreu em áreas de mata atlântica ombrófila, mata mesófila semidescídua, mata amazônica e cerrado.

Enicospilus maculipennis, identificada em área de floresta amazônica, é facilmente identificada pela presença de manchas pretas características no mesossoma, metassoma, pterostigma e célula marginal da asa anterior. Essa espécie já havia sido coletada em diversas altitudes e em grande variedade de habitats, exceto em florestas tropicais úmidas (Gauld, 1988).

Enicospilus stevensi é uma espécie neotropical amplamente distribuída e raramente capturada, caracterizada pela ausência de esclerito central na asa anterior; mandíbulas fortemente torcidas; metapleura convexa e largas bainhas do ovipositor. Ocorreu em área de mata atlântica ombrófila e mata mesófila semidescídua.

A espécie Enicospilus ulfstrandi já foi coletada em regiões e épocas secas (Gauld, 1988) e é reconhecida pela asa anterior com esclerito central pequeno, mais ou menos circular e esclerito distal largo, mas pouco distinto. Nossos exemplares foram coletados à luz em áreas de mata atlântica ombrófila.

2- Ophion Fabricius, 1798

Townes and Townes (1966) listaram quatro espécies brasileiras do gênero Ophion. Ophion calliope apresenta asa anterior com uma área glabra na célula discosubmarginal adjacente à nervura Rs&M; flagelo da antena preto e placa subgenital da fêmea larga, projetada além do ápice do gaster. Esta espécie, citada apenas para a Costa Rica, foi registrada em florestas úmidas, em altitudes de 700-1400m (Gauld, 1988). No Brasil, foi identificada em área de mata atlântica, cerrado, mata mesófila e campos de altitude.

3- Ophiogastrella Brues, 1912

Ophiogastrella é um gênero relativamente pequeno com cerca de 6 espécies descritas (Townes and Townes, 1966; Gauld, 1988), das quais apenas duas haviam sido identificadas no Brasil: O. maculithorax Brues, 1912 e O. nigrifrons Enderlein, 1921. Todos os exemplares de O. lemairei estudados provêm de área de cerrado, o que corrobora os dados de Gauld (1988). Essa espécie pode ser facilmente reconhecida pela coloração amarelada da área interocelar; asa posterior com nervura Rs fortemente curva e célula marginal larga; as fêmeas têm garras tarsais longas e delgadas.

4- Prethophion Townes, 1971

O gênero Pretophion possui uma única espécie (P. latus) distribuída desde o Sul da América do Sul até a Bolívia, atingindo a Costa Rica onde foi ocasionalmente coletada à luz, em regiões úmidas, entre 700-1100 m (GAULD, 1988). No Brasil, a espécie foi identificada em área de mata atlântica ombrófila e em área de floresta amazônica. Os indivíduos se distinguem das espécies do grupo de E. americanus pela ausência de carena occipital.

Os dados aqui apresentados estendem os limites de distribuição geográfica e de preferência por habitats das espécies de Ophioninae estudadas.

(Figura 1)

Agradecimentos

As autoras agradecem à FAPESP (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo auxílio financeiro; aos curadores das coleções Keti Zanol (DZUP), Bráulio Dias (IBGE), José Albertino Rafael (INPA) e Carlos Roberto Ferreira Brandão (MZUSP) pelo empréstimo do material estudado.

Referências

  • CUSHMAN RA. 1947. A generic revision of the ichneumon-flies of the tribe Ophionini. Proceedings of the United States National Museum 96:417-482.
  • DE SANTIS L. 1980. Catalogo de los himenopteros brasileños de la serie Parasitica, incluyendo Bethyloidea. Edit. Universidade Federal do Paraná. Curitiba. 395pp.
  • GAULD ID. 1985. The phylogeny, classification and evolution of parasitic wasps of the subfamily Ophioninae (Ichneumonidae). Bulletin of the British Museum (Natural History) (Entomology) 51(2): 61-185.
  • GAULD ID. 1988. A survey of the Ophioninae (Hymenoptera, Ichneumonidae) of tropical Mesoamerica with special reference to the fauna of Costa Rica. Bulletin of the British Museum (Natural History). Entomology series vol 51(1): 1-309.
  • HOOKER CW. 1912. The ichneumon-flies of America belonging to the tribe Ophionini. Transactions of the American Entomological Society 38: 1-176.
  • TOWNES H. 1971. Genera of Ichneumonidae 4. Memoirs of the American Entomological Institute 17: 1-372.
  • TOWNES H, TOWNES M. 1966. A catalogue and reclassification of Neotropic Ichneumonidae. Memoirs of the American Entomological Institute 8: 1-367.
  • WAHL DB. 1997. Family Ichneumonidae: p 339-442. In Goulet & Huber (Eds). Hymenoptera of the World: A guide to families. Research Branch Agriculture Canada Publication 1894/E. vii+ 667pp.
  • YU DS, HORSTMANN K. 1997. Catalogue of world Ichneumonidae (Hymenoptera). Memoirs of the American Entomol Institute 58: 1-558.

© 2005- Sociedad Venezolana de Entomología


The following images related to this document are available:

Photo images

[em05011f1.jpg]
Home Faq Resources Email Bioline
© Bioline International, 1989 - 2024, Site last up-dated on 01-Sep-2022.
Site created and maintained by the Reference Center on Environmental Information, CRIA, Brazil
System hosted by the Google Cloud Platform, GCP, Brazil